Capítulo 3 - Maldito show

1K 93 146
                                    

Sukuna não está realmente irritado com Todo por ter trazido seu meio-irmão para um dos shows da banda na cidade. Na realidade, é algo mais próximo de surpresa, não estava esperando encontrar Yuji daquela forma tão repentina e, para completar, as doses de álcool que já estavam no sangue lhe dão uma sensação estranha sobre o moreno carrancudo ao lado da sua cópia mais simpática. O garoto, o qual não se recorda bem do nome, é muito atraente e não se preocupa nem um pouco em disfarçar o olhar curioso em sua direção.

Em contrapartida, Megumi encara o tatuado do outro lado da mesa algumas vezes. Aquele olhar intenso e indefinido estava lhe deixando bastante desconfortável, porém, não demonstraria aquilo, afinal de contas não é nenhum gatinho assustado. Sua expressão acaba sempre endurecendo ao sustentar o olhar do rosado por alguns segundos.

— A diferença entre vocês dois é assustadora! — Nobara comenta pela quinta vez quando o assunto da mesa se encerra outra vez, chamando atenção para ambos, principalmente para Sukuna, que desvia o olhar imediatamente para o copo em suas mãos, entediado.

Já estavam conversando na mesa há cerca de duas horas. A banda de entrada finalmente está subindo ao palco. A potente jukebox é desligada com seu som desvanecendo rapidamente. Mesmo que fossem realmente bons, nenhum dos presentes à mesa resolveu descer para assistir, já que estavam apenas esperando sua vez de tocar. Yuji é o único de pé grudado ao vidro da sala observando o palco. O espaço vip conta agora apenas com pequeno grupo em questão.

— Eu te disse! — Satoru ri, tentando falar mais alto que a música no palco, um sorriso ladino brincando nos lábios quando olha para Sukuna sobre os óculos escuros. — Prefiro mil vezes o Itadori.

— Ótimo, diga pra ele tocar no meu lugar então. — Resmunga ao revirar os olhos, mas o pedaço de algodão irritante ao seu lado só parece se divertir ainda mais com sua reação.

— Tão meigo. — Satoru exclama, apoiando o queixo sobre as costas da mão direita lançando um olhar cheio de provocação. — É como uma rosa impulsionada pelo um coice de um búfalo.

— Essa foi ruim. — Suguru solta uma risada curta, observando Sukuna bufar antes de entornar o restante de sua vodka. Pelo menos, ele consegue tocar perfeitamente bem apesar do quanto de álcool já ingeriu, ou então já teriam brigado por aquilo.

Satoru dá de ombros focando no irmão mais novo de seu colega ranzinza. É incrível como ele parece tão empolgado por assistir ao show ali enquanto o mais velho só parece estar puto. Nem se lembra da última vez que o viu com um brilho no olhar próximo do que Yuji esbanja.

— Ei, Yuji, quer beber? — Chama atenção do mesmo, fazendo Nobara engasgar com o ar enquanto Sukuna o encara com a sobrancelha arqueada.

— Pensei que nunca fossem oferecer! — Ele sorri, voltando para a mesa, sentando-se ao lado de Megumi. — Não vai dizer pro meu avô, né? — Pergunta, encarando o irmão que parece incrédulo e logo depois dá de ombros.

— Eu não precisando te levar embora, não tenho nada a ver com isso. — Diz, puxando o celular do bolso sem nenhum motivo exato, sendo sincero, só queria uma brecha para sair e fumar.

— Você é um irmão mais velho horrível! — Geto fita o tatuado, exasperado. Por mais que soubesse o quanto ele não liga para muitas coisas, não fazer nada quando o irmão menor de idade resolve beber já é um pouco além.

Em contrapartida, Satoru esboça um sorriso bem alegre ao tomar em mãos a garrafa de vodka pela metade, enchendo shots e sentindo-se a cobra que fez Eva provar do fruto proibido. Rápido demais, coloca um copo na frente de cada com um belo sorriso convencido deixando Geto totalmente incrédulo. No fundo, pretendia fazer aflorar algum instinto protetor no irmão mais velho, esperando que ele impedisse os três.

Acordes cruéis e Cinzas ao ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora