Maria Eduarda
"Eu quero você, Maria Eduarda."
Era impossível raciocinar em outra coisa que não fosse a boca do Pedro devorando a minha. Sua língua me invadia, suas mãos me apertavam todinha, e eu também o queria. Estava a ponto de arrancar seus cabelos, tamanha a força que fazia com as mãos entre os seus fios. Faltou o ar, faltou a prudência e com um pouco de razão eu percebi o que fazíamos.
— Não, Pedro. — Consegui afastar nossas bocas, sentindo meus lábios dormentes pelo beijo intenso e o corpo tremer inteiro. Ele passou a língua sobre os próprios lábios, suspirou e depois me abraçou.
— Me desculpa? Eu fui um babaca com você. — Pedro deixou um beijo em minha testa e me olhou nos olhos. Talvez não fizesse ideia do quanto saí magoada da reunião na Casa Salomão. Eu fui até ele para abrir meu coração, contar uma história que não costumava expor, e ele simplesmente desdenhou das minhas inseguranças. Mas ali ele tentava se desculpar, justamente por reconhecer que agiu errado comigo. Fechei os olhos por um par de segundos, me sentindo cansada emocionalmente. Foi o cara que eu não conhecia sendo inconveniente e insistindo para que eu o ouvisse, foi o beijo delicioso do Pedro e agora ele pedindo desculpas e se redimindo quando eu já havia colocado na cabeça que de fato perdemos o time.
— Foi. — Eu quase revirei os olhos para mim mesma, não era para soar tão incerta.
— Eu estava muito puto com você, Maria Eduarda. Mas se você ainda quiser, porque eu quero muito, podemos conversar. — Ele segurou com carinho meu rosto, seus olhos deslizavam pela minha boca e eu fazia o mesmo com ele.
— Tá. Depois podemos conversar.
— Eu quero te beijar de novo.
Não foi preciso puxá-lo para mim, pois no segundo seguinte sua boca estava sobre a minha. Dessa vez o beijo foi mais calmo, mas não menos gostoso. Ele me saboreava, me sentia, nossas línguas se encontravam como em uma dança perfeita. Poderíamos passar horas dentro daquele beijo. Enlacei seu pescoço e Pedro apertou os braços ao redor da minha cintura, nós dois entregues. Fomos diminuindo o ritmo, até que ele deixasse vários selinhos em meus lábios.
Nossos olhares se encontraram e nós dois rimos, um tanto sem graça.
— E agora? — perguntei, por não saber como reagir. Ainda estávamos no aniversário da Pri, eu não fazia ideia do que passava na cabeça dele. E eu vi pela sua expressão que também era a dúvida dele.
— Vamos descer ou prefere ir embora?
— Podemos descer. — Ainda tínhamos que conversar, eu não ia fingir que nada aconteceu, mas ficaria para outro momento.
Pedro me virou em direção à sala da casa da Pri, onde íamos atravessar para descer as escadas até a área da piscina, me abraçou pela cintura e deixou beijos molhados em meu pescoço.
— Eu senti sua falta, Maria Eduarda.
— Eu também.
Passamos o resto da noite entre muitos beijos, abraços e declarações sussurradas ao pé do ouvido. Curtimos ao lado dos nossos amigos, tiramos fotos e já iniciava a madrugada quando decidimos ir embora. Pri lamentou que Pedro não tivesse com o violão, a maior parte dos convidados já não estavam na festa, mas a nossa turma era incansável.
Após as despedidas, ele me levou até o meu carro. Logo atrás estava a SUV do segurança que me acompanhava.
— Nunca sai sem ele? — perguntou com a boca quase colada à minha. Não sei se era a saudade, a química explosiva que havia entre nós ou uma mistura das duas coisas, mas a gente não conseguia se desgrudar.
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Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1
Lãng mạn"Em definitivo, eu era fraca demais para o Pedro na versão CEO." Maria Eduarda Klein teve seu coração quebrado ao descobrir que o namorado, com quem praticamente morava junto, era casado e havia engravidado a esposa. Após o término, passou dois anos...