[Leiam ao som da musica que coloquei na multimédia, por favor. E se for necessário, repitam a musica para acompanhar até ao fim da leitura.]
Abro lentamente os olhos. Sinto a minha cabeça a latejar penosamente, pouca energia me resta e esforço-me por clarear globalmente as minhas ideais.
Tento recordar a noite passada, porém revela-se uma tarefa extremamente difícil, sendo apenas um borrão na minha mente. Viro-me para o outro lado da cama, afundo-me mais no colchão entregando-me ao aconchego dos lençóis e usufruo da tão confortável cama.
Espera...Esta não é a minha cama. O quê?
"Onde é que eu estou?" o meu corpo inclina-se de imediato como uma reação automática, a irrequietação rebola como uma bola no meu estômago e apresso-me.
Os meus pés entram em contacto com o chão frio e amaldiçoo-me mentalmente por não me calçar primeiro, antes de dar largas à minha agitação.
Todavia antes de abandonar o quarto, algo capta a minha atenção.
Possuo apenas uma t-shirt vestida à qual nem a reconheço. Mas a incerteza perturba-me, céus o que aconteceu na noite passada? O perfume da camisola destaca-se como sendo familiar, embora não consiga recordar-me.
"Olá...? Está aqui alguém?" aclamo percorrendo os reduzidos corredores.
Os meus passos tornam-se apressados e admito que existe um certo e ligeiro medo a corroer-me perante o assustadoramente desconhecido.
Como pude ser tão inconsciente? Ter-me-ei deixado capturar pelo Raymond tão facilmente e estupidamente?
"Hey! Há alguém em casa?" o silêncio é aterrorizador. "Olá?"
"Importaste de baixar o tom de voz?" uma voz rouca soa de rompante.
Volto-me e deparo-me com uma figura deitada num sofá, de onde se refletiu a voz que rompeu e esburacou o silêncio.
Harry.
Ele assiste a um programa qualquer de televisão, porém sou capaz de jurar que ele não está a prestar a mínima atenção como supostamente aparenta.
"Onde é que eu estou?" cruzo os braços ao peito, esfrego-os com as mãos na intenção de aquecer-me e sentir-me mais protegida, talvez.
"Não é óbvio?" ele diz, e reviro os olhos perante o seu sarcasmo. "Estás em minha casa."
Observo em meu redor e analiso a habitação tão aconchegadora e surpreendentemente organizada. Não esperava esta arrumação de um rapaz, sobretudo do Harry.
"Eu não..." suspiro pesadamente, procurando por coragem para falar. "...não me lembro de nada."
Harry desvia o forjado foco de atenção da televisão, o seu olhar encontra-se com o meu e posso notar o breve impacto que a informação teve sob o moreno.
E talvez seja a minha insanidade a pronunciar-se, talvez seja invenções da minha mente, ilusões ou devaneios mas, por instantes consigo sentir uma ligeira preocupação presente em si.
"Absolutamente nada?"
"Absolutamente nada." confirmo, reforço com as exatas palavras de Harry. "Na minha cabeça, o que vejo é tudo um borrão."
O silêncio instala-se, silêncio este esmagador e desconfortável.
"Oh..." é tudo o que ele consegue dizer.
Sou capaz de jurar que largos minutos se desperdiçam neste silêncio pesaroso.
Esforço-me por recordar-me de algo, embora seja em vão. Quanto mais forço-me a reviver a noite anterior, pior se revela e a miserável sensação de impotência abata-se em mim.
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Loudest Scream
Fanfiction❝ Agora eu sou limitada pela vida que tu deixaste para trás e o teu rosto assombra todos os meus sonhos. Despedaçada por dentro, perdendo a minha mente, ofegante pela minha vida. A linha de afinamento entre ti e a minha sanidade está rapidamente a d...
