Capítulo 5

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— NÃO ACREDITO QUE CONCORDEI COM ISSO. — Enterrei o rosto nas mãos.

Taylor se sentou perto de mim, no chão do meu quarto.

— É uma má ideia. É melhor você ligar para ele e cancelar o encontro.

Levantei a cabeça e respirei fundo.

— Se eu fizer isso, Shawn nunca me deixará em paz.

— É, tem razão. Meu Deus, você tem de ir!

Fiquei de pé e examinei meu rosto no espelho.

— Talvez não seja tão ruim. — E comecei a me maquiar. — Ou talvez seja. — A expressão de Taylor era de preocupação.

— O que você está pensando?

Taylor deu um sorriso travesso.

— Se o encontro for horrível, Shawn vai deixá-la em paz, certo?

— Foi o que ele disse — respondi, relutante.

— Bem, então tudo o que você tem de fazer é transformar a saída num inferno. Algo do tipo como perder um cara em dez dias! — Refleti sobre a sugestão de Taylor enquanto cuidava da minha maquiagem. — Ah, meu Deus! Sua putinha! Você quer transar com ele. Está apaixonada por Shawn e quer ter dez mil jogadorezinhos de beisebol, Camila!

— De onde tirou essa ideia?! — E soltei uma gargalhada.

— Dos filmes. — Os olhos de Taylor brilharam, combinando com seu sorriso malicioso.

A campainha tocou, e senti um nó na garganta.

Merda. Ainda não estava pronta.

Minha cara de espanto chamou a atenção de Taylor.

— Vou mantê-lo ocupado até você se aprontar — ela disse.

— Obrigada, amiga.

Escutei o ruído da porta da frente se abrindo. A voz amigável de Shawn ecoou pelo corredor e alcançou meu quarto, me fazendo tremer de nervosismo. Com a mão trêmula, passei o batom e apliquei um brilho claro por cima. Estalei os lábios juntos uma vez e, em seguida, crispei-os para garantir que o brilho se espalhasse de modo uniforme.

Antes de sair do quarto, me olhei pela última vez no espelho, me curvando para frente. Percebi que o jeans de cintura baixa deixava à mostra a calcinha cor-de-rosa. Puxei para baixo a regata e voltei a me curvar. O jeans continuava a escorregar para baixo, mas a regata permanecia firme em torno da cintura.

Quando saí do corredor e cheguei à sala, Shawn emudeceu ao me ver. Em seguida, ele murmurou:

— Você está linda, gatinha.

— Não vou mais sair. — E me virei na direção do corredor. Shawn me deteve com sua reação bem-humorada: — Desculpe, Camila. Não vou mais chamá-la assim.

— Não tenho certeza de que você conseguirá.

— Posso errar uma ou duas vezes, mas você irá realmente me culpar? — Shawn enfiou as mãos nos bolsos da bermuda branca e preta e, em seguida, piscou para mim.

— Sim. Não me chame de gatinha. Isso me incomoda e me faz odiá-lo.

— Ela é sempre assim tão briguenta? — Shawn perguntou à Taylor, com um sorriso malicioso.

— Não costuma ser. Você deve ser especial. — E ela sorriu, tímida.

Lancei um olhar de espanto para Taylor e, ao me virar, vi Shawn sorrindo como se tivesse ganho o maior prêmio da loteria.

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