thirty one

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Era sexta à tarde, você estava na sala de lazer da mansão juntamente à Geto, Megumi, Sophia e Olívia. A criança observava junto à Geto e Sophia a disputa de lançar dardos em um alvo entre você e Olívia. Ela estava ganhando com seis acertos e duas derrotas. Seu desespero era notável pois apostara cinquenta mil ienes com ela. Não tinha o dinheiro, mas poderia dar seu jeito caso perdesse.

Seus acertos eram de quatro dardos, quem chegar à dez primeiro, ganha. Geto ria do seu fracasso enquanto Sophia lhe dava forças. Sua mira já não era tão boa e com as provocações de Olívia dificultava mais ainda. Megumi estava nos braços de Geto, impressionado com o jogo.

— Joga logo, [nome]. Ou está com medo de errar esse também? ‐ A garota lhe apressou quando chegou sua vez. Você xingou ela e se posicionou para atirar.

Cinco centímetros. Você errou o meio do alvo por apenas cinco centímetros. Geto e Olívia gargalharam, seu corpo caindo esparramado na poltrona atrás, irritada. Ouvir Megumi bater palmas só a fez choramingar, sabia que ele não entendia bem o que estava acontecendo mas mesmo assim não pôde deixar de se afetar.

— Sério, eu odeio vocês. ‐ Você falou, pegando duas almofadas e lançando uma em cada um dos dois que riram.

Sua adversária lançou o dardo dela, errando também para a sua felicidade. No fim, ela acabou ganhando, você com apenas um ponto atrás dela. Agora teria que pagá-la cinquenta mil, mas a pergunta é: como? Você deixou para pensar depois já que não tinha prazo para pagar. Depois foi a vez de Geto enfrentar Olívia, e infelizmente ela perdeu feio. Bom, já era esperado considerando o trabalho dele.

Com isso, você entregaria a quantia em dinheiro para ele, já que apostaram o mesmo preço. Megumi veio para seus braços, descansando ali. Agora todos bebiam um coquetel de frutas, sem álcool, ao mesmo tempo que conversavam descontraídamente, com exceção de Geto que resolvia um quebra-cabeças.

Eram momentos como esse que aliviavam seu estresse do dia à dia, era grata à eles por fazerem isso. Sophia ligou a enorme televisão, colocando em filme para prender a atenção de vocês, um de terror foi escolhido. Felizmente Megumi tinha cansado de sentir toda a euforia enquanto assistia vocês jogarem, acabando por adormecer em seus braços logo após terminar a bebida dele.

A noite chegou, você e o garotinho estavam de volta ao seu quarto outra vez, ele continuava dormindo. Seus dedos acariciavam o rosto dele, vendo-o ficar cada vez mais relaxado por conta disso. Vez ou outra olhava o celular, havia falado com sua mãe e tentado dar a melhor desculpa possível, dessa vez escondendo o fato de que foi sequestrada. Felizmente ela e sua gata estavam bem, apesar da preocupação que sua mãe sentiu ao passar muito tempo sem notícias suas.

Estar em outro país e com o celular quebrado foi sua desculpa, mas aparentemente ela acreditou. Uma única batida em sua porta e Fushiguro mostrou as caras. Você desligou o celular rapidamente e se ajeitou na cama com o filho dele em seus braços. O mesmo olhou vocês dois sem falar nada, e então sorriu.

— Ouvi que se divertiram muito essa tarde.. - Começou ele, os braços cruzados sobre o peito e o corpo encostado na parede. Você arqueou uma sobrancelha, com cara de tédio. — E você perdeu para a Olívia. - O olhar que recebera foi de desaprovação.

— Ah! Obrigada por me lembrar disso, tenho algo a pedir. ‐ Sua feição era calma e havia um sorriso em seus lábios. Fushiguro sabia que vinha coisa, mas deu permissão para continuar. — Perdi uma aposta, talvez saiba disso, e preciso de cinquenta mil ienes. Eu sei que você tem dinheiro de sobra, então... - Equilibrou Megumi com apenas um braço e estendeu o outro, fazendo menção para que o homem colocasse o dinheiro em sua mão.

