Capítulo 6- Nunca Irrite uma Pessoa Faminta
O canto dos pássaros nesta linda manhã de verão é como música para meus ouvidos. A brisa leve e suave, típica da estação, me abraça como uma velha amiga enquanto caminho em direção ao parque. O clima agradável contamina as pessoas pelas ruas do Brooklyn e os raios de sol, ainda tímidos pela manhã, beijam minha pele com delicadeza.
Ah, o doce calor do verão.
Não que eu não goste do inverno, longe disso. Quando era mais nova e ainda morava em São Paulo, mal via a hora de poder tirar meus casacos do armário, odiando com todas as minhas forças os verões infernais de um país predominantemente tropical. Por isso quando me mudei para Nova Iorque, pensei que o inverno fosse a estação perfeita, afinal, é quando as pessoas fazem bonecos de neve, andam de trenó e depois tomam chocolate quente em frente à uma lareira aconchegante, usando roupas super estilosas.
Ledo engano.
Logo nas minhas primeiras semanas, após experimentar um gostinho do inverno Nova-Iorquino, repleto de ruas escorregadias, pés congelantes e aquele maldito vento cortante, que penetra no corpo como mil agulhas afiadas, passei a dar mais crédito para as estações quentes.
Chego ao parque, cantarolando uma música aleatória, quando me deparo com uma silhueta familiar exercitando-se em uma das academias ao ar livre próximas a pista de corrida, era Bucky. Sem pensar duas vezes, sigo em sua direção, sorrindo.
Alguns dias se passaram desde que o convidei, ou melhor, o arrastei para jantar comigo e devo dizer que não me arrependo nem um pouco de minha decisão, já que finalmente consegui conquistar um pouco de sua confiança.
Claro que homem ainda é extremamente reservado e não fala quase nada sobre si mesmo, mas pelo menos agora ele não me ignora ou fecha a cara quando tento conversar. Outro dia ele até respondeu uma de minhas provocações, que avanço, não?
E por falar em avanços...
Desde nosso último encontro, descobri que o Sargento apesar de estar bem adaptado ao nosso tempo de uma forma geral, ele ainda não conhece quase nada que envolva lazer ou atividades para momentos de ócio. Redes sociais? Em suas palavras: "Não tenho paciência para ficar vendo o que os outros estão fazendo com suas vidas." Música pop? Odeia. E nem vou mencionar o incidente com a pobre Alexia...
O coitado estava mais perdido do que um cego em tiroteio. Por isso, eu em minha infinita bondade, encarecidamente, me autoproclamei como sua "Guia Particular para centenários confusos com a tecnologia moderna". Nem preciso dizer que ele detestou o nome, mas isso são apenas pequenos detalhes irrelevantes.
Chego por trás do homem, distraído com o exercício na barra e passo a observá-lo enquanto termina a atividade, murmurando baixinho o número de repetições. Quando finalmente nota minha presença, me cumprimenta com um aceno de cabeça, seguindo para a pista de corrida ao meu lado. Sem pensar duas vezes, proponho provocativa para o homem:
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Legacy | Bucky Barnes
FanfictionEntediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip. Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata. Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...