Reparações

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Capítulo 8- Reparações

Regra número um: Não fazer nada ilegal

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Regra número um: Não fazer nada ilegal.

Regra número dois: Não machucar ninguém. 

E finalmente: Meu nome é James Buchanan Barnes e eu não sou mais o Soldado Invernal. 

Eu não sou mais o Soldado Invernal

É o que repito para mim mesmo a todo momento. Desde que comecei a frequentar terapia compulsória, a doutora Raynor, mesmo que a contragosto, concordou com que levasse à justiça aqueles que foram beneficiados de alguma forma pelas ações do Soldado Invernal, com a promessa de não quebrar suas preciosas regras. Sua teoria é de que ao minimizar os estragos causados pelo Soldado Invernal e limpando minha consciência, os pesadelos poderiam diminuir, o que até agora não surtiu o efeito esperado.

E lá no fundo, sei que eles nunca vão me abandonar.

Os nomes da lista de reparações parecem intermináveis. Sigo essa rotina há meses, e ainda assim tudo o que faço parece ser insuficiente para frear as malditas lembranças que insistem em me perseguir durante as noites. Mesmo que já tenha riscado dezenas deles — em sua maioria, políticos corruptos, cientistas e ex-agentes da Hydra— , estou longe de terminar o serviço.

Confesso que não tenho ideia do que farei depois de terminar, de qualquer maneira. Não é como se pudesse simplesmente sair por aí igual a uma pessoa comum e definitivamente não me imagino casando ou envelhecendo com alguém. O único destino possível para alguém como eu é a eterna solidão.

E talvez seja melhor assim...

Enterro a melancolia e a auto piedade no fundo de minha mente, afinal, ainda preciso focar na missão. Nesta noite, como parte do "programa" para reparação de danos, tenho como objetivo desativar uma base ilegal de operações de alguns cientistas que trabalharam à serviço da Hydra antes de dispersarem, em um galpão aparentemente abandonado. Nas docas, mais precisamente.

Graças às intervenções do Soldado, haviam realizado avanços impressionantes na área de genética humana. Claro que em cima do sangue de centenas de pessoas inocentes, o que segundo eles é um pequeno preço a se pagar pelo "progresso".

Passei a semana inteira sondando o local, estudando os horários de entrada e saída dos homens, o número de funcionários e possíveis rotas de fuga. Seria uma tarefa simples. Apenas preciso trancá-los lá dentro, desativar as fontes de energia e a segurança nacional se encarrega do resto. Sem quebrar nenhuma regra, sem problemas.

Talvez seja necessário quebrar um ou dois braços durante a ação, mas não dá para fazer uma omelete sem quebrar alguns ossos, não? Ou seriam ovos? Bem, acho que deu para entender.

Ficar de tocaia é uma tarefa interminável — e tediosa— , ainda não são nem dez da noite, e pelo que vi não seria possível invadir o local antes da madrugada. Mais cedo, sondei a área toda em busca de possíveis civis desavisados que poderiam acabar no meio do fogo cruzado por acidente, mas para a minha sorte, ninguém em sã consciência frequenta as docas pela noite.

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