twenty two

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— Gojo saiu com ele outra vez.

Você o olhou desconfiada. Se Megumi tinha saído, então porquê ele veio ao seu quarto? Fushiguro puxou a cadeira dele para um pouco mais perto da cama.

— Está se perguntando o que eu tô fazendo aqui?

— Exatamente. – Fushiguro controlou uma risadinha.

— O quê? Antes eu vinha toda noite. Não sou mais bem-vindo? – Você soltou uma risada seca.

— Na verdade, nunca foi. Mas não depende de mim, não é mesmo? – Revirou os olhos.

— Que bom que sabe, pirralha.

Com certeza ele estava ali apenas para encher o seu saco. Talvez estivesse entediado e como o grande idiota que é, aproveita a oportunidade para tirar sua paz.

Em alguns minutos de silêncio enquanto Fushiguro acendia seu cigarro já de costume, você bufou alto atraindo a atenção dele. Você não aguentava mais, quase toda vez que o via ele estava agarrado em um cigarro.

— Porra, como você ainda tá vivo? Toda maldita vez que te vejo, está com um cigarro, e pelo seu nível de vício, acredito que seja assim à anos. – Reclamou.

— Por que isso a incomoda? – Ele continuava tragando a fumaça.

— Uma vez ou outra é até aceitável, mas eu odeio sentir esse cheiro quase todo dia. Podia ao menos não fazer isso quando vier me ver? – Fushiguro ficou calado por um segundos.

— Tanto faz. – Ele apagou o cigarro e jogou na lixeira mais próxima.

— Obrigada. – Falou ironicamente.

Silêncio outra vez. Toda vez é assim, falam um pouco, se alfinetam e então se calam, era estranho. Fushiguro retirou seu paletó preto o pendurando no braço da cadeira e afrouxou a gravata, você olhava de canto de olho.

— O que achou da casa? – Oh? Ele estava mesmo querendo saber sua opinião?

— É realmente linda e espaçosa, o pessoal que trabalha aqui me deram uma ótima recepção. – Você viu uma expressão convencida no rosto dele e terminou a frase. — Mas prefiro a minha, o dono daqui não presta. – Fushiguro arqueou uma sobrancelha.

— Aquele lugar apertado?

— Como você sabe que é- – Seus olhos se arregalaram.

Imediatamente você se aproximou dele, desesperada. Se ele esteve na sua casa, temia o que ele podia ter feito com sua mãe. Suas mãos agarraram o colarinho dele, mas você não tinha força para sequer levantar o corpo dele.

— O que você fez, seu filho da puta? Me diz! Minha família não tem nada do seu interesse, não ouse tocar nela. – Mesmo com seu olhar de ódio e medo, Fushiguro não se abalou.

Ele lentamente segurou seus pulsos e com uma força maior afastou você com facilidade, mas não os soltou.

— Tenha cuidado, mulher. – Falou sério. Você se encolheu levemente. — Eu não fiz nada com sua mãe ou alguém que você conheça, como você mesma disse, eles não tem nada do meu interesse. Apenas mandei deixarem na sua casa uma mensagem convincente o suficiente para que eles não me perturbem com a polícia.

Então era isso. Seu corpo relaxou rapidamente, um suspiro de alívio saiu de seus lábios, inconscientemente sua cabeça apoiou no peito do homem que permaneceu sério. Contanto que sua mãe estivesse bem, sem estar preocupada com você durante vinte e quatro horas, você podia descansar.

Só depois de alguns poucos minutos que ao perceber a posição e proximidade que estava dele você se afastou assustada. O cheiro dele mesmo tendo um pouco da fumaça do cigarro misturado, era consideravelmente bom, mas você fez uma expressão de descontentamento mesmo assim.

Você seria uma doente se gostasse do seu sequestrador. Você deu as costas para ele e voltou a se sentar na cama, seu interior ainda tremia pela pequena adrenalina.

— Hum..Melhorou suas atitudes com o seu filho? – Entrou no primeiro assunto que veio em mente.

— Lhe interessa? – Respondeu frio. Seus olhos rolaram dramaticamente.

—  Se não interessasse, eu não perguntaria, idiota. Só quero que o Megumi seja feliz. – Fushiguro ficou calado. — É, pelo visto continua a mesma coisa.

Agora que sabia que suas chances de morte eram quase nulas, não tinha medo de falar coisas desses tipo para ele. O máximo que o homem poderia fazer era se irritar e talvez lhe dar outro quase tiro, mas isso já não te abalava mais, ou você pensa que não.

...

Quase meia hora depois, Fushiguro que ainda estava em seu quarto, recebeu uma chamada e você ficou alerta à conversa. Aparentemente Megumi havia chegado e Fushiguro mandou trazerem ele para onde estavam.

Não demorou muito para um segurança entrar no quarto com Megumi nos braços. O garotinho carregava um grande crepe salgado que parecia ter quase metade do tamanho dele, era engraçado vê-lo segurando e tendo o rosto coberto pela comida.

O segurança o deixou no chão à mando de Fushiguro e saiu, assim o pequeno veio desajeitosamente até a cama. Você segurou a comida para ele poder subir na cama.

— Papa não esperou Gumi pra ver a mama. – Ele ficou ligeiramente emburrado.

— Não mandei você sair com Gojo. – Fushiguro deu de ombros.

Inacreditável.

Você entregou aquele enorme crepe para o garoto e ele deu uma mordida. Você e Fushiguro estavam realmente impressionados se ele fosse comer tudo aquilo sozinho, era muita coisa.

— Ei pirralho, desde quando começou a comer tanto assim? Vai virar uma mini bola. – O pai zombou.

— Ele não vai aguentar comer tudo, deixe-o aproveitar o que ele pode, Fushiguro.

— Tio Toru deixou comprar pra Gumi, mama e papa. – Megumi deu uma última mordida e primeiro esticou em sua direção.

Aquele crepe estava com uma aparência boa demais para ser rejeitado, fora que Megumi ficaria triste se você não quisesse. Você segurou e deu uma mordida na parte que tinha calabresa e cheddar. Estava delicioso.

Em seguida foi a vez de Fushiguro experimentar, o homem pareceu pronto para recusar, mas você pigarreou o impedindo de fazer. Ele pensou um pouco e segurou desajeitosamente a comida. Megumi o olhava com expectativa, parecia ser a primeira vez que o pai aceitava algo.

Fushiguro deu uma pequena mordida no mesmo local que você e devolveu. Vocês ficaram calados, queriam que Fushiguro dissesse algo. Ele parecia não entender o motivo de o encararem tanto, mas entendeu pouco tempo depois.

— Bom, mas já comi melhores. – Mentira, mas esse era seu jeito de elogiar.

Você e Megumi ficaram sérios e voltaram a interagir entre si, aproveitando a comida até onde podiam. Fushiguro se tornou um figurante que só observa, novamente.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora