Capítulo 4- Amigos?
(E o dilema das prateleiras altas)
Caminho entre as prateleiras do pequeno supermercado próximo ao meu apartamento cantarolando a música que estava tocando pelos alto-falantes do estabelecimento, com a lista de compras da semana em mãos. Pães, frutas e algumas guloseimas já estavam dentro da cestinha, só precisava encontrar a ração de James e poderia ir embora.
—Esse gato ingrato só me dá prejuízo. — Resmungo.
James só come uma marca específica de ração, que é a mais cara do mercado. Acho que ele não sabe que eu pertenço a classe trabalhadora, e que sua ração consome quase um quarto do meu salário ou simplesmente não se importa muito com isso. Provavelmente a segunda opção.
Ao chegar no corredor onde ficam localizados os artigos para animais de estimação, me deparo com um pequeno empecilho: O saco de ração está na prateleira mais alta e eu, em meus incríveis um metro e cinquenta e cinco de altura, não consigo alcançar nem metade da prateleira. Por esse motivo, preciso pensar em uma alternativa para pegar o bendito saco. Primeiro tento me esticar o máximo possível, mas ainda é insuficiente, então passo a dar uns pulinhos para alcançar o objeto desejado, mas ainda é em vão, pois não chego nem perto de alcançar meu objetivo.
—Oh céus, por que o universo parece fazer questão de me humilhar a todo momento? —Suspiro alto, me lamentando.
Tenho certeza de que a cena para quem está assistindo é quase digna de uma vídeo cassetada, pois as chances desse saco de ração cair bem na minha cara nesse processo são de oitenta por cento. Quem achou que colocar prateleiras tão altas fosse uma boa ideia, afinal de contas?
Já estava me preparando para dar mais um salto, quando sinto uma presença atrás de mim. Algum ser iluminado havia percebido minha situação patética, e intervém, pegando o saco de ração sem dificuldades e o estende em minha direção. Olho para meu salvador e não posso deixar de sorrir quando vejo Bucky, que por algum milagre estava sem sua típica expressão de poucos amigos, muito pelo contrário, ele parecia estar quase se divertindo... Às minhas custas.
Faziam apenas alguns dias desde que descobri sobre sua identidade e desde então, não falamos mais sobre o assunto. Claro que eu, em minha infinita curiosidade, tinha mil e uma perguntas em mente, mas preciso me conter, já que Bucky não é exatamente o tipo de pessoa que gosta de falar sobre sua vida pessoal. Aliás, ele não gosta de falar sobre nada, o que é um tanto... Frustrante.
Nesse curto período de tempo em que passei a conviver com o Sargento, percebi que ele é um homem de poucas palavras e é bem difícil manter um diálogo decente, já quase sempre responde da forma mais monossílaba possível, o que pra mim, uma pessoa que fala até pelos cotovelos, como minha avó bem dizia, é um pesadelo.
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Legacy | Bucky Barnes
FanfictionEntediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip. Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata. Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...