Capítulo 7

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Camila


Eu andava nervosamente pela cozinha esperando a chegada de Shawn.

— Por que não para de andar? O que você tem? — Taylor desviou o olhar do livro que estudava.

— Não sei. Estou meio ansiosa — admiti, tomando um gole de água.

— Com o quê? Sem brincadeira, Camila, não vi mais Shawn tocar em outra garota desde sua primeira saída com ele, naquela noite.

— Não é isso. — E recomecei a andar.

— Então, do que se trata? — Taylor se endireitou na cadeira, colocando o lápis entre as páginas do livro e o fechando.

Parei de andar de novo e tomei outro gole de água.

— Não entendi por que Dean não pode levar Shawn ao ônibus amanhã. Por que ele quer que eu faça isso? E por que ele está me deixando sua máquina mortífera?

— Meu Deus, Camila. O cara não pode fazer algo legal para você? — Taylor suspirou.

— Por que isso é legal?

— Não é bacana ficar com o carro dele, já que seus pais não deixaram você trazer o seu?

— É legal sim. — Taylor tinha razão, mas minhas defesas ainda estavam em alerta. — Mas por que ele quer passar a noite aqui?

— Sou uma idiota mesmo. — Taylor bateu a palma da mão contra a testa. — É sua primeira noite com Shawn. Você está com medo. É isso.

Senti o estômago revirar.

Encarei a bancada branca e preta da cozinha, com meus olhos perdendo o foco, até o padrão se tornar um torvelinho irreconhecível de nebulosos tons claros e escuros.

— Terra para Camila, câmbio! — Taylor estalou os dedos em minha direção, e despertei do devaneio.

— Não estou com medo. Só... não me sinto pronta.

— Por que não?

— Porque, uma vez que você se entrega a um cara, não há volta. E uma vez que você fez isso, revelam-se sentimentos, emoções e vulnerabilidades que você jamais sabia que era capaz de ter. Não estou pronta para dar meu coração a Shawn. E se ele o partir?

— E se ele não o partir? — Taylor replicou. A batida leve na porta de entrada nos surpreendeu, e Taylor se recompôs antes de mim. — Entre! — ela gritou.

A porta se abriu, e Shawn entrou, carregando sua bolsa de beisebol numa mão e uma maleta na outra. Observei quando ele deixou a bolsa perto da porta e, em seguida, levou a maleta para o meu quarto.

Arregalei os olhos para Taylor antes de ele chegar à cozinha. Ela conteve o riso.

— Oi, gatinha. — Shawn me deu um beijinho na nuca, e senti meus joelhos tremerem.

— Com fome? — perguntei, com um sorriso nervoso.

— Faminto — ele respondeu, antes de me beijar na boca.

Perdida no beijo, os pensamentos se embaralharam em minha mente. E o perfume de canela de sua boca engolfou meus sentidos. Independente de quanto tentasse me opor, Shawn Mendes sempre me deixava arrebatada.

Quando ele parou de me beijar, apoiei a mão na bancada para firmar meu corpo trêmulo. Quando tive certeza de que minhas pernas readquiriram a firmeza, caminhei até a geladeira e abri a porta, observando cada prateleira e gaveta.

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