eleven

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— Você..gosta de crianças? – Gojo se pronunciou depois de uns minutos te observando.

—Bem, tem alguns que são fáceis de se lidar..gosto desses. – Você ergueu cuidadosamente o garotinho e o olhou bem. 

Os traços dele eram fofos, o mesmo tinha uma carinha que você já notara ser típica dele, que basicamente se mantia neutra a maioria da vezes. Estar com Megumi em braços era aliviador com base nos acontecimentos de horas atrás. 

— Humm, cadê a mãe dele? – Perguntava cautelosamente. 

O homem ficou sério por um tempo, encarando um ponto aleatório do cômodo parecendo pensar no que dizer. Você começava a se arrepender de ter perguntado isso, não era da sua conta, de qualquer forma. Gojo estreitou os olhos e suspirou.

— Está morta. 

Você arregalou os olhos e a vontade de saber mais só aumentou, mas pela reação de Gojo, não deveria tentar saber mais nada por agora. Porém agora entendia um pouco o motivo do garotinho ter a chamado de mãe, por ele ter crescido sem uma figura materna, acabou achando ela em você quando a viu. 

Megumi sentou-se no seu colo, virado para Gojo que as vezes fazia algum gesto para assustar o pequeno. O tempo se passou rapidamente e os dois logo tiveram que se despedirem, mesmo Megumi não querendo, mas pra você, aquele pequeno tempo que passaram juntos salvou o dia horrível que tivera.

Antes de passar pela porta, Gojo virou-se e anunciou:

— Virei aqui algumas noites, quando não tiver ocupado. – Ele não esperou resposta e foi embora.

Ao menos a presença dele não era tão desagradável igual a de Fushiguro, e tendo Megumi junto era o que melhorava quase 100%. Olhando bem, Gojo quem mais se parecia com pai do garotinho, não pela aparência, mas por passar mais tempo com ele do que Fushiguro provavelmente passava e consequentemente, cuidar dele mais, também.

Com a cabeça sendo ocupada por mais alguns pensamentos, você caiu em um sono profundo sem sonhos ou pesadelos, recebendo o descanso que merecia. Quando acordou no dia seguinte, já passavam das onze horas e não encontrara nenhum grão de comida sobre a mesa.

Por ter acabado de acordar não sentia fome, mas durante o resto do dia seu estômago reclamaria, mas sabia que seu novo castigo era ficar sem comida ou água por sabe lá quanto tempo. Como meio de fuga, tentou voltar à dormir.

...

Quatro dias se passaram, quase tudo voltou ao "normal", mas Fushiguro não botou os pés no seu quarto uma única vez, a raiva dele ainda não havia passado totalmente então era melhor ficar longe. Gojo também não aparecera com Megumi esses dias, talvez estivesse bem ocupado para fazer isso.

Você voltara a conversar com Sophia mais frequentemente e se tornaram mais amigas que antes, chegando à passarem horas conversando, Sophia usava a oportunidade da faxina semanal para fazer companhia por quase duas horas, algumas vezes. A mais nova dizia à você certas coisas que aconteciam na casa, mas nada nunca era interessante o suficiente.

Uma revisão geral no seu quarto também era feita diariamente, retirando qualquer possibilidade de uma outra fuga. A forma que Fushiguro queria mantê-la presa a todo custo lhe intrigava, mas você se sentia como um tipo de brinquedo que ele mantia guardado, que somente ele poderia usar e viria vez ou outra usufruir dele.

O sol estava quase se pondo quando Fushiguro invadiu seu quarto, lhe assustando com a entrada súbita dele. Era a primeira vez que ele aparecia durante o dia. Fushiguro parecia sério, mas calmo, você o lançou um olhar de desdém que o fez rir seco.

— O que está fazendo aqui, Fushiguro? – Você perguntava vendo ele se aproximar da cama até sentar-se nela.

— Sabia que a polícia tá um saco lá fora, procurando por você? Patético. – Ele riu sem vontade, você se remexeu na cama com o coração acelerado.

