Now I'm all yours.

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[Leiam todo o capítulo ao som da música que coloquei na multimédia. Cary Brothers - Belong]

Entro para o quarto e bato a porta com toda a força.

Largo o saco, deixando-o cair no chão; porém estremeço devido ao susto que o Harry provoca quando este entra furibundo pelo quarto.

"Privacidade. Sabes o que significa?" advirto cinicamente.

"Estás a fazer-me perder o controlo Emma." Harry aproxima-se de mim, rosnando, embora eu não me deixe intimidar.

"Nem tudo é culpa minha, Harry." cruzo os braços defendendo-me. "O teu temperamento é complicado e céus, aprende a controlar-te!"

Contorno a sua figura aparentando total indiferença para com ele. Chega, é o suficiente. Está na hora de eu marcar a minha posição.

Tenho de demonstrar ao Harry que não me deixo intimidar por ele; preciso de estabelecer as diferenças entre nós e provar-lhe que não sou a menina vulnerável que ele julga que eu sou.

"Estás a querer ensinar-me, é isso?" ele ri com uma atitude completamente trocista.

"Eu não, afinal, nem todos têm cura." lanço.

Numa atitude surpreendentemente impulsiva, a mão do Harry segura o meu pulso; o seu corpo inclina-se sobre o meu, e embato com as costas na parede branca que me faz libertar um gemido de dor perante a brusquidão presente.

A sua respiração descontrolada faz-se sentir no meu nariz, apenas a alguns milímetros de distância de mim. O seu olhar fixa o meu intensamente, ocorrendo tudo numa questão de segundos quando ele aprisiona os meus pulsos, restringindo a minha mobilidade.

"Céus, tu tiras-me do sério." ele murmura contra a pele do meu pescoço. "Esquece a Kayla e tudo o que a envolve."

"Tal como tu ignoraste o comentário que eu recebi durante o jogo?" atiro de forma subtil.

"Aquele caralho.." Harry recorda-se, suspirando pesadamente.

Os nossos olhares fixam-se mutuamente durante algum tempo, permanecendo apenas desta forma, embora eu tenha a noção que não posso permitir uma continuação.

"Solta-me Harry, por favor." murmuro cabisbaixa.

"Por que estás a tentar reprimir aquilo que sentes? Porque raio tentas resistir àquilo que claramente existe entre nós e me afastas a todo o custo?" sussurra, arrepiando-me.

"Enganaste." mantenho. "Tu afastas-me quando bem te apetece. No entanto, sempre que algo vai contra o teu rumo e o mundo tenta inserir-me na vida de alguém, só aí é que tu dás o valor e reages. Além disso, tu apenas não dás uma merda."

Eu não poderia ter sido mais direta, e o Harry mantém uma expressão facial indecifrável. Porém, quando tento soltar-me do seu aperto, em nada resulta e o Harry pousa a sua testa sob a minha.

"Depositas tanta esperança nas pessoas..porque não em mim também?" questiona num fio de voz.

Nisso é que ele se engana. Deposito tanta esperança nele que chega a doer; dói diretamente no meu peito, embora a culpa seja minha e eu devesse limitar os meus ideais.

"Algum desgosto prova muito amor, mas muito desgosto revela demasiada falta de espirito." cito Romeu & Julieta.

O Harry arqueia ligeiramente as sobrancelhas e esboça um sorriso meio que impressionado.

"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional." ele murmura. "Não preciso de citar Romeu & Julieta quando posso citar Harry Styles."

Não respondo e limito-me a analisá-lo atentamente. Os olhos do Harry viajam pelo meu corpo, enquanto a sua mão vagueia pela minha anca, por cima da camisola justa.

Loudest ScreamWhere stories live. Discover now