Maria Eduarda
Agitada, entrei no avião da BTeng com uma pasta em mãos, contendo documentos impressos que seriam analisados durante toda a viagem rumo a Dubai. Ao meu lado estava um Pedro tão entretido com o trabalho quanto eu. Desde que chegamos ao hangar, localizado no aeroporto de onde sairia o nosso voo, ele havia feito pelo menos três chamadas telefônicas, e já dentro da aeronave gesticulava e vociferava em inglês vários xingamentos para quem estava do outro lado da linha.
Eu ri por dentro, nem parecia o homem carinhoso e que falava coisas lindas em meu ouvido. Podia ser um tanto egoísta, mas eu gostava de saber que havia um Pedro só para mim. Tentei desviar a atenção dele e focar no primeiro documento que precisava ler, um relatório de custos que eu iria destrinchar com a equipe do Sheik.
Haviam se passado três anos desde que reencontrei Pedro na casa dos gêmeos e um novo tempo foi iniciado em minha vida. Além de amar novamente, dessa vez completamente correspondida, eu também vivia uma crescente na área profissional.
Estávamos a caminho de Dubai para mais uma negociação com o Sheik, que há quase dois anos era um dos maiores parceiros de negócios da BTeng, senão o principal deles. Dessa vez íamos tratar de um enorme prédio comercial que eu faria de um tudo para garantir a construção por conta da minha empresa. Já Pedro, também estava indo até lá para fechar um novo contrato. O Sheik havia adquirido um complexo de hotéis nas Ilhas Maldivas e a Casa Salomão levaria seus produtos maravilhosos para atender com exclusividade os hóspedes exigentes e que pagavam caro para nadar no luxo.
Os contratos que fechamos com o Sheik eram todos tratados por mim, assim como a rede de pousadas. Já Alexandre cuidava da rede de hotéis, e ainda dividíamos os muitos outros clientes da BTeng. Fato era que a empresa fundada por nossos pais chegou a vários países e, atualmente, eles apenas nos supervisionavam e davam os pitacos necessários para que o nosso trabalho fluísse bem.
— Já pediu seu lanche, linda? — Pedro pegou minha mão, só então me dei conta que ele havia finalizado o trabalho pelo telefone.
— Ainda não. — Ele beijou minha mão e chamou a comissária de bordo. Havíamos saído bem cedo da sua casa e eu não quis nada além de um chá que Pedro me preparou.
— Bom dia, vamos querer o café completo. Obrigado! — Ele procurou minha aprovação e eu assenti. Pedro devolveu o cardápio à funcionária e passou o braço pelas minhas costas, me puxando para perto dele. — Animada?
— Estou, mas também cansada. E ainda tenho tanto documento para olhar... — Deitei a cabeça em seu ombro, ganhando um beijo dele em meus cabelos.
— Depois do café vamos para o quarto, vamos descansar e namorar... — Outro beijo e ele falou perto do meu ouvido. — Depois, depois, Maria Eduarda, a gente trabalha. Temos mais de quinze horas de voo pela frente!
— Sempre com boas ideias, lindo.
— Sempre com boas ideias quando envolve minha namorada!
Para mim estávamos na melhor fase do nosso relacionamento. Crescemos e aprendemos juntos como viver um namoro equilibrado. Pedro e eu brigávamos pouco, gastando muito tempo conversando, descobrindo bastante sobre o outro, e com uma enorme dose de boa vontade, nos treinamos a fazer o que o outro gostava. Não que funcionasse em cem por cento do tempo, às vezes surgiam as discussões e estresses, e o safado do meu namorado adorava, pois sempre dizia que somente o sexo de reconciliação superava uma boa rodada matinal. E eu tinha que concordar!
Também aprendemos a ser parceiros no trabalho. Pedro era uma das pessoas que eu mais gostava de trocar ideias sobre as minhas atividades e experiências na BTeng. Além disso, gostava e me sentia amada e valorizada quando ele demonstrava estar orgulhoso com as minhas conquistas. Pedro demonstrava ser um homem seguro e que curtia ter ao seu lado uma mulher que também entendia da vida corporativa e transitava entre empresários.
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Duda e o CEO - Série Irmãs Klein - Livro 1
Romansa"Em definitivo, eu era fraca demais para o Pedro na versão CEO." Maria Eduarda Klein teve seu coração quebrado ao descobrir que o namorado, com quem praticamente morava junto, era casado e havia engravidado a esposa. Após o término, passou dois anos...