Entediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip.
Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata.
Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...
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Pela manhã, desperto com a estranha sensação de estar sendo observado. Pisco algumas vezes, me acostumando com a claridade e constato que não é apenas uma sensação. Um par de olhos azuis e afiados me encara fixamente e não parece nem um pouco amistoso.
O gato de Serena.
Sua aparência é estranhamente familiar, quase como se eu já o tivesse visto antes, muito embora eu ainda não saiba onde.
Assim como a dona, o animal é peculiar, para dizer o mínimo. Afinal, é a primeira vez que vejo um gato com uma prótese em uma das patas. Mas o que me chama mesmo a atenção é sua expressão analítica, como se estivesse planejando minha morte.
Para minha sorte, ele decide poupar minha vida por hoje e saí, balançando a cauda peluda.
Com a saída do felino, mudo meu foco para a parede da cozinha. O relógio marca seis e meia da manhã. Por mais incrível que pareça, é a primeira vez em muito tempo que consigo ter uma noite de sono tranquila após um pesadelo, e isso muito provavelmente se deve a pequena presença que está fazendo meu peito de travesseiro. Serena.
Após nossa conversa da noite anterior, a morena adormeceu ao meu lado e em algum momento, peguei no sono também.
É estranho acordar com alguém tão próximo, admito que não me recordo quando foi a última vez que isso aconteceu. No entanto, de certa forma é confortável. Seu cabelo está espalhado em meu peito e suas pernas estão entrelaçadas as minhas.
Penso em acordá-la e me levantar, mas me detenho, já que ela está dormindo tão tranquilamente ao meu lado que parece ser um pecado acordá-la.
Que nunca ouça isso de mim, mas a morena parece um anjo dormindo. Posso ouvir o ressoar baixo de sua respiração, seu rosto parcialmente coberto pelo cabelo esboça uma expressão tão tranquila quanto seu nome. De certa forma me traz uma sensação de paz.
—Acho que eu poderia me acostumar com isso — reflito baixinho.
Por um instante, me imagino como seria minha vida sem toda essa bagunça. Será que eu poderia simplesmente ter momentos de paz com alguém deste jeito?
Confesso que há algum tempo eu tentei voltar a "ativa" através dos tais aplicativos de encontros on-line, sugeridos por Sam. Mas encontrar pessoas pelo celular é estranho, as pessoas são estranhas.
Não consigo me acostumar com a ideia de sair com alguém sem nunca ter tido uma troca de olhares, ou um flerte que seja. Parece algo frio e sem muito significado, pelo menos pra mim, que considero a conquista como a parte mais excitante de um encontro, assim como em uma dança.
Contudo, talvez o problema esteja em mim no fim das contas, já que o mundo não é mais o mesmo, e as formas de relacionamento são bem diferentes agora.