thirty five

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Geto foi ao seu quarto buscá-la quando foi chamado, ele parecia sonolento e até mesmo um pouco irritado, você o chamou quando ele estava dormindo. Um sorriso inocente se formara em seu rosto enquanto murmurava um pedido de desculpas, ele não teve a decência de aceitar. Você o pediu para a guiar até o jardim, queria por os pensamentos em ordem, os mesmos que não a deixaram dormir noite passada. Não só isso, como o perfume de Fushiguro que mesmo não ficando em seu quarto por muito tempo, permaneceu impregnado no local que ele deitou. Era até irônico isso, como se o universo quisesse brincar com você, lembrar do toque dele a impedia até de respirar normalmente, toda aquela euforia continuava intacta. Você chegou ao jardim, buscando o lugar mais arejado do local e sentou-se na grama levemente úmida. Seu silêncio e olhar fixo no nada despertou curiosidade em Geto.

— Ei, que foi? Tá meio lerda hoje. - Ele perguntou. Você deitou dramaticamente tendo uma visão invertida dele.

— Seu chefe que é um idiota! - Deu ênfase na última palavra. Geto cruzou os braços.

— Por..? 

— Ele..e-ele, sabe..argh! - Você se atrapalhou com as palavras. O homem riu da sua situação. — Existem muitos motivos, não cabe nem nos dedos. 

— É, isso é verdade, mas você está desconversando. - Ele cerrou os olhos, você se encolheu.

— Humph! Não mesmo. - Desviou o olhar, Geto deu de ombros mostrando a ponta da língua. 

Um toque de notificação do celular de seu segurança deixou você em alerta, tinha uma leve impressão de que podia ser Fushiguro. Não estava vendo, mas tinha certeza que ele tava conversando pois ficou um tempo em silêncio. O mesmo levantou abruptamente lhe causando um pequeno susto, você arqueou a sobrancelha o olhando de relance. 

— Falando no diabo… Fushiguro quer que eu te leve no shopping, onde ele está te esperando. - Bingo! Você suspeitou dessa ordem repentina, queria recusar mas seria levada mesmo contra a vontade, então concordou. 

"Espero que isso seja uma forma de pedir desculpas." Pensou enquanto caminhava para dentro de casa, iria tomar um banho e ajeitar-se para sair. Você ainda queria se fazer de desentendida e negar a realidade, mas era fato que Fushiguro estava avançando lentamente e a última coisa que ele faria era pedir desculpas. 

Assim que parou em frente à loja que Fushiguro provavelmente estaria, se surpreendeu com a fachada do local que era enorme e com uma aparência  de "eu vou fazer você pagar com seu rim". Estava boquiaberta, tanto que foi preciso ser empurrada por Geto para sair do meio da passagem das pessoas. Para esconder a imagem de pobretona que passara segundos atrás por encarar a entrada do local, você ficou ereta, olhando pra frente e caminhou em passos calmos até seu destinatário. Chegaram em uma ala mais reservada da loja, lá estava Fushiguro, com cara de tédio enquanto bebia um vinho, sentado em uma das poltronas ali. Você ficou séria, não queria demonstrar que estava receosa em ficar perto dele. O mesmo lhe encontrou, agindo como se nada tivesse acontecido, ele a recebeu sem muita animação. Você decidiu fazer o mesmo e sentou na poltrona vazia ao lado dele, foi servida por Fushiguro no mesmo tempo, aceitando a bebida por educação. 

— Então? Por que me chamou aqui? - Perguntou logo após ingerir um gole do vinho.

— Seu guarda-roupas está precisando de coisas novas, escolha o que quiser. - Fushiguro falava enquanto movia em círculos o copo em mãos.

Ficou um pouco surpresa, as roupas não deviam custar barato, mas já que ele mandou e o dinheiro não estaria saindo do seu bolso, quem era você para recusar esse pedido? Uma atendente que você nem percebera parada ao seu lado a guiou até as mais diversas peças de roupa, segundo ela, era a mais nova coleção da loja. Fushiguro lhe observava enquanto você escolhia algo, ele não demonstrava, mas estava curioso sobre o que vestiria. Você pegou variadas peças e entrou no provador, o primeiro a vestir foi uma blusa preta, lisa, de manga longa e gola alta, uma saia justa de cós alto, também preta e sem estampa, por fim um sobretudo preto, de botões dourados. A atendente lhe trouxe alguns acessórios como um cinto preto com a logo da loja em dourado, pulseiras e um colar da mesma cor. Você gostava do que via no espelho, valorizava bem seu corpo, você saiu contragosto do provador para mostrar à Fushiguro sua roupa. 

O moreno conversava com Geto que estava em pé ao lado dele e ao virar o rosto brevemente na sua direção, se calou. A forma como ele te olhava era desconcertante, você não esperou ele falar e entrou no provador outra vez. O próximo look era composto por uma saia cobre de cetim, cós alto e descia até um pouco acima do meio de suas coxas, um cropped do mesmo tecido e cor. Um pouco da parte de cima da sua barriga ficava à mostra, mas não era nada muito exagerado, você se sentiu bem com aquela roupa assim como a anterior. Mais uma vez, Fushiguro gostava do que via, suas escolhas em relação à roupas eram realmente boas. Enquanto você provava outras coisas, Fushiguro dispensou as pessoas que estavam ali, ficando apenas vocês dois. Sua reação foi de confusão ao sair do provador e não encontrar ninguém fora ele. Fushiguro tinha terminado a garrafa de vinho, colocou a taça sobre a bandeja e levantou, vindo até você. 

Essa última roupa que havia provado era um tanto sexy, bom, iguais as outras, mas aparentemente Fushiguro não aguentou mais "se controlar", queria terminar o que havia começado ontem, dessa vez ele teria certeza de que não seria interrompido por pessoas de fora, por isso fez questão de mandá-los sair e virem somente quando chamados. As mãos do homem agarraram sua cintura e antes que pudesse reagir foi surpreendida com um beijo ávido, ele usou o próprio corpo para empurrá-la de volta para o provador e suas costas bateram contra o espelho que tomava toda a parede de frente. Você rodeou os braços no pescoço dele, puxando-o para mais perto, incapaz de recusar seu beijo. Fushiguro apertou sua coxa, afastando levemente para o lado e trazendo-a para cima, acariciando sua pele.

Com a outra livre, ele agarrou seu cabelo e massageou seu couro cabeludo, você inclinou a cabeça para trás, afastando rapidamente suas bocas e arfando, em meio à situação aquele carinho era estimulante para você. Fushiguro sabia bem como levar uma mulher ao prazer com coisas simples. Você se sentia derrotada por não conseguir mais resistir à ele, e nesse momento, não estava mais nem aí pro que era certo ou errado, seu desejo era apenas ser tomada por aquele homem. 

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora