Tempestade

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Capítulo 17: Tempestade


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A tempestade intensa — e tão típica do verão — ainda castiga a cidade quando entro em meu apartamento. Relâmpagos iluminam a sala e os estrondos dos trovões assustam o pobre James, que busca refúgio embaixo de meus cobertores.

Em sinal de apoio ao felino, passo minha mão por cima do montinho de tecidos, com ternura. Sei que ele aprecia meu gesto, pois é possível ouvir seu ronronar baixinho, abafado pelo calor do edredom.

Devidamente trocada e com um pijama confortável, assisto as grossas gotas de água chicoteando pela janela. Mesmo estando fechada, consigo sentir o doce aroma da chuva.

Inspiro-a profundamente.

Eu sempre amei este cheiro. Tanto que, quando pequena, minha maior diversão após uma tempestade, era sair e me divertir pulando em poças de água enlameadas, sentindo as últimas gotículas de chuva batendo em meu rosto.

Agora, mais velha, a chuva me ajuda a pensar — mesmo que meus pensamentos estejam tão caóticos quanto as ruas do Brooklyn.

Tudo isso porque eu, em um ato de extrema impulsividade, convidei Bucky Barnes para um encontro. Em que diabos eu estava pensando afinal?

Nele é claro, conclui amargamente. Era nele em que eu estava pensando.

Eu estava pensando no quanto eu queria beijá-lo no restaurante. No quanto a palavra "casal", proferida por aquela garçonete me agradou. No quão à vontade eu me sinto na presença dele — ao ponto de sair correndo na chuva, arrastando-o comigo, como uma tonta apaixonada.

Um sorriso bobo se alarga em meu rosto com a lembrança.

A verdade é que desde o momento em que ele insinuou ter interesse em me convidar para um encontro durante o almoço, algo aqueceu em mim. Passei o resto da tarde perdida em infinitas possibilidades, formulando vários "e se" em minha cabeça. Ele mexeu comigo. De novo. E muito mais do que eu gostaria — ou tenho orgulho — de admitir.

Desde o maldito dia em que quase o beijei no complexo, Bucky volta e meia tomava conta de meus pensamentos. Involuntariamente, é claro.

Exatamente como está fazendo agora.

Ainda posso sentir o calor de suas mãos tocando as minhas, assim como sinto meu coração batendo mais forte no peito, apenas com a lembrança do calor emanado pela proximidade de nossos corpos. A maneira atenciosa como me ajudou no restaurante e seus sorrisos enviesados dirigidos a mim, trazem à tona aqueles arrepios novamente.

Talvez seja por isso que não pensei muito quando o convidei para sair comigo no fim da tarde. De uma forma desajeitada e patética, é verdade.

Pelo amor de Deus, eu praticamente bati com a porta na cara dele em seguida. Ele deve achar que eu sou maluca — o que não é de todo mentira.

Legacy | Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora