We'll run away if we must.

1K 116 25
                                    

Por leveza de consciência, decidi não contar o episódio do dia anterior que se sucedeu entre mim e Harry, a absolutamente ninguém.

Se o fizesse não teria sido a escolha mais sensata tendo em consideração que o Louis e a Blair não descansariam enquanto não encontrassem o príncipe das trevas e o meu único desejo, nesta época, é alcançar a tão cobiçada paz.

"Terra chama Emma?" Blair gesticula a sua mão diante dos meus olhos. Sacudo os pensamentos para longe da minha mente, acordando de cada um deles.

"Desculpa... O quê?" eu realmente nem me tinha apercebido.

"Ouviste alguma coisa daquilo que eu tenho estado a falar?" ela confronta. Constato que não ouvi uma única palavra, sou uma terrível companhia.

"Desculpa Blair." admito.

Ouço um suspiro vindo de sua parte, no entanto é compreensível. A ruiva já dialoga há horas e pouco eu consegui ouvi-la.

Realmente, o dia não está a meu favor. Céus, que raio está a acontecer comigo.

"Move-te seu atrasado mental!" a rapariga sentada ao meu lado berra. Que vergonha...! Encolho-me no meu lugar, desejando não sermos reconhecidas.

"Tem paciência, Blair. Sabes perfeitamente que esta é uma rua muito movimentada." deposito o meu melhor na tarefa cujo objetivo baseia-se em acalmá-la.

"Emma, eu tirei a carta de condução à quase um mês, e ainda é uma sensação tão incrível!" ela guincha, extasiada em satisfação. "Tenho o meu direito de reclamar com estes idiotas."

Oh, tem? Não percebo a sua lógica, parece tão despropositada e descabida.

Mas de qualquer maneira, eu deveria realmente ter-me prevenido para esta curta viagem de carro. Tudo é imprevisível com a Blair e nunca, nunca se deve aguardar o melhor e pacífico.

"Tal como eu estava a dizer..." diz ela, sorrindo. "Hey! Se não sabes conduzir, não devias ter tirado a carta! Desvia-te do meu caminho, seu idiota!" a ruiva berra, de novo.

Reviro os olhos, desisto oficialmente da tentativa de sossega-la e silenciar as suas protestações.

Blair buzina a toda a sua vontade, demora somente uma questão de milésimos de segundo para esta rua transfigurar-se num festival de sons agudos e azucrinantes. Cada condutor disposto a provocarem-se mutuamente.

"Finalmente!" ela declara, e para meu alivio finalmente estacionando.

Apresso-me em abandonar o veículo, fechar a porta do meu lugar do passageiro e alongar as pernas que começavam a pesar-me. inalo a fresca brisa, é como se um peso libertasse-me dos ombros; sinto-me tão mais leve.

"Recorda-me de não tornar a ceder no erro de andar de carro contigo." reviro os olhos, rindo.

"Oh, não foi assim tão mau!" ela assegura confiante, desata em risos mas claramente a Blair minimizou os danos que esteve prestes a causar na via pública.

Mau? Não foi mau...foi péssimo! E para quem tirou a carta apenas há 1 mês, já se revelou um sério perigo na estrada rodoviária.

Já fora do seu carro, a Blair aproxima-se de mim e seguimos no nosso percurso pela vasta rua para iniciar a nossa tardada de compras. Não será necessário referir que fui, literalmente, arrastada até aqui certo?

"Continuando..." ela prossegue.

Blair prossegue no seu tema de conversa e desta vez coloco-me alerta, evitando cometer os mesmos erros. Desta vez, ouço-a atentamente e ofereço-lhe a devida atenção.

Loudest ScreamWhere stories live. Discover now