Epílogo 1

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Maria Eduarda

Eu estava oficialmente noiva!

Depois de passar por uma enorme decepção amorosa e ter tido a graça de me redescobrir dentro de um relacionamento que só me fazia bem, deixei de me apegar a formalidades ou querer datas imediatas para marcar o que Pedro e eu tínhamos juntos.

Logo no início do namoro, ele disse que em breve colocaria uma aliança em meu dedo, mas, para o nosso bem, tentamos afastar os impulsos e vivemos o nosso relacionamento com muita cautela. Nos descobrimos juntos, os dois com os seus traumas, suas inseguranças e uma vontade enorme de fazer tudo dar certo.

O pedido de casamento não foi apressado, como ele supôs que seria no início, ao contrário, aconteceu em nosso melhor momento, quando já estávamos cheios de certezas e eu fui verdadeiramente surpreendida.

Retornamos de Dubai noivos, com dois contratos que encheram ainda mais os cofres das nossas empresas e com trabalho multiplicado. A sorte, se é que ela existia, estava a nosso favor. Mas como sempre dizia meu pai: "quem faz a sorte somos nós mesmos". E Pedro e eu fizemos!

O mês seguinte ao nosso retorno foi repleto de viagens a trabalho, e em meio a uma conexão em São Paulo, me encontrei com Adriana e Mari, a ex-mulher e irmã do Álvaro, respectivamente. Na ocasião almoçamos juntas na cidade e passamos boas horas fofocando, quando, inclusive, contei que estava de casamento marcado.

— Duda, não vai se esquecer do aniversário do meu pequeno, hein? Arruma um espaço na sua agenda — Dri disse, referindo-se ao seu filho, Gael. Eu estive em comemorações anteriores, primeiro porque eu o amava, quando ainda era um bebê ela o levou até Belo Horizonte para que eu o conhecesse, e também porque internamente eu queria provar que estava tudo bem. E estava? Agora sim!

Suspirei... No ano anterior eu me prometi que não iria mais. Não por eles, mas porque não cabia em minha vida e na história que construía ao lado do Pedro ficar no mesmo lugar que Álvaro, embora em nenhuma das ocasiões tenhamos nos falado.

— Dri... Não sei, Dri. — Ela e Mari se entreolharam. Tal conversa já havíamos tido antes, logo, não era novidade para nenhuma das duas que eu me sentia desconfortável em comparecer nos aniversários. Poderia encontrá-las, juntas do Gael, sem necessariamente estar na comemoração oficial.

— Você precisa vir, Duda. E está na hora de ter uma conversa com o Álvaro — Adriana disse firme e Mari assentiu ao seu lado.

— Ele não está em São Francisco? — A pergunta era desnecessária. Eu duvidava que ele fosse perder o aniversário do filho, mesmo estando morando em outro país.

— Está, mas ele vem... — Adriana respondeu.

— Será a última vez. Nos próximos anos a gente marca alguma coisa entre nós, combinado?

As duas suspiraram resignadas, mas a decisão era minha e estava tomada. Eu amava a amizade da Dri e da Mari, eram importantes em minha vida, no entanto, eu precisava pensar em mim e no meu relacionamento.

***

Pedro entregou as chaves do carro alugado ao manobrista e me ajudou a descer. De braços dados chegamos à porta do buffet infantil.

— Tia Duda! — O pequeno com cabeleira loira saiu correndo em nossa direção e esticou os bracinhos para me abraçar. Por conta do meu trabalho, sempre estava em São Paulo e me encontrava com Adriana e Gael, às vezes com João também, o marido dela.

— Oi, coisa linda! Feliz aniversário, amor da tia! — Abaixei e o acolhi em meus braços.

— Obrigado, tia Duda. — Beijei seu rosto gordinho e Gael se desvencilhou de mim, indo para os braços do meu noivo. — Oi, tio Pedro!

Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora