Maria Eduarda
Não estava sendo fácil seguir o curso normal da minha vida depois do fim de semana maravilhoso que passei ao lado do Pedro em Escarpas e de receber o pedido para namorá-lo. Lindo, romântico na medida que me agradava e cheio de atitude.
Quer ser minha namorada, Maria Eduarda? Era a frase que ressoava em minha mente sempre que eu sentia a falta dele.
Se pudesse voltaria ao paraíso que tornamos a casa em Escarpas, mas a realidade era uma quinta-feira lotada de compromissos do trabalho. Ainda estava no meio da tarde e já havia realizado três reuniões na BTeng. Tentava finalizar a análise de relatórios para áreas diversas da empresa e encararia uma última reunião, esta com Alexandre, pois tínhamos de prestar contas para o outro das nossas atividades desde a semana anterior e programar o andamento de alguns projetos.
Papai e o tio Luiz nos colocaram para trabalhar em conjunto no que seria o cargo de vice-presidente, e serviço não nos faltava. Já Alê e eu criamos alguns processos para nós mesmos seguirmos e nosso trabalho não ter furos, um deles era a prestação de contas das atividades que desenvolvíamos.
Arrastando, consegui finalizar o relatório contábil e passei para o jurídico, o que sempre me dava mais dor de cabeça, não pela atuação do nosso setor, pois ele era bem eficaz, mas sim pela minha falta de domínio na matéria e temas.
Antes de abrir o documento, fui dar uma olhada no aplicativo de mensagens. A última na conversa do Pedro era uma foto que encontrei em meu celular e lhe enviei, dizendo que já estava com saudades. Nós dois deitados no sofá da sacada em Escarpas, o sol nos tocando e eu com o rosto enfiado em seu pescoço. Pedro pegou meu telefone e nos fotografou. O domingo, dia seguinte ao pedido de namoro, foi de pura preguiça. Passamos o dia namorando e enrolados nos braços do outro, saímos para almoçar e no fim da tarde fomos para a pista onde o jato da Casa Salomão nos aguardava.
Ainda no domingo jantei na casa do meu pai e contei sobre o pedido de namoro. Quase inexpressivo, ele disse que queria conversar com o Pedro. Já o meu namorado, e eu estava quase que saboreando a palavra a cada vez que a pronunciava, havia ido para São Paulo a trabalho na terça-feira e ainda estava por lá. Tive que engolir o ciúme quando ele comentou que Graziela o acompanhou.
Uma batida na porta e ela foi aberta. Alexandre surgiu em minha sala, me obrigando a fechar o relatório intocado do jurídico, e eu só podia agradecer por precisar postergar sua análise.
— Se importa de adiantarmos um pouco nossa reunião? Tenho um compromisso às dezoito. — O cumprimentei com um sorriso e Alê sentou em uma das cadeiras diante da minha mesa, tirando o paletó na sequência.
— Podemos... — suspirei e estiquei os braços e a coluna. — Já estou exausta, Alê.
— Namorando, Maria Eduarda? — Ele ergueu a sobrancelha e eu balancei a cabeça em confirmação. Durante a semana conversamos o essencial, os dois na correria do trabalho, entrando e saindo de inúmeras reuniões.
— Pois é...
— Você e Pedro não cansam de me surpreender. — Ele se arrumou na cadeira, sentando meio de lado e cruzando as pernas.
— Ainda estou com medo. — Prendi o cabelo em um coque alto e pousei as duas mãos na mesa, querendo ouvir meu amigo.
— Ele é uma boa pessoa, Duda. Parecia ter pavor de compromisso sério, essa coisa de uma mulher só. Mas Pedro nunca foi otário, deixava claro o que queria. E se ele disse que quer namorar, é por estar certo disso. — Assenti e Alexandre serviu-se com a água que estava na moringa sobre a minha mesa. Eu levantei e fui até o aparador, onde havia água quente e ervas para chá, preparando minha bebida.
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Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1
Romance"Em definitivo, eu era fraca demais para o Pedro na versão CEO." Maria Eduarda Klein teve seu coração quebrado ao descobrir que o namorado, com quem praticamente morava junto, era casado e havia engravidado a esposa. Após o término, passou dois anos...