E se...?

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Capítulo 24: E se?

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Capítulo 24: E se?

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Eu nunca acreditei em destino, muito menos em propósitos de vida gloriosos, mesmo que tivesse alimentado certas ambições de vida quando mais nova (uma medalha olímpica ou duas, quem sabe?). E é exatamente por essa razão que há muito deixei de criar expectativas quanto ao futuro e estava completamente satisfeita com isso.

Viver um dia de cada vez, em minha zona de conforto, parece o certo a se fazer. Quem precisa de romance? Quem precisa viver sonhos infantis? Isso não enche barriga. Já uma vida simples, com James e um emprego medíocre para pagar minhas contas no fim do mês, era como viver o sonho americano. O que mais uma jovem adulta e solitária como eu poderia querer, não é?

Só que... após sentir o gosto dos lábios de Bucky pela segunda vez, enquanto ele me segurava firme em seus braços, como se não houvesse amanhã, como se eu fosse a mulher mais extraordinária do mundo, era como se uma parte aprisionada no fundinho da minha mente tivesse se libertado.

E não sei se quero voltar a reprimi-la.

Naquele instante desejei poder congelar o tempo — em um mundo repleto de heróis e viagens no tempo, não é uma hipótese a ser descartada facilmente — para que aquele momento durasse um pouco mais. Infelizmente não consegui.

De qualquer forma, não consigo deixar de pensar que talvez (apenas talvez) houvesse sim algo além da compreensão que tivesse feito com que minha vida e a de Bucky se cruzassem. Talvez eu precisasse desta mudança (ou de um pouco de coragem para mudar). Isso porque, agora, voltando ao apartamento, depois de mais uma tarde com as crianças do orfanato, com direito a algumas lições de alongamento e postura regados a chá com biscoitos (e muitas, muitas risadas), não consigo parar de pensar nos infinitos "e se" de minha vida.

"E se eu realmente largasse meu emprego?"

"E se eu não tivesse desistido do que me faz feliz?"

"E se eu parasse de fingir que nada mudou?"

"E se eu tivesse coragem?"

"E se eu pintasse meu cabelo?" (Devo este a Kate, que disse algo sobre vermelho combinar com meu rosto e não pude discordar de seus argumentos convincentes).

"E se..."

Infinitos cenários e projeções, alimentados por minha mente fértil que até então eram cortados pela vozinha em minha cabeça — uma garotinha assustada e com medo de deixar tudo para trás — começam a surgir com força. Os últimos eventos têm me deixado cada vez mais desafiada a sair da minha bolha de conforto e me arriscar um pouco mais.

Devo um pouco disso (muito) a Bucky também. Não que me sinta de alguma forma dependente emocionalmente dele, longe disso. A verdade é que ele me inspira. Me inspira em ser mais forte. Em não desistir. Em não deixar de lutar pelo que acredito. E sou grata a ele por isso, independente do que aconteça no futuro.

Legacy | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora