Body language.

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Capítulo 64

"Então quer dizer que já sabes de toda a história?"

"Sim, o Liam e a Soph contaram-ma. De certa forma, agora compreendo o porquê de nunca antes me terem revelado." confesso, revivendo a conversa.

"Para ser sincero, esqueci-me por completo. Desculpa Emma, caso contrário eu teria contado." o loiro justifica-se embora eu não precise realmente de uma justificação.

Aguardamos pelo Harry que se encontra dentro da loja na qual permanecemos no seu exterior. Não consigo perceber qual é o problema dele com os telemóveis, já tenho o meu há anos e estou bem com o que tenho.

"Não te preocupes com isso, está tudo bem." asseguro, sorrindo. "Felizmente, o Liam conseguiu pensar numa parvoíce qualquer em três segundos para que o Harry não suspeitasse."

"Caso contrário, a reação dele seria completamente explosiva. Quero dizer..tu achas que ele contar-te-ia sobre a Gemma e o Ben?"

"Estamos a falar do Harry, com ele não há realmente certezas pois ele é incerto. Mas talvez. Talvez mais tarde ou mais cedo, ele optaria por revelar-me essa parte do seu passado."

Só não acredito que fosse tão cedo. Quero dizer, eu e o Harry já estamos juntos há uma quantidade considerável de tempo mas desenterrar um baú tão obscuro do seu passado, leva o seu tempo.

O Harry pode revelar-se um livro aberto se assim ele o permitir e se, a pessoa em questão, o merecer. Porém, também ele pode fechar-se em copas em apenas um segundo.

Todavia, independentemente das suas características, quem sou eu para o julgar? Porque, amar alguém é aceitá-lo sem reservas.

"E aí vem o mal humorado." Niall observa com humor. "Demoraste Harry, e então? Já está resolvido?"

"Merda destes empregados que gerem uma loja no entanto não sabem trabalhar com os aparelhos. Onde é que isto já se viu? Há lugares vagos no desemprego."

"Uau, alguém está mal humorado." comento perante a protestação aborrecida do meu namorado.

"Vem cá." o Harry não profere mais do que estas duas simples palavras.

Estas soam quase como ordens, porém antes que eu tenha oportunidade para raciocinar, o braço do moreno rodeia o meu corpo aproximando-me fugazmente.

Os seus lábios colidem contra os meus, eles procuram por abrigo, pelo lugar onde pertencem. Alma encontra alma nos lábios do amante.

"Agora já posso declarar que o meu astral está em alta." ele afirma após selar o nosso beijo curto todavia intenso.

Não há palavras que eu possa vasculhar o suficiente para as encontrar em momentos exatamente como este. Sorrir é instantâneo, quase mecanizado no meu organismo.

Ao longo destes meses de convivência com o Harry, vivi praticamente para ele e nunca para mim. Talvez eu tenha errado em fazê-lo contudo, não pude evitá-lo, eu aprendi a amar cada qualidade, cada defeito vivente nele e pior que isso, é desejar por mais.

Essa é questão sobre amar alguém, nós inventamos qualidades que não possuem.

"Emma.." o Niall apela à minha atenção. "Aquela não é a Martha?"

"A Martha? Onde?" questiono visivelmente intrigada e o loiro aponta para uma figura alta, desportiva, aproximando-se.

"Martha? Que raio de pessoa é essa que vos levanta tanta surpresa?" o moreno inquire, meio que indignado.

"A ex professora de dança da Emma." ouço o meu melhor amigo murmurar ao Harry enquanto a Martha se aproxima e vice versa.

A Martha tem cerca trinta e dois anos, posso afirmar que ela é uma das melhores bailarinas que já vislumbrei em toda a minha vida e, não só na modalidade do ballet.

Loudest ScreamWhere stories live. Discover now