Capítulo 40

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Pedro

Cheguei à cozinha da minha casa e Arlete, nossa governanta, dava ordens para a equipe do buffet que havia chegado. Servi um copo de suco e aguardei que ela finalizasse, para que conversássemos.

— Pode ficar tranquilo, meu querido, está tudo encaminhado!

— Ótimo, obrigado por cuidar de todos os detalhes, é importante para mim. — Passei o braço sobre os ombros da senhora que sempre cuidou da nossa família e deixei um beijo em seus cabelos, já dominados pelos fios grisalhos.

— E eu não sei? Ah, mas seu pai está tão orgulhoso! — Ela também estava. Arlete adorava ficar por dentro do meu trabalho, sempre querendo detalhes e me incentivando.

— Fico feliz por isso, quero que ele saiba que todo seu esforço para nos criar e educar não foi em vão.

— Ele sabe, Pedro. Ele sabe!

— Vou subir e tomar banho, preciso resolver alguma coisa?

— Nadinha. Apareça bonito e perfumado. — Eu ri da sua inspeção em meu corpo e a desaprovação por estar usando um short de academia e camiseta básica, a mesma expressão que fazia quando eu era adolescente e Arlete insistia que eu deveria estar sempre impecável. Uma briga que eu não perdia.

— Deixa comigo!

Subi as escadas e, em meu closet, sempre organizado por ela, escolhi a roupa que usaria no almoço de comemoração aos novos contratos fechados com o Sheik. Sim, contratos! Há dois meses a Casa Salomão garantiu a exclusividade dos seus produtos dentro dos hotéis que pertencia à rede do Sheik, o que ocorreu logo após a reunião onde apresentei a ele o meu sogro. E há cerca de quinze dias foi a vez da BTeng alcançar a sua glória, ao garantir um contrato para construir um shopping e mais um hotel em Dubai.

Passamos uma semana na residência do Sheik em Dubai, uma viagem que compartilhei com meu pai, minha namorada, meu sogro, Alexandre e seu pai, Luiz, na ocasião que assinamos as avenças. Era oficial!

Eduardo e eu ficamos extasiados. Novos negócios, contratos importantes e grandiosos e mais uma parceria entre as nossas empresas. Tínhamos muito o que comemorar.

Pensamos em vários formatos, quem convidaríamos e quando o fazer. E então chegamos à conclusão que era uma conquista acima de tudo familiar e pessoal. Logo, a nossa comemoração seria entre as famílias da Casa Salomão e da BTeng, em um almoço com churrasco no jardim da minha casa. Na nossa intimidade e do nosso jeito de viver.

Na noite anterior, aproveitei o clima de happy hour e ofereci aos meus funcionários, os que trabalhavam diretamente comigo, um drinque com petiscos no andar da presidência. Muitos anos antes, meu pai criou um espaço de convivência na sacada e foi lá que nos reunimos.

Outra novidade era que Bianca aceitou o meu convite e assumiu a direção de arte da Casa Salomão. Ainda ontem esteve em Belo Horizonte e participou da confraternização.

— Estou muito feliz com essa oportunidade, Pedro. E cheia de ideias!

— Gosto dessa empolgação! E o meu amigo, ainda bravo comigo? — Tomei um gole do uísque, o único drinque que me permitiria durante a noite. O namorado dela, que no caso era um grande amigo meu, não me pareceu muito empolgado quando contei a ele que iria fazer a oferta do cargo à Bianca. O cara estava apaixonado, vivia um grude de início do namoro, mas precisava perceber que ela estava ganhando uma boa oportunidade profissional.

— João vai superar! — disse, tentando esconder o desânimo.

— Vocês estão bem?

— Estamos dialogando... — Ela riu e negou com a cabeça. — A oferta de retornar à Casa Salomão foi mesmo irrecusável, Pedro. Eu gosto demais da sua empresa, cresci e aprendi muito quando trabalhei aqui. E é muito significativo voltar depois de tudo o que me aconteceu, sabe? Mas, ao mesmo tempo, sei que vou ter muitas viagens, uma rotina louca. E João precisa estar na mesma sintonia que eu.

Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora