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Fushiguro tinha o olhar sério e furioso, quando se tratava do filho ele era extremamente cauteloso apesar de não demonstrar tanto. Saber que Megumi havia chamado outra mulher que não fosse a mãe dele de mãe, irritava profundamente o mais velho.

Percebendo a alteração de humor do homem, você se encolheu mais na cama pensando que dessa vez podia ser realmente morta caso cometa mais um deslize. Fushiguro encarava com ódio, agarrando seu pescoço mais uma vez.

— Maldita..Não chegue perto do meu filho outra vez – O olhar sombrio e o tom de voz tornava tudo mais assustador. — Ou eu te mato.

Você queria tentar explicar que não era sua culpa, mas como o filho parecia ser um assunto sensível para ele, resolveu ficar calada. De qualquer forma, ele não acreditaria em uma palavra sua, fora que era impossível falar alguma coisa, o aperto em sua garganta era demais para aguentar.

Seu rosto ficou avermelhado, o ar não entrava nem saía até que você não conseguiu se manter acordada. Tinha a sensação de que a cabeça ia explodir, era agonizante.

Ao perceber que você tinha desmaiado, Fushiguro sentiu a raiva diminuir e a deixou no chão, ele ainda tinha vontade de a ver sofrer, porém decidiu liberar em outra coisa.

O homem saiu do quarto ajeitando a roupa levemente amassada e retirando um cigarro de dentro do bolso. Novos seguranças estavam de prontidão na frente de Fushiguro.

— Se falharem igual os últimos, eu os mato. – Acendeu o cigarro, tragando a fumaça.

— Sim! – Responderam os dois, sérios.

Antes de sair da casa, deu a ordem a governanta para que ninguém fosse deixar comida ou água para você durante vinte e quatro horas.

...

Mais tarde, Fushiguro tinha ido para um dos vários clubes que haviam no bairro dele. De alguma forma era preciso liberar o mau humor, e nada era melhor do que fazer isso com prostitutas de luxo que sempre estavam à disposição dele.

Vários homens da segurança estavam armados do lado de fora do quarto. Fushiguro estava com duas mulheres, que se esforçavam para o dar prazer porém ele estava estranhamente sem animação hoje.

Megumi ter chamado você de mãe ainda martelava na cabeça dele, impedindo-o de focar em outra coisa, ele não queria que uma qualquer tomasse o lugar dela. Isso só o fazia ficar mais irritado. Largando o copo seco de whisky em uma mesa, ele agarrou uma das mulheres e a penetrou brutamente

A outra se assustou no começo mas enfiou-se no meio deles. Os gemidos - ou gritos - quase preenchiam o quarto, a música alta por fora abafava um pouco. Por causa do ato, Fushiguro se manteu com a mente focada em apenas fodê-las até estar satisfeito.

...

Demorou quase meia hora para que você despertasse, sua cabeça latejava e sentia a garganta seca. Começara a reviver as cenas de momentos atrás, se perguntando o porquê d'ele ter se alterado tanto.

Claro, não era bom saber que seu filho chamara outra mulher de mãe, se a verdadeira mãe soubesse disso também com certeza ficaria mais irritada ainda. Mas de todo jeito, ele não deveria ter se irritado daquela forma.

Por um segundo achou que seria seu fim, ele se segurou muito para não arrancar sua cabeça fora, isso era fato. Mas temia o que ele poderia fazer mais pra frente, voltar para casa era um sonho totalmente inalcançável para você, no momento.

Você se levantou com dificuldade sentindo o corpo ainda meio fraco, caminhou até a porta e pediu para alguém lhe trazer água, mas foi ignorada.

— Ah, ótimo.. – Uma tosse seca ecoou pelo quarto silencioso.

Percebendo que ninguém viria te atender, decidiu beber água da pia do banheiro mesmo. Parando em frente ao grande espelho, analisou seu cabelo bagunçado, uma marca arroxeada começando a surgir em volta do seu pescoço e em seu braço.

Um suspiro longo e cansado foi ouvido, ainda teria que aguentar esse inferno por mais indefinidos dias, correndo o risco de ser morta por qualquer palavra ou ação que irritasse Fushiguro.

