Entediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip.
Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata.
Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...
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Tudo ao redor de John Walker exalava falsidade. O novo Capitão América. Parecia até uma piada de mal gosto. Seus curtos fios loiros, cobertos por um capacete ridículo, que destacava ainda mais a pele alva e os olhos claros, quase me fazem rir. É tão conveniente, que não me surpreenderia se Walker tivesse sido escolhido a dedo pelo departamento de defesa para substituir Steve Rogers.
Substituir. Como se todo o legado do Capitão América pudesse ser resumido a um cargo.
Por um momento, Bucky e eu não dissemos nada. Ele ainda está processando a notícia e eu... Bem, eu não sei o que dizer. Sinto muito não parece o suficiente para dar conta da situação, mas algo em sua expressão rígida, com os maxilares travados e ombros tensos, me faz segurar em sua mão com mais força, lembrando-o de que estou aqui.
— Isso está errado—. Bucky murmura, atraindo a minha atenção.
Seus olhos azuis, tão profundos, soam vazios ao olhar na direção de Walker. Mas não é em nele que seu olhar está fixado. Bucky não para de olhar para o escudo em suas mãos, que Walker ergue como um troféu, enquanto discursa na frente das câmeras.
Bucky parece frágil. Perdido.
Perdido de uma maneira que eu nunca tinha visto em ninguém, e isso faz meu coração apertar. Quero fazer mais por ele. Quero confortá-lo. Quero segurar em sua mão e dizer que podemos dar um jeito nisso — mesmo que eu não faça a menor ideia em como, para início de conversa.
— Isso está errado — ele repete, com raiva —. Walker não deveria estar com o escudo. Ele não o merece. Ele nem sequer conhecia Steve.
Cada palavra que saí de sua boca, exala amargura.
— E o que você pretende fazer? — A pergunta escapou de meus lábios.
Acho que não aguentaria mais um segundo calada.
A postura dele mudou sutilmente, com um leve inclinar da cabeça, deixando Walker e o escudo de lado. Ele aperta levemente minha mão. Mesmo assim, não me olha diretamente quando diz:
— Eu não sei. Falar com Sam, talvez.
— Falar com Sam? — repeti.
Ele solta um suspiro cansado.
— Não tem mais nada que possa ser feito. A menos que eu suba naquele palco e arranque o escudo dele a força.
Levantei uma sobrancelha, desconfiada. Ele parece estar falando sério.
— Você não faria isso — não sei dizer se é uma pergunta ou não.
Bucky não responde de imediato. Ao invés disso, ele estica os lábios, em um sorriso debochado, como se pensasse na possibilidade.