outrora pensei

anxiety

sendo enforcada pelas minhas próprias mãos
o estômago embrulhado até a última matéria
sinto que já não posso respirar
sequer suportar
esse caos ao qual me infiltrei
tentando manter os batimentos cardíacos sentindo meu sangue dançar por entre as veias
me entrego ao que cativo
todo eu lírico quer alívio
auto histórias viram livros
e eu só quero me sentir vivo
toda dor
todo amor
invasivos ao ser passivo
coniventes com aquilo que trago comigo
mas pesa tanto que caio em conflito
espírito leve mas denso
pudor que fere mas..danço
volúpia na carne, no som, e no avanço
autenticidade até em meu balanço
e quando canto, espanto
não pelo timbre, mas por não pensar como tantos

não caia nos meus encantos
sigo tépida aos prantos pelos bancos
uma taça e um cigarro  por engano
eram pra ser cálice e charuto cubano
vento do leste por só alguns anos
à procurar o tal lugar
que sempre procuramos

e encontramos
seria equívoco dizer que por destino
mas covarde falar em vão
ser alguém num lugar sem lar
prisioneira da procrastinação
componho com pulmão sem ar pois expeli minha razão
cuspi na minha autoaceitação

perdão

hoje converso com flores, por ter enxergado só beleza.

Recuperando meu inconsciente, analisando sons e começando a ouvir o barulho do mar, abri os olhos. Uma fita de sol entra pela cortina. Acendo uma vela, pra equilibrar com o frio ao abrir a janela, estou no Paraíso.
Vejo recomeço, imensidão, mistério
vejo o mar. sinto-o.
vejo surf, vejo arte.
vejo camping, vejo parte
do selvagem, mata longa, aves.
vejo um "aguarde"
Ele não me mata, mas reage e meu corpo grita alardes aos que programaram essa merda.
Eu não sei se sou daqui, não sei se sou do mar, não sei se iemanja me aceita e me leva pra passear
Vejo saudades, vejo vontade de reviver, vejo nostalgia, vejo tempo
vejo meu momento
E volto a dizer, dinheiro.
Como ganhar dinheiro para ter um porsche?