Ligou a torneira e colocou as mãos em forma de concha embaixo da água corrente, levando até os lábios logo em seguida. A água quente não era boa, porém ter algo hidratando sua garganta era melhor que nada.

— Mamãe...Lisa, sinto saudade de vocês duas.. Da Hime, Kenny e os outros também. – Pequenas lágrimas escorriam pela sua bochecha enquanto se olhava no espelho.

Estar trancada no quarto lhe dava a sensação de estar presa à meses e não apenas uma semana. Você queria poder apenas mandar uma mensagem para sua mãe dizendo que estava bem - na medida do possível - e viva.

Sem ter muito para fazer, resolveu tomar um banho quente, assim poderia aliviar seus músculos e a dor de onde surgia os roxos. Por um momento lembrou dos beijos de Fushiguro.

Eram brutos, mas continham desejo, foi bom por um segundo. Sua pele arrepiou-se ligeiramente, você balançou a cabeça incrédula por pensar naquilo. Ele havia sido um maldito filho da puta com você, e você estava pensando nos beijos dele?!

Se fosse em outra situação, teria aceitado de bom grado, afinal, Fushiguro era um homem bonito, forte e sexy - e rico -, atraente aos olhos de qualquer um. Porém na realidade é algo absurdo.

Quando se sentiu um pouco melhor, desligou o chuveiro e se cobriu na toalha. Infelizmente não tinha nada a ser feito além de fazer a rotina dos últimos dias e esperar o que o destino a trará novamente.

Saindo do banheiro após terminar sua higiene bucal, colocou a roupa mais larga que tinha e desligou as luzes do quarto, deixando apenas a lua iluminar perfeitamente o ambiente.

Você não tinha sono algum, deitada na cama apenas sendo consumida pelos pensamentos até que uma batida na porta chamou sua atenção. Você se assustou e ficou quieta, com medo de ser Fushiguro outra vez.

Porém a figura de Gojo te surpreendeu e ele não estava sozinho. Seu maxilar travou ao reconhecer a criança nos braços dele.

— Oh, aí está você, gatinha. – A voz alegre do albino preencheu seus ouvidos.

Ele ligou a luz e se aproximou, Megumi a olhava imparcial, mas ele parecia querer você. Suas mãos formigaram, ele era uma criança fofa, não era possível continuar "rejeitando" ele.

— Então Fushiguro prendeu você aqui, hein.. – Gojo deu uma boa olhada ao redor, o garotinho nos braços repetiu o ato. — Confesso que foi uma surpresa te ver aqui, mais cedo.

— Ma-

— Opa, esse garotão aqui ficou emburrado o dia todo, acho que queria ver você. – Ele interrompeu Megumi.

As palavras de Fushiguro ecoaram na sua mente: "Não chegue perto do meu filho outra vez, ou eu te mato.". Você tremeu, se ele soubesse de agora, estava marcada a data do seu funeral, por esse motivo, você desviou o olhar dos dois.

— Fushiguro..me mandou ficar longe dessa criança.. – Suas palavras quase foram inaudíveis. Gojo fez careta, rolando os olhos.

— Ah..então ele soube, hmm – Ele deu uma pausa, colocando Megumi em cima da cama, te assustando. — Se você ainda está viva, é um avanço. Só não deixar ele sabendo outra vez.

Enquanto a criança se rastejava até você, seus olhos piscaram em surpresa. Gojo era totalmente diferente de Fushiguro, o albino era legal até.

— M-mas os seguranças ou os empregados podem contar da sua visita, pra ele. – As pequenas mãos do garotinho tocaram sua perna.

— Digamos que eu posso dar um jeito nisso.. Só fala com Megumi logo, eu nunca tinha o visto assim, é chato lidar com ele desse jeito. – Gojo bufou e se jogou na mesma cadeira que Fushiguro sempre sentara.

Antes que conseguisse pensar em outra coisa, acabou se rendendo e agarrando o pequeno, abraçando-o da melhor forma possível, esfregando seu rosto no dele. A pele macia e o cheirinho que toda criança tinha era reconfortante nesse momento.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora