twenty three

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Outro dia, às oito horas da manhã você decidiu tomar um pouco de sol. Apenas ontem teve a oportunidade de sair, mas só aquele pequeno tempo não era suficiente, ainda mais para um corpo que não recebia sol diretamente à dois meses e meio.

Geto estava entediado e sonolento enquanto a guiava para o jardim. Desde que ele se tornou seu segurança particular, perdeu a maior emoção que antes seu trabalho proporcionava.

Você compreendia ele e por esse motivo, no meio do caminho teve a ideia de parar na área de lazer que vocês tinham visitado ontem. Geto não entendia o que você tanto revirava entre as pilhas de jogos até que resolveu perguntar:

— Ow, o que quer aí? – Você continuou procurando.

— Algum jogo pra distrair enquanto o tempo passa. – A expressão dele era "é sério isso?". — Pode ser qualquer coisa fácil de levar, apesar de eu não dar certeza se vou saber.. – Sussurrou envergonhada.

O moreno coçou a cabeça e respirou fundo. Ele não queria gastar tempo a ensinando jogar sendo que ele poderia usar esse tempo para dormir. Geto saiu andando na sua frente que, ao vê-lo fazendo isso, foi atrás sem entender.

— Vamos fazer o seguinte, madame. – Geto finalmente falou quando já estavam fora da casa. — Você fica aí no solzinho e eu vou dormir.

— Urgh, vocês homens são tão chatos, nem sei porque tentei ser legal.

Não esperou qualquer reação dele e tomou a frente indo para o mesmo local que sentou ontem. Porém dessa vez você sentou na grama no meio do sol e Geto deitou no banco, na sombra.

A grama estava úmida e o céu intercalava entre ficar nublado e limpo. Você acabou cochilando ali já que não tinha mais nada para fazer.

...

A babá de Megumi terminou de o alimentar e então o garoto perguntou se podia ir ver o pai dele. A mulher sabendo que Fushiguro ainda dormia, recusou o pedido do garoto, que ficou levemente chateado. Gojo entrou no momento e fez uma cara como de quem ia aprontar.

— Megumi-chan, estava te procurando. Bora ver seu velho. – O pegou no braço, mas como a babá tinha medo de ser repreendida por deixar Megumi acordar Fushiguro, tentou intervir.

— S-senhor Gojo, fui instruída à não deixar Megumi ir ao quarto do mestre Fushiguro quando ele estiver-

Ela se interrompeu quando Gojo virou a cabeça, mostrando-a um olhar sério. Ele odiava que pessoas abaixo dele o tentasse impedir de qualquer coisa. Apenas o chefe ou alguém do mesmo nível dele podia fazer algo.

— Desculpe. – Ela se curvou.

Sorrindo como se nada tivesse acontecido, eles saíram do local. Durante o percurso, subindo as escadas, o albino lhe encontrou cochilando na grama e Geto dormindo no banco. Gojo cerrou os olhos.

— Ha, dois preguiçosos. – Megumi o olhou sem entender, mas ele não ligou e continuou subindo.

Depois de percurso consideravelmente longo para uma casa, os dois pararam em frente ao quarto de Fushiguro. Gojo não imaginou que ele ainda estava dormindo, eram quase nove horas e Fushiguro raramente dormia tanto assim.

— Pelo menos não desperdiçou minha viagem. – Deu ombros e colocou Megumi no chão. Ele se agachou e sussurrou para o garoto. — Agora, vai lá e acorda ele do jeito que achar melhor. – Piscou.

Megumi concordou e correu para cima da cama. Fushiguro estava deitado de bruços com os braços cruzados em baixo da cabeça, o quarto estava escuro e frio por causa do ar ligado. Megumi subiu nas pernas do pai e engatinhou em cima dele até chegar em suas costas.

Fushiguro já havia despertado quando sentiu o filho fazê-lo de tapete, mas permaneceu de olhos fechados para ver o que dava. Para sua surpresa, Megumi deu uma mordida no ombro dele, próximo ao seu rosto.

— Eu virei mordedor de pirralho agora? – Sua voz estava rouca e um pouco falha, ele pigarreou algumas vezes para normalizar.

— Papa tá acordado? – Perguntou baixinho. Fushiguro ainda tinha os olhos fechados.

— Claro que estou.

— Papa não vai brigar com Gumi, né? – Fushiguro abriu um olho pensando no que responder e no mesmo momento Gojo acendeu as luzes.

Com a claridade, o moreno cobriu o rosto rapidamente, o garotinho fez o mesmo. Fushiguro xingou Gojo e virou-se habilidosamente, sem derrubar Megumi.

— Desgraçado..sabia que era obra sua. – Gojo deu risada e encostou-se na lateral da entrada.

— A bela adormecida acordou. Esqueceu que tem trabalho? – Fushiguro bufou.

Megumi que tentava subir nas costas dele foi segurado pelo mesmo que levantou logo depois. O lençol de Fushiguro deslizou e ficou entre o chão e a cama, ele colocou Megumi sobre uma poltrona que havia ali e foi para o banheiro.

— Vá chamar alguém para arrumar isso. – Ordenou do banheiro.

Gojo saiu para fazer o que lhe foi mandado e ao mesmo tempo, Fushiguro se ajeitava para começar o dia. O garotinho que esteve poucas vezes no quarto do pai mexia nas coisas com curiosidade, mas não havia nada de tão interessante para uma criança.

...

Quando Fushiguro voltou do banheiro que também era ligado com o closet, já estava devidamente vestido. Dois empregados já tinham organizado seu quarto e Megumi ainda continuava lá, ele encarou o garoto por um tempo e então o pegou, os dois saíram.

No meio das escadas, ele também te viu, mas dessa vez você estava sendo cutucada por Geto, lhe fazendo levantar irritada. Fushiguro arqueou uma sobrancelha. Parando no primeiro andar, a babá de Megumi esperava nervosa na sala.

— Hora das suas aulas, pirralho. – O pequeno bufou, as aulas eram irritantes para ele.

— Gumi não quer ir! – Agarrou o pescoço de Fushiguro e escondeu o rosto. O homem suspirou.

— Não seja um garoto birrento e vá... – Ele parou de falar por um momento e pensou se falava ou não. — Se quiser dormir essa noite comigo. – O rosto de Megumi se iluminou e ele desceu ligeiramente dos braços de Fushiguro.

— Tá bom. Gumi vai estudar muito hoje.

Fushiguro fez sinal de "xô" e ajeitou seu terno. Ele pensou se iria até você, mas excluiu essa ideia e no mesmo tempo Gojo chegou, ele também estava pronto para sair.

— Hora de avaliar os seus domínios de entretenimento. – Simplificando, as casas de jogos, boates e alguns restaurantes.

— Vamos logo.

...

— Sério, se você me cutucar outra vez eu vou chutar sua cara. – Reclamou com Geto, ele deu de ombros com um sorrisinho no rosto.

— Se não fosse por mim, a madame iria virar uma torrada.

Isso era verdade. Você revirou os olhos e entrou sendo seguida por ele, passaram na cozinha e como esperado, o movimento não parava. Vendo que tinha um pote reabastecido com aqueles biscoitos deliciosos que experimentara ontem, você aproveitou para sentar e pegar um punhado. Geto pegou um pouco para si também, não ligando para o olhar feio que lançara para ele.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora