Capítulo 25 - A dor que o sangue traz

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— Tô tão empolgado que nosso demônio está de volta. — Satoru quase chora encarando o amigo conferir mais uma vez a afinação da SG. Surpreendentemente, ele já estava bem mais calmo quando chegou ao estúdio ainda naquela tarde.

— É, eu estava ficando preocupado. — Todo concorda, tocando o coração com uma expressão teatral.

— Vocês é que são um bando de exagerados. — Sukuna revira os olhos. — Pra começar, nunca saí daqui. Só estava ocupado resolvendo uma coisa.

"UMA, porque as outras dez continuam devorando a minha sanidade", escuta sua voz interior caçoar em algum lugar de sua mente.

— Aquilo? — Geto indaga, parado ao seu lado apoiando as mãos no baixo. O cabelo completamente solto camuflado na longa camiseta escura.

— É. — O encara sério, fingindo não notar as expressões curiosas dos outros dois totalmente alheios ao assunto. Suguru arqueia a sobrancelha interrogativo, mas o guitarrista dá de ombros. É bem óbvio, conversariam depois. — De qualquer jeito, tô confiante esta noite.

— Nosso monstrinho voltou. — Satoru força um choro emocionado, dando tapas nos ombros de Sukuna. Enquanto estava ali parado ao lado do guitarrista solo tentando compreender a breve conversa curiosa, pensou em um plano para arrancar o motivo de toda a estranheza nas atitudes do amigo depois do show, que consiste em nada mais que tentar embebedá-lo. — Okay, meu astral tá lá em cima. Se a gente ganhar, as três primeiras rodadas são por minha conta.

"Se" uma ova. — Sukuna tenebroso.

— Já que estão tão empolgados, façam o favor de se concentrar. — Geto atrai os olhares dos outros três. Pondo fim do assunto desconfortável para o tatuado. — Se vencermos, estaremos bem mais perto de conseguir um estúdio melhor. E vocês sabem.

— Com um estúdio mais equipado podemos gravar o álbum. — Todo completa, girando uma das baquetas nos dedos.

— Embora a gente não precise do estúdio pra gravar. — Gojo cruza os braços. — Com uns microfones melhores e uns programas de mixagem no seu computador dá muito bem pra gravar. A internet tá cheia de bons artistas fazendo isso e ganhando uma nota.

— E com o que você acha que vamos gastar a grana do prêmio? — Suguru o encara com um meio sorriso. — Além disso, vencer a batalha vai ajudar no engajamento quando o álbum sair.

Satoru apenas dá de ombros.

Boooaa noite, underground! — O apresentador chama atenção subitamente, berrando no microfone enquanto sobe no carro azul no centro dos dois palcos no enorme estacionamento. — Eu sou Masamichi Yaga e estamos no ar com nossa segunda noite de apresentações da quadragésima batalha semestral de bandas do Lenin's! — Ele faz uma pausa apenas para encarar outra câmera. — Na semana passada, tivemos um belo de um confronto sanguinário! E olha, fiquei bem surpreso com os resultados já que, admito, eu estava torcendo pela Dragon Horns. — Ele força uma atuação fajuta de dor emocional, recebendo alguns gritos de desagrado. Masamichi sorri esperto. — Ah, qual é! Todo mundo tem seus favoritos!

Uma pequena discussão animada começa enquanto a plateia ainda cresce. Várias pessoas argumentam sobre os últimos shows ao mesmo tempo.

Pois bem, da última vez tivemos oito belos shows em quatro batalhas quase equilibradas! Logo depois da Paradise e a Distopia destruindo tudo pela frente, tivemos minha querida Dragon Horns (amo vocês) contra a Mahoraga, onde os dragões foram derrubados do céu! — A plateia grita, se juntando ao redor do carro à frente para o enorme telão de leds coloridos. — A Kyoto Phoenix lutou bravamente contra a Powerfull e admitam, foi emocionante demais... ai, ai, mandaram bem rapazes. — Ele finge secar uma lágrima por baixo dos óculos escuros. — E fechando o último domingo, nossa queridinha, Midnight Flames, dizimou a Dark Angels numa batalha bastante acirrada.

Acordes cruéis e Cinzas ao ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora