Capítulo 60.
"Harry?" chamo logo que entro pela porta da casa do Harry, embora o meu tom de voz seja quase inaudível.
O cansaço está representado em cada célula do meu corpo. Tenho frio, os meus pés matam-me a cada passada, a minha cabeça lateja e parece que seguro um peso nos meus ombros.
Tudo o que preciso e mais desejo, neste momento, é refugiar-me no aconchego dos braços do Harry, contar-lhe tudo o que não descobri e ouvir algumas palavras de conforto. Quero dizer, ou pelo menos tentar.
Independentemente da relação conturbada que possuímos, é o Harry o meu refúgio, o meu ponto seguro e não existe lugar algum onde eu desejasse estar. Apenas nos seus braços.
"Já chegaste?" volto a tentar, embora o silêncio seja mortal.
Consigo observar de imediato que a sala se encontra desabitada, a cozinha também, sendo que só me resta os quartos. Encaminho-me primeiramente para o do Harry, talvez ele esteja adormecido.
"Harry?" pronuncio visivelmente surpreendida. "Eu pensava que não estavas em casa. Não me ouviste a chamar por ti?"
O moreno ignora-me a todo o custo, quase como se não estivesse ninguém neste quarto, como se eu fosse invisível ou um simples...nada.
Aconteceu algo? Será que eu fiz algo de errado? Cada segundo ignorada pelo Harry assemelha-se a uma faca cravar-se bem profundamente no meu peito. E o que magoa mais, é o facto de que só o Harry é o único capaz de me fazer sentir desta forma.
"Eu fiz alguma coisa Harry?" a questão sai quase num fio de voz. Inacreditável.
"Porra Emma! Não podes deixar-me sossegado por um segundo? Um segundo, é tudo o que eu te peço merda." o Harry reage, exasperando. O quê?
"Não te estou a perceber, Harry." Admito, visivelmente abatida. "Saí da esplanada, procurei o Niall por toda a parte e nem sinal dele. Estou cansada, tudo o que queria era chegar a casa e aconchegar-me em ti. Agora que aqui chego,..."
Ele volta a ignorar-me, perdido nos seus pensamentos. Mas que diabos lhe está a dar? Porque está o Harry a reagir e tratar-me desta forma?
Não vou permanecer aqui, especada, enquanto o Harry me rebaixa e eu simplesmente permito. Amor próprio é muito importante e eu tenho de conquistar essa característica.
Senão, nunca conseguirei que me respeitem de verdade. Pelo menos, não o Harry.
"Ei ei! Onde vais?" ele levanta-se repentinamente e corre até mim quando repara que viro costas decidida a abandonar o seu apartamento.
A sua mão segura no meu cotovelo, bruscamente, ele tenta fazer-me voltar e encará-lo. Não, não posso permitir. Conviver com o Harry parece caminhar sob uma corda bamba e eu, estou prestes a perder o equilíbrio e cair.
"Que diabos te está a dar?" ele lança rispidamente.
"Larga-me." retiro bruscamente o meu braço do seu aperto e o Harry arregala os olhos, quase ofendido. "Eu não sou um brinquedo, Harry. Aprende isso porque eu não me vou sujeitar a ser ignorada por ti quando bem te apetecer."
A tensão instala-se, tal como o silêncio por parte do moreno quando me pronuncio. Espero do fundo do coração que ele consiga refletir e perceber que estava errado. Mas bem, será isso possível vindo do Harry?
Viro costas e direciono-me a caminho da porta. Quando estou prestes a alcançar a maçaneta da porta para ir-me embora, uma voz surge de rompante.
"Onde pensas que vais?" ele questiona, ofendido.

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Loudest Scream
Fanfiction❝ Agora eu sou limitada pela vida que tu deixaste para trás e o teu rosto assombra todos os meus sonhos. Despedaçada por dentro, perdendo a minha mente, ofegante pela minha vida. A linha de afinamento entre ti e a minha sanidade está rapidamente a d...