Entediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip.
Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata.
Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...
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Cinco dias depois
Aquela já era a quinta ou sexta vez que estava retocando meu batom. Pelo espelho do corredor, analiso minhas roupas. Um vestido florido que descobri no fundo do guarda-roupa, todo rodado, com decote em coração e um tênis branco. Simples, mas bonito. Afinal é apenas um encontro entre amigos.
Mesmo que eu sinta este maldito frio na barriga toda vez que a palavra "encontro" ecoa em meus ouvidos.
Por Deus, estou agindo como uma adolescente, lamento, ao ajustar o pequeno relógio de pulso, todo trabalhado em couro com alguns detalhes dourados — herança de minha avó —, onde vejo que ainda faltam quinze minutos para às sete horas, enquanto balanço minhas pernas compulsivamente. Tento me conter, mas é inevitável. Tudo que envolve o sargento, me deixa assim, desconcertada.
Um suspiro exasperado escapa de meus lábios. James passa ao meu lado, com a cauda levantada, provavelmente tentando entender o motivo por trás de tanta comoção.
Eu mesma não entendo.
Ficar mais de cinco segundos, parada, é uma tarefa impossível. O nervosismo cria uma necessidade patológica em mim de perambular pelo apartamento, como se isso fizesse o tempo passar mais depressa.
Sinto-me patética.
Não me lembro da última vez em que fiquei tão ansiosa antes de um (pseudo) encontro. Talvez seja porque passei os últimos dias planejando tudo, nos mínimos detalhes, alimentando — muitas— expectativas. E, ainda que Bucky — com seu jeito sorrateiro, obviamente — tenha tentado me dissuadir a contar o que faríamos na noite de hoje, consegui me conter e guardar a surpresa.
As chaves, a carteira, celular e batom já estão organizados na pequena bolsa tiracolo. Pela última vez, analiso meu reflexo. Minhas mãos estão geladas, e o frio na barriga — que ainda não decidi se é uma coisa boa — ainda está aqui. Mesmo assim, não consigo parar de sorrir. Vai ser divertido, conclui. É apenas o Bucky. Mesmo que os arrepios que ele me causa possam ter a ver com tudo isso que estou sentindo.
E ainda tem aquele sentimento, uma vozinha em minha cabeça sussurra.
James endireita a postura e olha tediosamente para a porta. Um momento depois, ouço batidas. Instintivamente, viro o relógio em meu pulso. Respiro profundamente antes de abri-la, com o coração aos pulos.
É apenas o Bucky, relembro.
— Sete em ponto— comento, encostada no batente — impressionante, sargento.