twenty one

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Ao ser apresentada às pessoas que estavam ali, não demorou para se iniciar uma conversa, mas em nenhum momento alguém tentou entrar no assunto do seu sequestro e você agradeceu internamente por isso.

Mesmo sendo "bem tratada" entre aspas, pois Fushiguro ainda não era totalmente gentil com você, lhe era desconfortável falar sobre. Querendo ou não, ainda era um sequestro. Por puro capricho, Fushiguro tirou sua liberdade, você agora vivia como um animal enjaulado em uma casa.

Percebendo que você estava perdida em pensamentos, Olívia, uma garota da mesma idade de Sophia, filha de um dos jardineiros e agora sua nova amiga, estalou os dedos frente ao seu rosto.

— Alôôô? O que foi, [nome]? – Você piscou os olhos várias vezes e voltou a si.

— Ah, nada, só estava pensando que estou cheia de tanto comer esses doces.. – Fez careta ao olhar para a tigela quase vazia de pequenos biscoitos de frutas vermelhas.

— Haha, você não parou um segundo de comê-los. – Isso era verdade, os biscoitos eram tão deliciosos que você não conseguia largá-los.

— Céus, eu tenho comido tanta besteira, nem sei como continuo magra. – Todos riram.

Você se levantou e caminhou em silêncio até a entrada da casa. Geto notou sua ausência e foi rapidamente atrás de ti, levemente impaciente.

— Onde a madame quer ir agora? – Você lançou um olhar afiado para ele ao sentir o mínimo tom de sarcasmo.

Ignorando a pergunta dele, vocês chegaram na frente da casa e, para sua surpresa, não tinha vista alguma fora a de um "muro" de folhas e rosas vermelhas. Não se sabia se aquilo era para cobrir a visão da casa para as pessoas de fora, ou para cobrir a visão da rua para quem estava dentro. Talvez os dois.

Você e Geto andaram pelos arredores da casa, o terreno era tão grande quanto sequer pudera imaginar. Dava para ver a casa principal perfeitamente e o quintal dela era a casa que você estava, e essa casa também tinha um quintal enorme. Para alguém que não tem nada para fazer, é um bom espaço para espairecer de vez em quando.

A mistura do sol quente e vento frio era incrível, as plantas tornavam o clima muito agradável. Havia um único banco do lado em que mostrava a traseira da casa em frente. Com enormes vidros ao invés de paredes, dava para ver quase todos os cômodos e movimentos dentro do limite.

Aproveitando que suas pernas já estavam se cansando de ficarem em pé, você sentou naquele banco. Felizmente a casa fazia sombra onde estava.

Você fechou os olhos por um momento e respirou profundamente várias vezes. O ar puro definitivamente era um ótimo relaxante e não tinha muito barulho pelo local, a sensação passada era ótima. Geto respeitou seu momento e ficou em pé ao seu lado. Ele poderia ser facilmente confundido com uma estátua humana.

Ao abrir os olhos novamente, você ficou assistindo o movimento na casa à frente e por ser entendiante, lhe dava sono. Não tinha nada demais e a maioria dos funcionários que via pareciam mais sérios do que os que conheceu minutos atrás.

Você não fazia ideia do horário, mas cada vez mais o clima antes fresco, parecia esquentar aos poucos. Quando estava para levantar, Fushiguro apareceu. Seus olhos observavam com curiosidade ele parado na entrada da cozinha conversando com um outro homem.

Quando eles terminaram, Fushiguro olhou rapidamente na mesma direção que você estava e ao vê-la, permaneceu parado. Mesmo com uma certa distância, podia sentir um certo nervosismo com o contato visual duradouro, mas..não era algo ruim dessa vez.

Seu coração estava com os batimentos um pouco alterados. Você piscou inúmeras vezes e olhou para qualquer outro lugar que não fosse ao redor de Fushiguro. Era constrangedor manter contato visual nesse momento, mesmo não sabendo o por quê.

— Ow, você está bem? – A voz de Geto lhe chamou.

— Oh, é..hum, sim estou bem, por que pergunta? – Tentou parecer normal.

— Você parece meio vermelha. Tá ficando doente por tomar um pouco de sol? – Brincou.

Você fez uma careta tão grande que até o homem ao seu lado te achou ridícula. Não era possível que seu rosto realmente tenha dado uma corada com apenas um olhar. Vocês só estão em "bons lençóis" por apenas 8 dias e mal se falam.

Por isso, só lhe vem em mente o motivo desse seu comportamento estranho por causa de que Fushiguro é um homem realmente atraente e com certeza deixa qualquer pessoa do mesmo jeito que você ficou com apenas um olhar.

— Não é nada, isso deve ser impressão sua. – Você levantou e mesmo sem virar para ver, sabia que Fushiguro continuava ali. — Vamos, quero voltar para o quarto.

Fushiguro soltou um suspiro alto enquanto bagunçava o cabelo, você tinha acabado de sair de volta para o quarto. Ele ficou levemente curioso sobre sua reação conhecendo a casa. Quando a viu sentada naquele banco, parecia que estava a um bom tempo relaxada ali.

Ele também sentiu uma certa satisfação ao vê-la não conseguir sustentar o olhar dele. Fushiguro acendeu um cigarro e voltou para o seu escritório.

...

— Aaah, eu tô tão cansada. – Você bufou. Sophia estava novamente em seu quarto, lhe entregando almoço.

— Nós consumimos muito a sua energia?

— O quê? Não é isso, eu apenas penso agora que não deveria ter me apressado tanto para sair. – Pegou o copo de com suco de abacaxi, bebendo uma quantidade considerável.

— Por quê?

— Bom, pela notícia inesperada eu não reuni o tanto necessário de energia e encontros também inesperados me consumiram. – Você ficou calada por um tempo. — Entende o que quero dizer..? – Falou em um gemido.

Sophia soltou uma risadinha e assentiu lhe arrancando um sorriso. Mesmo que você não falasse nada com nada, ela entenderia. Isso a tornava uma amiga melhor ainda, lhe lembrando um pouco de Lisa nesse quesito.

— Obrigada, Soph.. Por me ajudar tanto. Nos primeiros dias aqui eu achava que iria ficar sozinha, esse pensamento me aterrorizava, mas graças a você eu tive com quem desabafar e conversar livremente.

— Obrigada também, [nome]. Você é uma das poucas pessoas com quem me sinto confortável para falar normalmente. – Ela te puxou para um abraço apertado.

....

Depois do almoço, você avisou que não iria precisar levar comida de tarde pois ia dormir até a hora que Fushiguro batesse sua porta trazendo Megumi outra vez.

A noite, você acordou meia hora antes de Fushiguro e Megumi chegarem porém não teve coragem para sair da cama, estava preguiçosa essa noite.

Uma batida na porta e então entra Fushiguro, mas ele estava sozinho. Ele parecia despreocupado e de bom humor. Você arqueou a sobrancelha sem entender o porquê dele não estar acompanhado do filho.

— Cadê o Megumi?

Um sorriso mínimo cresceu nos lábios de Fushiguro.

~•~•~

A autora voltou, irra🤠
me perdoem por passar tanto tempo sem atualizar e pra me redimir vou tentar soltar ao menos 1 cap por dia até segunda.

Ah e feliz ano novo atrasado fml, vocês são incríveis, obrigada por tudo.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora