Capítulo 21

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Shawn


Fiz a garota da assessoria de imprensa do estádio me mostrar onde eram os assentos que deixara para Camila.

Quando ela me mostrou, fiz um gesto negativo com a cabeça.

— Não são bons. Preciso de dois assentos ali. — Apontei para a fila diretamente alinhada com o abrigo dos jogadores. — Não me importo se tenho de comprá-los. Só quero que você me consiga dois assentos ali.

Queria conseguir ver Camila. Precisava vê-la.

— Posso fazer isso para você. Só vou verificar se estão disponíveis. Já volto. — Ela jogou os cabelos para trás e se afastou.

Percorri com os olhos o estádio em que estivera tantas vezes quando criança. Sentia-me muito orgulhoso.

Pulei a mureta que dava para o campo, virei-me e observei os assentos que escolhera. Caminhei até o monte do arremessador, olhando para os lugares escolhidos, e, em seguida, acomodei-me no abrigo. Os assentos que escolhi eram perfeitos.

— Shawn? Shawn? — a garota da assessoria de imprensa me chamou.

— Estou aqui. — Saí do abrigo e fui para o campo.

— Você está com sorte. Os lugares estão disponíveis. Que nomes coloco na reserva?

— Camila Cabello e Taylor Switf. Obrigado pela ajuda.

— Por nada. Estou aqui para isso mesmo.

Desde que meu técnico no Ensino Médio enfatizou a mensagem de "Concentre-se no jogo e mantenha os olhos afastados da torcida", nunca olhei para o público. No entanto, hoje à noite, não conseguia me controlar.

Olhei para os assentos vazios à minha esquerda ao menos umas cem vezes, esperando que Camila aparecesse.

Foco, Mendes. Você está sendo ridículo.

Respirei fundo, fitando as luzes do estádio da liga principal e soltando a respiração devagar. Voltei a olhar para a esquerda. Pés! Sapatos de salto alto pretos! Ao notá-los, fui até a lateral do abrigo próxima dos assentos. Olhei para a esquerda, e vi Taylor.

Sorri quando ela se virou para mim e acenou. Acenei de volta e apontei para o assento vazio. Ela fez um sinal de negativo com a cabeça e meu sorriso desapareceu. Tentei balbuciar: "Ela não vem?"

Aparentemente, Taylor não conseguiu ler meus lábios.

— Mendes! Venha cá — o técnico gritou. Obedeci. — Vá se aquecer.

Peguei uma caneta e um pedaço de papel. Escrevi "Onde ela está?" e levei o papel para nosso menino que cuida dos tacos e outros equipamentos.

— Ei, Cody, faça-me um favor. Está vendo aquela garota de cabelos loiros ondulados e bolsa cor-de-rosa?

— Aquela com a camisa do Diamondbacks?

— Sim. Leve isto para ela, por favor.

— Claro, Shawn.

— Espere pela resposta e, depois, passe para mim, ok?

— Ok.

— Obrigado, Cody. — E então, peguei minha luva e corri para o campo externo, onde os jogadores fazem o aquecimento e também descansam quando estão fora do jogo.

Não me dei conta de que estava passando a maior parte do jogo no campo externo, o qual era bem distante dos assentos que reservei.

Corri até o abrigo, procurando por Cody como um louco. Finalmente, encontrei-o, e ele me entregou o pedaço de papel dobrado: "Camila não pôde vir. Disse que é muito difícil. Shawn, ela está indo hoje à noite para Nova York. Camila está se mudando para lá".

Corri para a extremidade do abrigo.

Desesperado, vi Dean sentado no assento que comprei para Camila. Meio gritei, meio sussurrei seu nome. Dean se virou, arregalando os olhos quando me viu.

— Qual é o horário do voo dela? — Eu não dava a mínima para as pessoas próximas.

— Ela vai sair do apartamento às dez e meia.

Feito louco, olhei em volta procurando um relógio, sabendo muito bem que não havia um no abrigo do time visitante. Assim, inclinei-me sobre a mureta e conseguir ver o placar. O relógio marcava nove horas e três minutos.

Respirei aliviado. Ainda tinha tempo.

...

O som dos pneus freando no estacionamento fizeram Camila se virar na minha direção. Um motorista de táxi colocava a última de suas bolsas de viagem no porta-malas. Saltei para fora de meu carro e corri até ela.

— Camila! — Não parei nem quando meu boné voou.

— Shawn, o que faz aqui? Você não estava jogando? — Camila arregalou os olhos.

— Já acabou, e eu vim direto para cá. — Estendi as mãos e agarrei seus ombros, como se meu toque fosse capaz de detê-la. — Então é verdade? Você está indo embora?

— É uma oportunidade incrível, Shawn— Camila respondeu, num tom frio.

— Mas você nem terminou a faculdade ainda.

— Você também não tinha terminado quando saiu para ir atrás de seus sonhos. Se não der certo, volto e acabo. Mas não preciso obter meu diploma para fazer o que quero fazer.

— Não vá.

— O quê?

— Não vá, gatinha. Não atravesse o país. Sei que o que fiz talvez não tenha conserto. Mas quero tentar. Preciso tentar. Não posso deixá-la sair de minha vida sem saber que fiz tudo ao meu alcance para manter você nela.

— O que você está dizendo, Shawn?

— Estou dizendo que amo você. Nada na minha vida vale a pena se você não fizer parte dela. Você é uma parte de mim. E não posso deixar essa parte escapar. Quero ficar com você. Sei que não agi bem. Sei que você não confia em mim, mas lhe provarei que pode confiar.

— Não posso ficar aqui, Shawn. Já aceitei o emprego. E eu quero ir.

— Então diga que vamos encontrar um jeito. Diga que resolveremos as coisas.

— O relacionamento a distância não funciona para nós.

— Será diferente desta vez. Aprendi a lição. Sei o que está em jogo. Sei o quanto tenho a perder. Prometo que nunca mais vou fazer besteira.

Acariciei as mãos de Camila, não querendo soltá-las.

Então, ela entrou no táxi, fechou a porta, abriu a janela e disse:

— Prove.

Senti um aperto no coração quando o táxi começou a se afastar, e a imagem de Camila na janela traseira se perdeu na distância.


-x-

Camila, se tu fica eu entro dentro desse computador e dou dois tapas no meio da tua cara pra tu aprender a tomar vergonha

agora trate de arrumar outro homem

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