Capítulo 23

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Camila


Depois de Joey me deixar na porta do meu prédio, subi correndo as escadas, entrei no apartamento, fechei a porta e me joguei no sofá usado que comprara logo que cheguei a Nova York. Pouco depois, o celular tocou.

Era Taylor.

Após as saudações de praxe, contei-lhe que vira Shawn naquela noite.

— Ele também me viu, Tay. Foi horrível.

— Como assim? Conte tudo.

— Finalmente concordei em sair com Joey. Ele é bem legal, por sinal. Acho que ele me escutou por acaso falando para alguém que fui amiga de um jogador de beisebol na faculdade, e que esse meu amigo agora jogava no Diamondbacks. Bem, Joey achou que seria bacana me fazer uma surpresa...

— Ah, não... Não é possível... — Taylor interrompeu.

— De repente, estávamos diante do estádio onde o time de Shawn jogaria. No momento em que Shawn começou a se aquecer, perdi completamente o controle.

— Prossiga.

— Saí correndo de meu assento, e Joey gritou meu nome. Gritou tão alto que achei que os astronautas no espaço escutaram!

— Ah, meu Deus!

— Eu me virei, e Shawn estava olhando para mim com uma expressão que eu nunca vi.

— Meu Deus.

— Acho que Shawn me odeia. — Solucei ao telefone, querendo que Taylor estivesse ao meu lado.

— Ele não odeia você. Pare de dizer isso.

— Você não viu a expressão dele. O que eu faço? Mando um torpedo para Shawn? Não faço nada?

— O que você quer fazer?

— Estou cansada de não fazer nada em relação a Shawn. Nos últimos seis meses, aceitei o fato de ele não ter me procurado. Mas, durante todo o tempo, enlouqueci tentando imaginar o motivo. Sei que podia ter acabado com todo o meu sofrimento pegando o telefone e ligando para ele. Mas fiz isso? Não, porque isso é o que uma pessoa normal e mentalmente sã faria. O que não é o meu caso.

— Acho que você deve mandar um torpedo para Shawn. Ou ligar. Mas tem razão, C. Você deve dizer alguma coisa. Essa história de vocês dois têm de chegar a uma conclusão. Ou vocês resolvem tudo ou encerram o caso e seguem em frente.

— Não quero encerrar o caso. Não quero seguir em frente.

— Eu sei que não quer, mas essa coisa entre vocês dois... o que quer que seja... sei que não é bom para você. E duvido muito que seja bom para Shawn.

— Tudo bem, acho que vou ligar para ele enquanto ainda está jogando, e deixo uma mensagem na caixa postal.

— Você é uma banana.

— Eu sei, mas assim deixo a bola nas mãos dele.

— Ligue depois. Amo você.

Depois de Taylor desligar, liguei para o número de Shawn. A ligação caiu direto na caixa postal.

— Oi, Shawn, sou eu... Camila. Só queria me desculpar pela loucura no jogo de hoje à noite. É uma longa história, mas... — Fiz uma pausa. — Estou com saudade de você.

Shawn não retornou a chamada.

Duas semanas se passaram.

Pelo interfone, o porteiro de meu prédio informou, com sua voz amável, que deixaram um pacote para mim na portaria.

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