Capítulo 3

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Nosso apartamento ficava a apenas algumas quadras do campus. Assim, íamos a pé a todos os lugares que podíamos.

Em geral, era muito mais fácil do que lidar com a questão do estacionamento. Havia muitos carros, e os números de vagas jamais eram suficientes. Sem mencionar o fato de que o cartão de estacionamento semestral tinha um custo maior do que o da minha primeira câmera fotográfica.

Esse foi, em parte, o motivo pelo qual meus pais se recusaram a deixar que eu trouxesse meu carro para a faculdade.

As torres de refletores do estádio, iluminando em todas as direções, logo chamaram minha atenção. Parei e me ajoelhei, desenrolando a alça preta da câmera do meu pulso. Tirei a tampa da lente e a coloquei no bolso da calça jeans. Taylor, acostumada com meus hábitos fotográficos, já dera minha falta, e, em silêncio, aguardava por mim.

Levei o visor ao olho direito e fechei o esquerdo. Afastando os cabelos para longe dos olhos, direcionei a lente para pegar apenas o topo do estádio de beisebol, com as luzes e o céu iluminado como pontos focais. Ajustei manualmente o foco e a velocidade. Pressionei o botão de disparo do obturador e escutei o som familiar de clique!, que adorava.

Satisfeita com a visualização na tela, levantei e caminhei na direção de Taylor.

— Boa foto?

— Veremos — disse, pegando a tampa da lente no bolso.

Ainda estava aprendendo a usar minha nova câmera digital. Economizara durante dois anos para adquiri-la, guardando cada centavo do dinheiro de Natal e aniversário dado pelos parentes, e fazendo alguns pequenos trabalhos de fotografia para negócios locais e alunos veteranos do colégio.

Muitas vezes, achava que a foto na pequena tela de visualização da câmera parecia boa, mas descobria que estava tremida ou não tão boa assim quando a visualizava ampliada no monitor do computador. Mas estava aprendendo.

Caminhamos lado a lado até a entrada do estádio. Taylor não brincava quando disse que era um espetáculo. A fila para comprar ingressos era maior que o comprimento do campo, e se estendia até a área de estacionamento. Enfim, entramos no estádio, tirei a tampa da lente de novo, hipnotizada pelo mar de laranja e azul-escuro no qual mergulhávamos.

Todos estavam enfeitados com as cores de nossa faculdade; alguns usando camisas de beisebol com os nomes dos jogadores estampados nas costas. Ri comigo mesma com a quantidade de camisas com a inscrição "Mendes 23", e não resisti a fotografar algumas.

— Camila, venha! Você pode fazer isso depois de nos sentarmos. — Taylor verificava os números dos assentos em nossos ingressos.

Eu a segui, obediente.

— A maioria dos estudantes não se senta nas arquibancadas? — Apontei para o lado esquerdo do campo.

— Depende do que se está querendo ver.

— Ah, não... O que você fez? — Minhas pernas começaram a tremer ao ver Taylor descendo a escadaria até a primeira fila de assentos, a mais próxima do campo. Taylor se virou e abriu um sorriso largo.

— É nesta fila — ela avisou, procurando o assento e olhando para a esquerda, na direção do abrigo do time. Também virei a cabeça e notei que estávamos muito próximas do abrigo.

— Desculpe, Taylor, mas não vou me sentar aqui.

— Vai, sim. São nossos assentos. Todos os outros foram vendidos. — Taylor sorriu com inocência e deu um tapinha no assento vazio ao seu lado. Fiz cara feia.

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