On the edge of paradise.

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Deslizo para dentro do meu vestido e verifico as horas.

Combinei encontrar-me com o grupo daqui a quinze minutos na esplanada habitual. Todavia admito que ao verificar as horas, recordo-me constantemente da suposta saída com o Harry.

De qualquer maneira já não importa pois ficou sem efeito.

*Estás pronta? Daqui a pouco passo por tua casa.* Louis manda-me uma mensagem.

Preparava-me para responder, porém a campainha toca e vejo-me forçada a pousar o telemóvel. Apresso-me em verificar quem estará à porta de minha casa e inclusive, questiono-me se o Louis terá chegado mais cedo.

Abro a porta, calculo avistar o delicado rosto de Louis porém não avisto ninguém.

"Mas que diabo?" murmuro confusa.

Estarei maluca? Estarei a alucinar e ouvir coisas?

No entanto antes que eu tenha oportunidade para fechar a porta, duas mãos cobrem os meus olhos impedindo-me de visualizar o que quer que seja.

"Hey! Quem é?" alguma aflição elucida-se na minha voz.

Descanso as minhas mãos sob as desconhecidas que me impossibilitam a visão. Tateio os dedos, eles são longos e sedosos, talvez um tanto ossudos, sinto que os reconheço pela sensação familiarizada que me transmitem.

Embora não consiga reconhecê-los, a dúvida remói no meu estômago enquanto uma sensação afetuosa se propaga pelo meu peito.

"Não és muito hábil neste tipo de jogos." a rouquidão sopra ao meu ouvido, arrepia-me desde a nuca percorrendo até ao fim das costas, com cada célula a vibrar.

"Harry?" finalmente observo quando volto-me, o meu coração cai-me aos pés.

"Estás pronta?"

Neste instante, acredito que os meus olhos não poderiam arregalar-se ainda mais.

Então foi o Harry que tocou à campainha? Aliás, como é que ele entrou e que artimanha utilizou? Oh, não! Pior que isso...Pronta para exatamente o quê?

"A nossa saída, Emma." ele elucida, meio que lendo os pensamentos.

Oh não, céus não.

"Harry, eu..."

"Já conversámos sobre isso. Portanto, tens tudo que as raparigas precisam antes de saírem?" dito desta forma, soa como algo do outro mundo. "Se sim, já podemos ir."

Suspiro e não me esforço realmente por contornar a situação ou pelo menos esquivar-me dela, por uma única razão: o Harry é incerto, bastante incerto.

Assim sendo, prefiro não testar os seus limites. Opto por não comprovar quão insano ele consegue ser como, por exemplo, armar um escândalo à porta da minha casa.

E torno a suspirar porque sim, suspeito que será um longo dia.

"Sim tenho." não posso crer que estou a ceder.

Quais são as garantias que correrá bem? Nenhumas. Qual a probabilidade em percentagem de ser um dia agradável e pacífico? Zero porcento. Pois nunca corre bem.

Somente com um canto dos lábios, o Harry ergue-o esboçando um sorriso tão característico seu. Abandono a minha casa sem a melhor intuição e deslocamo-nos para o Nissan preto que aguarda em frente ao portão.

A viagem inicia-se, o silêncio instaurado propicia um ambiente de cortar à faca. Eu não poderei sentir-me mais constrangida! Devo pronunciar-me? Não, não. Ele é o único que deve fazê-lo.

Loudest ScreamWhere stories live. Discover now