Loudest Scream

Come break me down.

[LEIAM O CAPÍTULO TODOO AO SOM DA MÚSICA QUE COLOQUEI NA MULTIMÉDIA, PF. SE FOR PRECISO, REPITAM AS VEZES QUE FOREM NECESSÁRIAS. Within Temptation - Memories]

"Harry, mas que.." levanto-me abruptamente. Os meus olhos arregalam-se, os lábios permanecem entreabertos, inertes, na dúvida de como devo atuar.

"Oh, a bela e doce Emma!" o Harry meio que festeja num tom elevado, foliador e sobretudo, bêbedo.

O meu coração estilhaça-se quando vejo o rapaz dos olhos cor de esmeralda, levar uma garrafa de vodka pura até aos seus lábios, consumindo incessante.

Memórias do meu último confronto com um Harry bêbedo, reavivam-me o pensamento. Céus, de novo não. Durante três dias não houveram notícias dele e neste momento eu sei, que nesses três dias o Harry permaneceu no apartamento a enfrascar-se em álcool.

"Dá-me isso." o Liam reage de imediato. Num impulso, aproxima-se do Harry para lhe retirar a garrafa das mãos, embora este retalie.

O Harry retalia sem hesitação; deposita um murro no olho do Liam que inevitavelmente tropeça e embate na porta atrás de si mesmo. Apesar da incapacidade física e psicológica do Harry, este cambaleia protegendo a si e ao seu precioso frasco de álcool.

"Harry!" arregalo os olhos, chocada.

"Liam!" a Soph corre na direção do namorado, auxiliando-o a levantar-se. Este acena com a cabeça alegando estar bem, embora tente recompor-se.

Avanço na direção do Harry que consome um novo e demorado gole da substância amarga. O Liam e a Soph observam-me, expectantes embora receosos pela possível reação do Harry para comigo.

"Dá-me essa garrafa, agora Harry." exijo estendendo a mão.

"Senão...o quê?" o moreno desafia, todavia as suas palavras são proferidas espaçosamente perante o efeito do álcool que corre nas suas veias. "Senão sais do apartamento? Senão...abandonas-me? Desistes de mim? Oh esquece lá, tu já fizeste isso."

Novamente sou atingida pelas palavras do Harry com todo o impacto possível. Os meus lábios movimentam-se, contudo nenhuma palavra é proferida e apenas o silêncio predomina.

"A culpa é minha, é o que estás a querer dizer-me?" meio que murmuro num fio de voz, fraquejando.

"Não, merda!" ele explode em berros. Inesperadamente, Harry lança a garrafa contra a porta atrás dele, onde esta se estilhaça em pedaços de vidro e gotas predominantes do álcool.

Soph regressava à sala após ter saído para trazer consigo gelo para o olho de Liam que se encontra extremamente inchado. O moreno agradece e eu sinto-me responsável pelo escândalo que está a decorrer.

"Eu sou tão fodido.." Harry recomeça, pausadamente e com uma certa dificuldade. "Eu sou tão fodido para ti. Eu sou um caralho tão fodido que já não tenho salvação possível e graças a isso, tu fartaste-te das minhas merdas porque é tudo o que eu sei fazer."

"Não digas isso." peço num murmúrio.

Exatamente nesta casa, nesta sala, eu e o Harry apresentamo-nos igualmente destruídos. Os nossos cacos são iguais, a dor no nosso peito é mútua e as nossas essências reencontram-se, de novo.

Ambos fraquejamos nas ações e palavras. Por demasiada vontade que eu tenha de receber o Harry nos meus braços, não o poderei fazer. Há três dias atrás eu marquei a minha posição; há três dias atrás era a nossa chance e agora, ela já foi desperdiçada. Não sei qual seria a melhor palavra para descrever o que nutro pelo Harry e vice versa, que nos prende neste ciclo vicioso e por mais que eu negue, ele nunca me será indiferente.