Não que duvidasse antes, mas agora tinha certeza de que sua mãe está fazendo o possível para te encontrar. Se eles pegarem Fushiguro, você estaria finalmente liberta do inferno que é viver trancafiada vinte e quatro horas em um quarto, sendo vigiada por um homem desagradável. Era notável um pequeno brilho no seu olhar, isso fez o homem abrir um sorriso cínico. 

— Você pensou que eles podem me pegar, uh? Não seja boba, pirralha. 

Você trincou os dentes, ao menos que ele fosse muito astuto ou tivesse dinheiro o suficiente para subornar a polícia, ele não poderia ser preso. Fushiguro agarrou suas pernas e a puxou para a beirada da cama, te fazendo soltar um grito assustado, ele ficou por cima do seu corpo, apoiando o peso nos braços que a impediam de fugir.

Ele abaixou lentamente a cabeça, a respiração regular tocando sua orelha e deixando todo seu corpo em alerta. Mesmo que tentasse empurrá-lo, era inútil, o corpo dele parecia uma pedra. A voz grave e amedrontadora preencheu seus ouvidos.

— Tenho que reforçar que, você só sai quando eu quiser..? A polícia é apenas uma pedra no meu sapato. – Fushiguro parecia entediado ao falar. 

— O que você quer de mim...? – Sua voz estava falha por conta da proximidade. 

— Você. – Você fez uma careta, homens realmente se acham os maiorais, principalmente os que tem poder, ou melhor, dinheiro.

— Você não é a porra do dono do mundo, só me deixe em paz, inferno! – Sussurrou, ele não parecia se ofender com suas palavras, pelo contrário. 

Fushiguro beijou suavemente seu pescoço lhe surpreendendo, você se contorceu com a ação dele, seu pescoço era um dos seus pontos fracos. Fushiguro sorriu divertido percebendo o efeito causado, hoje ele estava especialmente com vontade de ter algum avanço sobe você, coisa que foi impedida antes por causa das suas palavras.

Poderia parar de novo, caso quisesse morrer hoje e talvez levar Gojo com você, mas resolveu ficar calada e esperar o que estava por vir. Fushiguro sugou sem pressa a pele fina do seu pescoço, você tentou bater nele para pará-lo, porém acabou recebendo uma mordida em resposta. Você arfou de dor.

A mão esquerda de Fushiguro se movimentava com lentidão pelas extremidades do seu corpo, enviando arrepios para sua espinha. Os lábios dele subiram alguns beijos alcançando seu maxilar, queixo e por fim, boca. Você prensou seu lábios tentando resistir ao beijo dele, porém um aperto repentino na sua cintura a fez abrir a boca, surpresa. 

A língua dele invadiu sua boca com rapidez, sugando a sua com vontade e brincando com a mesma. Você arfou em meio ao beijo, Fushiguro era experiente naquilo, não podia negar, mas com o pingo de sanidade que lhe restara, você mordeu com toda a força que tinha o canto do lábio inferior dele, sentindo o gosto metálico do sangue.

Fushiguro se afastou e levantou a olhando de cima, os olhos cerrados enquanto levava o polegar até o machucado, o sujando com algumas gotas de sangue e encarando o mesmo. Ele soltou uma risadinha, passando a língua sobre o corte. 

— Vagabunda. – A cena que tinha dele era extremamente sexy, mas seu coração não se acalmava ainda por causa da mordida. 

Ele ergueu o pulso, elevando a manga do terno e da camisa social, mostrando um relógio preto aparentemente caro, você ficou encarando o objeto por um tempo, ele realmente chamava atenção. Fushiguro amaldiçoou algo e então voltou o olhar para você, percebendo sua fascinação pelo relógio dele.

Sem muitas cerimônias, o moreno retirou o objeto e jogou ao seu lado, indo embora tão rápido como chegou e a deixando incrédula. Fora de pensamentos, podia sentir sua boca levemente inchada e formigando, mesmo não durando muito, o beijo de Fushiguro causou grandes efeitos em você.

— Ah merda, não quero vê-lo tão cedo...

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora