entonação

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Pertenço ao que habito, e meus sentidos seguem me deixando afoita,
trouxe hoje junto às minhas histórias, uma autoria que se revolta
por onde passei não existiam apenas moitas
O labirinto que criei me fez crer num final
que não fosse a forca.
Absorvi ares e lugares, pertenci ao que me não feriu meus pares
de olhos
de asas
não viverei pelo o que me mata.
Meus pés velejam em harmonia, meu peito ainda sofre em demasia,
ainda vejo aquela criança vazia
cultuando noites frias
almejando a vida e suas peripécias
sonhando com sua alma em outra dimensão.
Mas a realidade nos abraça, nos estapeia e consola, superar e seguir é o que agora
tendo a priorizar
e o rancor chora.
A poesia que me adora, ainda prega peças quando outrora fugi de estar aqui.
Não sou daqui.
E até em terceira pessoa me faço presente.
o universo pressente
que o real está na gente.
Gente que sente.
Me sinto livre e mesmo que esse sentimento nunca me fora sucedido, o carrego com zelo
pois grandioso demais é carregar a liberdade.
Posso assim me despir de máscaras, peles, roupas e devaneios constantes, posso apenas respirar este oxigênio depravado com o tempo em suas costas, mesmo que o tempo tenha sido inventado posteriormente.
E então, nua de desejos e superações, metamorfose de lamentações, descanso no meu
descaso
após contínuas declarações.
Sou absortamente livre, imensamente hostil, terrível e num mundo febril.
Ainda tenho fé na emoção, no choro limpo, no riso frouxo, ainda creio que não é o fundo do poço.
Parte de mim, na verdade,
sou parte do todo
sem debates,
nem metades,
dualidades completas, que transbordes
naturalidade.
Projeto o foco dos meus olhos, e
diminuo meus cambaleios, pois vejo as ondas se formarem em nossa direção, e não aconselho que vadie em um tsunami.

notas da autora: as ondas podem ser digitais, estatais, mentais ou você simplesmente mora na Indonésia.

outrora penseiOnde histórias criam vida. Descubra agora