Capítulo 7 - Festival (parte 2)

656 69 113
                                    

"It's the fall of the empire" cantam Sukuna e Geto junto do público em peso.

"...or has the end begun?!", Satoru responde aos gritos, os dedos longos tocam a base perfeitamente enquanto se afasta do microfone e Sukuna começa o solo colocando toda a sua alma nas notas tocadas com exatidão.

Megumi não poderia nem ao mentir para si mesmo sobre o quão longe aqueles sons vão dentro de si, tamanho é o impacto que sente. Ao seu lado, Yuji, que nunca ouviu a música, canta o refrão tal qual um tipo de hino, abraçado ao seu pescoço e o de Nobara. Durante as últimas notas, várias pessoas pulam no ritmo lento da bateria que carrega a música. O Fushiguro só consegue ficar abismado com o quão bom um cover consegue ser, a sensação é parecida com estar e ao mesmo não estar diante da própria Accept.

Ao fim da música as pessoas gritam por mais, empolgadas e energizadas pelos ritmos tocados pela banda. Todos os membros da Paradise sentem-se como entidades sobre aquele palco, os corações batem como um quando uma pequena pausa é feita para que Sukuna assuma os vocais enquanto Satoru aproveita o instante para beber uma garrafa quase toda de água de uma vez.

Não demora para que as primeiras notas de "Overlord" ressoam altas com sob a distorção wah wah junto das batidas lentas no chimbal para logo atingirem o tom grave e poderoso para que o rosado começar a cantar. Ao fundo, a plateia só sabe chamar pelo nome da banda e pular, animados. Sukuna não precisa de tanto esforço para deixá-los eufóricos com a voz potente e grossa, muito diferente da versão original, mas com igual energia.

Por mais breves que sejam as vezes em que o rosado seja "vocalista temporário", todas valem a pena, como uma carta na manga da banda. Como Sukuna consegue manter as notas pré-solo no mesmo ritmo rápido e ainda cantar são um mistério. Ele não resiste ao impulso de andar de um lado para o outro enquanto faz o solo perfeitamente e logo alterna para o ritmo mais lento, sem nem hesitar.

Se há uma coisa que ninguém jamais poderia arrancar dele é a sensação de ser praticamente adorado pelo público enquanto tem os holofotes sobre si.

A mesma animação acontece quando a banda alterna sem demora para "Whiskey in the Jar" com Sukuna ainda ocupando o vocal. O riff animado faz várias pessoas girarem em círculos grandes e pularem no ritmo festivo da música. Satoru ao menos aproveita os duetos de voz vez ou outra para cantar animado junto, mesmo que tivesse um certo ciúme de seu lugar predileto naquele palco, mal pensa sobre isso enquanto toca a base sorrindo de orelha a orelha, feito criança ganhando doce.

Quando finalmente Sukuna canta o final de forma animado e as últimas notas ressoam nos enormes amplificadores valvulados até pararem com uma atenção extra no baixo de Geto que encerra a música, as pessoas gritam por mais, empolgadas com a banda. A maioria não se importaria se eles fossem a banda principal da noite. Realmente uma pena que tenham sido chamados apenas para abrir para duas bandas grandes.

"Mais uma! Mais uma! Mais uma!" o público anseia. Mesmo com o humor azedo, Megumi não resiste a entrar na onda junto dos amigos ansiosos ao seu lado. Como se em resposta aos clamores, Gojo sorri em frente ao seu tão amado microfone.

Vocês estão com muita sorte hoje, meus amores. — Ele diz chamando atenção, incitando um clima de curiosidade e excitação entre as pessoas. — Temos uma música totalmente autoral pra vocês. Solteiros, sofram comigo. Casais, hora de juntar as mãozinhas.

Ele sorri uma última vez quando Geto faz um sinal positivo para alguém e um remix começa a tocar, abrindo espaço para a base de guitarra e a bateria lenta. O pequeno riff de Sukuna faz Megumi se arrepiar instantaneamente.

Acordes cruéis e Cinzas ao ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora