Capítulo 6

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Shawn


Um mês depois

Naquela noite, "prove" foi a palavra dita por Camila quando saiu do carro e se encaminhou para seu apartamento. Ela também não confiava nas pessoas. Ou melhor, ela não confiava em mim.

Camila Cabello não precisava de salvação, mas eu queria salvá-la.

Camila queria me provar que era diferente de todas as outras meninas que eu conhecera. Pelo jeito, ela não percebia que já era diferente. Eu a convidei para sair, e jamais convidava garotas para sair.

Ficar com uma numa festa ou numa boate era uma coisa. Isso é fácil. Posso fazer qualquer coisa com uma cerveja na mão ou com a plateia observando. Mas convidar Camila para sair em plena luz do dia, completamente sóbrio, com ninguém ao redor... era algo que eu jamais fizera antes.

Ela me deixava muito nervoso. Soube que Camila não era como as outras no momento em que vi sua expressão de desgosto após chamá-la de gatinha. A maioria das meninas ficaria excitada se eu as chamasse de gatinha. Mas Camila não.

Ela me deu a impressão de querer dar um soco no meu queixo. E eu quis beijá-la desde então.

Para provar à Camila que eu era um cara sério, a primeira ordem do dia em minha agenda consistiu em abandonar minha habitual mesa cheia de tietes, passando a me sentar com ela no restaurante do centro acadêmico.

Imaginei que lhe dar atenção prioritária em público demonstraria minha intenção.

Naquele primeiro mês, os sussurros e comentários se espalharam muito rápido, com meus companheiros de time me criticando sempre que podiam. Sem falar no assédio implacável de cada mulher do campus com menos de trinta anos.

Nunca imaginei o quão cansativo era dar as costas para as mulheres. Uma coisa era ficar com elas e cair fora depois, mas me manter completamente fora do mercado era uma situação que eu nunca enfrentara antes.

Em resumo, as garotas não gostam de ser rejeitadas, sobretudo se a causa fosse outra garota. Mas ninguém sabia o que se passava em meu íntimo. Enfim eu conhecera uma menina que não tentara me impressionar.

Camila não se interessava por aquilo que eu fazia como atleta, mas sim por aquilo que eu fazia como pessoa.

Eu estava mergulhando de cabeça naquela história.

Agarrando Camila com as duas mãos.

Em minha lista, o segundo item consistiu em passar o máximo de tempo possível com Camila.

Me tornei um frequentador assíduo do apartamento que ela dividia com Taylor, onde Camila e eu nos convertemos em mestres na arte do namoro.

Jamais imaginei que eu poderia passar horas simplesmente beijando uma garota. Afinal, nunca fiz isso antes.

No último mês, aprendera o quão erótico pode ser o ato de beijar. Diversas noites deixei o apartamento insatisfeito sexualmente, mas completamente satisfeito emocionalmente.

Eu era um galinha.

Antes, eu queria sair para beber uma cerveja e brigar com alguém.

Namorar é melhor.

Com comida suficiente em minha bandeja para alimentar um exército, passei por um grupo de garotas suspirantes para chegar até a mesa de Camila. Uma delas, que se chamava Andrea, me deteve com a mão em meu braço. Rejeitei o contato, olhando de cara feia para sua mão.

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