— Perdeu? Que pena.. Mas o que te faz pensar que vou lhe entregar todo esse dinheiro? - Ele deu risada, seu sorriso só fez se alargar, você inclinou seu tronco na direção dele.

— Não era você, Toji, que queria fazer eu me apaixonar por ti? Então se não quiser o efeito oposto, terá que fazer tudo que eu mando. Me dar esse dinheiro é uma das minhas ordens. ‐ Você provocou ele. Fushiguro que estava sério a escutando, teve um sorriso se alargando em seu rosto ao terminar de ouví-la.

Essa sua atitude só o ganhou ainda mais. O homem se afastou de onde estava e parou ao seu lado. Ele estendeu a mão e agarrou seu queixo com o mínimo de força, apenas para fazê-la manter o olhar no dele. O mesmo aproximou o rosto do seu, ficando à centímetros de distância.

— Você é tão atrevida. ‐ Sussurrou, não deixando o sorriso animado desaparecer. Você lutou ao máximo para não perder a compostura diante a tentativa de intimidação dele, mantendo o rosto sério. Moveu sua mão para entre a mínima distância de seus rostos e o relembrou de que queria o dinheiro.

Fushiguro ponderou por uns segundos, sem desviar o olhar do seu. Um pequeno bolo de dinheiro foi retirado do bolso do terno dele pelo mesmo e colocado em sua mão. Você sentiu uma sensação de vitória sobre ele. Fushiguro se afastou, se apoiando na parede perto da sua cama dessa vez. Seus olhos analisava a quantidade de dinheiro, eram notas de dez mil e deveria haver mais do que apenas cinquenta, talvez tivesse duzentos mil ali. Era muito dinheiro, quase se sentiu obrigada a agradecer, quase.

— Então, você perdeu em um mísero joguinho de dardos? Que decepção. ‐ Dessa vez podia perceber que ele falava um pouco sério, você o olhou e deu de ombros.

— Não estava jogando para agradá-lo e também não tenho culpa se minha mira não é tão boa.

Megumi se remexeu em seus braços antes que Fushiguro pudesse responder, atraindo a atenção de vocês dois. Bom, já fazia algumas horas que ele dormia, estava acordando agora por provavelmente sentir fome. Você colocou o garoto nos braços de Fushiguro, sem a permissão dele. O olhar que recebera parecia de um pai novato que não sabia o que fazer, você revirou os olhos.

— Ele está acordando. Leve ele pra comer e depois dê seu jeito de gastar as energias dele outra vez. ‐ Fushiguro cerrou os olhos, mas saiu com ele, antes de sumir da sua vista, avisou:

— Já que sua mira não é boa, amanhã você irá treiná-la. - Você arregalou os olhos e gritou "não quero!" para ele enquanto o mesmo desaparecia.

Você bateu os braços no edredom, indignada com ele. Por que do nada isso? Se Fushiguro vier mesmo, será obrigada a passar mais tempo com ele e não se alegrava com essa notícia. Seus olhos fitaram o pequeno bolo de dinheiro que estava em cima das suas pernas, retiraste a borrachinha que prendia as notas. Trinta e duas notas de dez mil estavam agora espalhadas em sua cama.

O que ganhara facilmente com Fushiguro é igual à três meses de trabalho duro no seu antigo emprego. Um suspiro desacreditado foi solto, ainda não conseguia crer no quão rico ele deveria ser. Sophia veio com sua janta, pizza! Não era do seu sabor favorito, mas estava deliciosa, os cozinheiros eram incríveis.

— Não acredito que o senhor Fushiguro lhe entregou tão fácil assim! - Sophia estava chocada após você contar o que se passou pouco tempo atrás.

— Pois é, né?! Ele realmente tá levando a sério o papo de fazer eu gostar dele, inacreditável. Mas, não me importo, irei apenas aproveitar até a hora que ele canse e pare com essa palhaçada. ‐ Enfiou mais um pedaço de pizza na boca ao terminar de falar. Não iria nunca se apaixonar por ele, nem que o inferno congele.

Não importa o quanto fosse mimada, pelo que foi lhe dito por ele dias atrás, ficou claro que só gosta de você porquê vê a ex-mulher dele em ti. Sophia foi embora quando você terminou o jantar e você foi tomar um banho. Amanhã com certeza seria um dia cansativo.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora