thirty

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— Você me lembrou da mãe de Megumi. Porque fez a mesma maldita coisa que ela. - Ele começou. Essa era uma resposta que realmente não esperava, estava surpresa. Fushiguro suspirou inquieto. — Quando ela me viu ferido em um estacionamento, veio querendo ajudar. Acabou que quem me feriu ainda estava por perto e eu quem tive que ajudá-la. - Ele não tinha expressão então você não conseguia distinguir o que ele estava sentindo. — Enfim, percebi que suas atitudes era parecidas. Eu deixei você ir de primeira, mas estava enlouquecendo, você e aquela mulher não saíam dos meus pensamentos.

Você notou que em nenhum momento Fushiguro se referiu à mãe de Megumi pelo nome. Não sabia o porquê, mas ficou calada, ousar interromper ele estava fora de questão. Ele realmente não entrava em detalhes, porém o fato da mãe de Megumi aparentar ser uma pessoa legal a confortava. Fushiguro estava nitidamente apegado à ela ainda.

— Então, quando a vi naquele lugar acabei tomando a decisão errada. - Seus olhos arregalaram. Fushiguro admitiu que errou ou estava ouvindo apenas o que seu cérebro queria? O corpo dele parecia rígido, admitir aquilo talvez tenha sido dificultoso.

— E o que você esperava com isso? Achou que eu teria a boa vontade de me apaixonar por você? Ainda mais agindo ridiculamente comigo..Isso só me fez ter raiva de você. - Ele continuou calado. Agora tinha plena consciência das atitudes e de como afetou negativamente você.

Agora que Fushiguro estava aos poucos gostando de você a mente dele resolveu se abrir. A chance de ter lhe abordado da forma correta foi perdida por causa da obsessão com a ex-mulher e falta de senso. Mesmo agora sabendo o real motivo, não o havia desculpado, seria uma idiota se o fizesse. As palavras dele à seguir fizeram-na o olhar incrédula.

 — Eu sei disso, mas ainda quero fazê-la se apaixonar por mim. - Agora ele tinha um sorrisinho no rosto e obteve uma gargalhada sua. Não era possível que ele fosse tão audacioso assim. Você se recompôs e cerrou os olhos mantendo uma postura de superioridade.

— Se tem tanta confiança de que pode fazer isso, muito bem. Mas tenha em mente de tudo o que fez comigo até agora e saiba que terá que ralar muito para que isso aconteça. - Você falou próximo a ele em tom de alerta. — Hum.. vou ser boazinha e ajudá-lo à dar um passo à frente. Apenas me deixe fazer isso sempre que eu tiver vontade. - Antes que ele pudesse perguntar o que seria, você reuniu todas as suas forças e socou o rosto dele.

O impacto foi forte ao ponto de virar o rosto dele e sua mão instantaneamente começar a latejar. Um gemido de dor e uma sequência de palavrões foram ouvidos vindo da sua boca. Fushiguro ficou levemente impressionado com seu soco, uma linha de sangue escorreu do canto do lábio inferior dele e a bochecha doía um pouco. O homem soltou uma risada baixinha e a olhou. Uma reação dele foi esperada, mas as palavras dele foram comprovadas quando continuou parado.

— Humph. Você é realmente inacreditável, Fushiguro. - Você cobria seu punho a mão livre. Percebendo que estava machucada, ele chamou um dos seguranças que ficavam fora e ordenou para trazer uma bolsa de gelo.

A ação dele foi verdadeiramente estranha. Seu interior que tremia um pouco por causa da adrenalina ao socá-lo foi se acalmando. Levaria um tempo até se acostumar com o "novo" Fushiguro. Ainda mais quando o ouviu mandá-la chamar ele pelo primeiro nome. Logo após entregar a bolsa de gelo Fushiguro foi embora. Já havia amanhecido quase completamente, seu corpo implorava por descanso e você deu assim que vestiu uma roupa.

...

Eram quase três da tarde quando finalmente despertou. Seu celular anunciava a chegada de mensagens, preguiçosamente o checou, se tocando do que estava fazendo minutos depois. Você levantou com velocidade por causa da animação, como consequência teve uma rápida queda de pressão. 

O objeto em suas mãos tinha a bateria completamente carregada e diversas abas de notificação, a maioria de Lisa, Utahime e sua mãe. Com as mãos tremendo levemente, abriu o aplicativo de mensagens e mandou mensagem para sua mãe e amigas. O grupo que tinham entre amigas logo se encheu de mensagens. Lisa e Utahime estavam irritadas com você pois "do nada resolveu viajar com um homem rico, sem antes avisar e passou meses sem dar notícias". 

A emoção tomou conta de você por um segundo, sentira muita saudade de falar com ela. Sua mãe provavelmente estava trabalhando por isso não lhe respondera. Quando se acalmou, se tocou na desculpa que Fushiguro usou e revirou os olhos, era uma desculpa esfarrapada. Você ponderou sobre contar a verdade ou não, no fim optou para desabafar. Mas claro, escondeu os detalhes.

Você explicou da melhor forma que conseguiu, mentindo aqui ou acolá. Elas ficaram chocadas e nervosas por você, quiseram chamar a polícia, mas foram impedidas, alegando que poderia ser pior se fizessem isso. Felizmente ela se acalmaram e começaram à te encher de perguntas, arrancando risadas suas. Uma chamada em grupo brilhou na sua tela, eram elas. Você atendeu.

— E então? Mostra como é o cativeiro que esse idiota te colocou. - Lisa, curiosa como sempre, pediu. Um sorrisinho se abriu em seu rosto.

— Ha! Vocês ficarão chocadas! - Você mudou apara a câmera traseira e levantou da cama.

Começou com o pequeno tour pelo quarto enorme que vivera, recebendo expressões variadas de surpresa e incredulidade. Seu humor estava tão bom que só se tocou de que estava de ressaca quando Lisa gritou ao ver seu banheiro. 

— Hum? Andou bebendo, garota? - Perguntou Utahime ao ver sua careta. 

— Ah.. Talvez? Ele quis me levar para uma festa ontem. - As duas se entreolharam. 

— Amiga, só esse quarto é maior que seu apartamento. Agora nos diz que saiu para uma festa ontem a noite.. Me diz onde encontra um sequestrador desses. - Lisa arrancou uma risada sua e de Utahime.

— E se ele tiver amigos ricos também, pode me oferecer. Aproveito e faço companhia à você. - Utahime brincou.

— Sério, não é mil maravilhas como vocês acham. - Uma batida na porta chamou a atenção de vocês três.

Você escondeu o celular pedindo para elas calaram a boca e mandou quem estava atrás da porta, entrar. Sophia apareceu trazendo consigo uma bandeja de comidas, um alívio tomou seu corpo, pegou o celular novamente e apresentou ela às suas amigas. Como esperado elas se deram bem, Lisa brincou quando a viu ser servida, dizendo para abrirem caminho que a patroa precisava ser servida. 

Sophia permaneceu conversando com vocês durante o tempo que você comia e quando acabou, foi obrigada a deixar a conversa com ela pra depois. Esse foi o tempo mais longo que passou em chamada com as garotas, desligando apenas quando a noite chegou e a hora que Fushiguro vinha com Megumi se aproximava. 

Você tomou um banho, se vestiu e colocou o celular para carregar. Esse tempo foi o suficiente para ele e o garotinho chegarem. 

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nota rápida aqui: como o nome da mamaguro nunca foi revelado, irei deixar assim aqui também. Então não estranhem quando se referirem à ela sempre como "mãe do megumi", "ex-mulher", "mulher do toji", essas coisas.

𝙃𝙀𝘼𝙑𝙀𝙉, toji fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora