Olá, meus amores!
Vamos ler?
Maria Eduarda está ansiosa para contar um pouquinho da sua vida na Alemanha :)
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Maria Eduarda
Exata uma semana após ter chegado à Berlim, iniciou minha especialização em gestão de negócios, na Escola de Economia, instituição privada onde Charles trabalhava. O sobrinho da tia Heidi, ao menos ela o reconhecia dessa forma, coordenava o curso e lecionava uma das matérias. Além disso, administrava o setor de exportação e importação de uma indústria bélica.
Tia Heidi poderia ter me adiantado o currículo do sobrinho, mas deixou tal incumbência para ele próprio. E Charles pareceu não se importar. Desde o jantar oferecido por ela, nos falávamos com frequência. Na ocasião ele me explicou em detalhes a grade curricular do curso, eu havia pesquisado bastante, mas nada como a pessoa que o estruturou para falar a respeito.
Desde a primeira aula ministrada por Charles eu entendi que dentro da universidade teríamos zero aproximação. E não liguei. Até chegar á Alemanha e passar alguns dias longe da minha família e das pessoas que convivia diariamente, não havia me dado conta do quanto precisava ficar sozinha. Claro que eu teria a companhia de tia Heidi, mas ela não negava sua origem germânica, era discreta e sabia dar o espaço que meu coração pedia. Conseguíamos passar horas dentro da mesma casa sem necessariamente ficarmos juntas. Eu estudava, lia livros da sua biblioteca, ás vezes me rendia aos filmes, desfrutava do silêncio do porão somente curtindo minha companhia ou colocava uma musiquinha e ia longe em meus pensamentos. Em sala de aula conversava apenas com duas pessoas, um rapaz alemão que descobriu conhecer um primo meu distante e uma moça inglesa, acho que se aproximou por sermos as únicas estrangeiras.
Fora dos domínios da Escola de Economia, Charles me dava toda sua atenção. Em um dos almoços que tivemos, me convidou para o programa de trainne da empresa onde trabalhava. Fazia dois meses que eu estava na Alemanha, já me sentia segura quanto ao idioma, embora tivesse aprendido o alemão ainda na infância, nunca havia ficado tanto tempo no país. Aceitei o desafio e na semana seguinte iniciei o trabalho como assistente do Charles.
A minha vida social se resumia aos passeios que fazia sozinha pela cidade, corria pela manhã no bairro da tia Heidi, passava algumas horas sentada na grama da Ludwigkirchplatz e tomava chá em um dos cafés de frente à praça. Foi Charles quem resolveu movimentá-la, me levando duas vezes para jantar, sendo que em uma delas havia alguns amigos dele, que me apresentou.
Falar em amigos me fazia lembrar dos que eu deixei no Brasil. E eu sentir saudades.
E lembrar dos meus amigos, principalmente dos gêmeos, me remetia à minha última noite em Belo Horizonte, ocasião em que passei algumas horas deitada no peito do Pedro, trocamos beijos e tive meu melhor momento desde o ocorrido com Álvaro.
Eu não queria, mas era inevitável não lembrar da sua mão grande me prendendo firme junto de si, das conversas sussurradas ao pé do ouvido ou do papo gostoso sobre tantos assuntos diferentes, a voz grave e rouca ao cantar para mim as músicas que eu pedia e muitas outras que ele achava que eu poderia gostar, o jeito que mexia em meu cabelo e dizer ser bom o meu cheiro e macia minha pele.
Foram apenas algumas horas que passamos juntos, depois de muitos anos sem nos vermos. Era isso, éramos novidade um para o outro. E uma novidade que despertou curiosidade, quando éramos mais próximos, tínhamos pouca idade, vivíamos de molecagem na casa dos gêmeos, brincando de videogame, assistindo filme e fazendo bagunça na piscina. De repente, nos reencontramos mais velhos, construindo uma vida profissional, com muita história para contar e várias coisas em comum.
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Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1
Romance"Em definitivo, eu era fraca demais para o Pedro na versão CEO." Maria Eduarda Klein teve seu coração quebrado ao descobrir que o namorado, com quem praticamente morava junto, era casado e havia engravidado a esposa. Após o término, passou dois anos...