Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1

Epílogo 2

Pedro

— Convido a subir ao palco os senhores Pedro Salomão e Maria Eduarda Klein, representantes do Brasil através das empresas Casa Salomão e BTeng. Sejam bem-vindos!

A mestre de cerimônia anunciou em um perfeito inglês a nossa entrada. Duda beijou o rosto do pequeno que nos acompanhava e eu brinquei com o seu cabelo, desarrumando os fios loiros. Ele e eu trocamos um sorriso e um cumprimento masculino. Ofereci o braço à minha mulher e a conduzi até o palco.

Já fazia alguns anos que participávamos do Annual Global Business Meeting, um encontro anual de empresários das mais diversas nacionalidades. O objetivo principal era estreitar laços e fazer negócios intercontinentais. Era a segunda vez que Duda e eu representávamos o Brasil. O encontro também era marcado por divulgação e incentivo às causas filantrópicas. Naquele ano estávamos reunidos em Copenhagen, capital da Dinamarca. Passamos a semana em convenções e reuniões, e no último dia ocorria o baile de fechamento do evento.

Subimos ao palco sob fortes aplausos. Empresários que movimentavam a economia de vários países iriam ouvir o nosso discurso e conheceriam dois importantes projetos sociais que as nossas empresas apoiavam.

— Senhoras e senhores, boa noite — saldei os convidados após a mestre de cerimônias me entregar o microfone. Pelo sorteio feito no início do evento, éramos os primeiros representantes dos países a falar. — Agradeço em nome da Casa Salomão a recepção! É um prazer poder falar a todos vocês, ilustres convidados, representar o meu país, estar ao lado da mulher mais bonita e inteligente do recinto — lancei um olhar caloroso para minha esposa, que retribuiu com um rubor nas bochechas —, com todo o respeito — disse com um sorriso. Era mesmo a mulher mais incrível da noite. De todos os dias. — E ser ouvido pelo mais importante convidado, em nossa concepção, Pedro Salomão Filho.

Mais uma onda de aplausos, mas os meus olhos, e acredito que os da Duda também, estavam grudados em nosso filho, o garoto de oito anos que nos assistia com um ar orgulhoso, sentado à mesa ao lado dos avós.

Discursei um pouco sobre projetos da Casa Salomão que tiveram destaque no último ano e finalmente pude falar sobre o maior deles e que de fato me enchia de orgulho. A Fundação Miriam Salomão, cujos objetivos eram levar recursos para hospitais especializados em tratamento do câncer, cuidar das famílias dos pacientes com poucos recursos, humanizar os tratamentos, melhorar a logística de quem saía do interior para tratar em Belo Horizonte e outros. Atualmente, quem estava à frente da Fundação era meu pai e Maya.

Logo depois, Maria Eduarda discursou em nome da BTeng. Embora minha esposa não curtisse falar em público, era impossível não perceber o quanto ela envolvia os ouvintes. Como eu disse, a mulher mais linda e inteligente, mas não apenas daquele recinto, do mundo inteiro.

Os representantes de outros dez países participantes do evento também discursaram e então foi liberado o jantar. A noite foi animada, conversamos bastante, revemos amigos e até dançamos. Quando percebemos que Pedrinho já estava sonolento e quase cochilava enquanto conversava com meu pai, os chamamos para ir embora.

Nos despedimos das nossas famílias. Seu Hélio disse que também ia para o hotel, e meu sogro e Beatriz avisaram que ficariam mais um pouco.

Enquanto aguardávamos o carro que nos levaria de volta ao hotel, observei o pequeno homem encostado em meu corpo. Meu braço o abraçava pelo peito. Meu filho era alto para sua idade, maduro, e quando era possível, gostava de nos acompanhar em nossos compromissos. Como eu conseguia amar tanto? Quando me surpreendi comigo mesmo ao descobrir os meus reais sentimentos por Maria Eduarda, não fazia ideia que um dia teria um filho e que ele faria com que toda a minha vida ficasse de cabeça para baixo e eu não me desse conta de onde veio tanto amor.