Amanhã

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Logan Ballard-Hunt

-Se eu soubesse que era para fazer isso...

-É uma emergência.- Izzy fala com raiva.

-Concertar flechar não é emergência, Iz!- falo com raiva.

-Nossa, você demora bem mais para ficar com raiva.- ela sorri ajeitando o corpo de uma das flechas.- Que transa eu atrapalhei?

-Nenhuma.- prendo a ponta da flecha.- Só achei que você estivesse precisando de ajuda urgente.

-É, meus pais estão transando aqui do lado e eu preciso me manter sã.- ela explica.

-Me chamou para ouvir seus pais transando?- franzo as sobrancelhas.

-Não, Logan, eu chamei para me distrair.- ela passa o pano por uma flecha.- Então, o que está acontecendo na sua vida de animado?

-Nada demais.- giro a ponta da flecha até estar encaixada.- Vou trabalhar no armazém com você.

-Sério?- ela arregala os olhos.- Ah, vai ser demais. Já vou logo avisando que tem uns caras que você tem que socar as vezes, mas...

Ouço uma risada feminina alta e logo depois algo bate na parede, Izzy abaixa a cabeça e respira fundo. Sorrio quando seu corpo treme de nojo por imaginar os pais transando.

-Ok, caras que tenho que socar.- pego outra ponta de flecha e outro corpo.- O que mais?

-A maioria do dia é você recebendo carregamentos e distribuindo.- ela volta a se concentrar.- Drogas vão para os traficantes, armas para as outras bases espalhadas e tecnologia de ponta fica guardada.

-Você não é mais a Izzy que eu conheço.- falo baixo e ela sorri.

-Aconteceu muita coisa.- ela guarda a flecha e me encara.- Só isso.

-E Kira?- pergunto.

-Ah, ela...- Izzy sorri.- Ela é legal, apresentei ela para os meus pais só para ver a reação deles.- explica guardando outra flecha.- Minha mãe gostou dela, claro. Meu pai ficou meio desconfiado, mas ela começou a falar sobre o jogo de basquete e ele adorou ela.

-Mas não disse a eles.- presumo e ela assente.- Tudo bem, é um começo.

-Já que você voltou de fazer o que estava fazendo, então vai querer ajuda para arrumar um apartamento?- pergunta.

Um apartamento. Seria ótimo ter um canto só para mim depois de tudo, depois penso em Sophia e onde ela está, sei que não vai ficar com os gêmeos para sempre e talvez...

-Quero.- assinto.- Você pode...

-Eu sei o que procurar.- ela mexe a cabeça.- Algo mais "eu quero ficar sozinho".

-Três quartos e com sistema de segurança.- explico.- Se baseie nisso.

-Tá.- ela morde o lábio e percebo que tem mais coisa para falar.

-O que?- pergunto.

-Você sabe de alguma coisa relacionada a James?- ela fala como quem não quer nada.

-O que você sabe?- fico surpreso.

-Não sei, eu vi um fio ruivo no suéter dele, você sabe de algo?- ela pergunta e sorrio.- Sabe sim, o que é?

-Informação por informação.- mexo as mãos.

-Eu já te falei que Dakota tinha feito o teste e deu positivo.- ela fala com raiva.- Duas informações.

-Não valeu.- explico calmo.

-Droga.- ela pensa.- O vovô tá aprendendo a fazer crochê.

-Sério?- fico surpreso.- Sério mesmo?- tento não rir.

Infiltrado no Inimigo - 4° Geração.03Onde histórias criam vida. Descubra agora