Poisoned by every move you take.

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[Leiam o capitulo ao som da música que coloquei na mulimédia, por favor! ]

O que estou a fazer? Eu devia sair do sítio onde estou, certo? Desviar o olhar, centrar as atenções em qualquer outra coisa e virar costas, afastar-me, abandonar esta festa de adolescentes ausente de limites e aconchegar-me na minha cama.

Mas por que raio as minhas pernas não se movem?

Ainda permaneço bloqueada no mesmo sítio, com a mesma visão a alguns metros de mim.

Repentinamente, o meu cérebro decide desbloquear e preparo-me para abandonar o local. Basta desta treta. Mas assim que me viro, um corpo choca contra o meu fazendo-me tropeçar.

"Oh céus, estás bem? Desculpa!" o rapaz apressa-se a pedir.

Ele estende apressadamente e agilmente a mão puxando-me e posteriormente evitando que eu caia, felizmente.

"Estás bem? Magoei-te?"

Antes que eu tenha oportunidade para responder, reparo na bebida que ele trazia na mão e que agora, tenho-a encharcada no meu vestido. Realmente foi uma péssima ideia ter saído de casa.

"Não...Quero dizer, sim." atrapalho-me perante a terrível e fedorenta sujeira. "Oh, desculpa."

Não tenho a mínima consciência da razão do meu pedido de desculpas, embora não importe. Está decidido, vou sair imediatamente daqui. Viro-me para ir embora, porém a mão do desconhecido torna a impedir-me.

"Espera, eu molhei-te?"

"Não, eu..." interrompo-me assim que, inesperadamente, a sua mão toca no meu corpo.

Estremeço com o seu toque e recuo. O que está ele a fazer?

Os seus olhos percorrem-me de cima a baixo, analisa cada curva e feição, e consigo detetar nos seus lábios e sobretudo no seu olhar um pouco de malicia.

"Eu tenho de ir embora." tento a minha chance de esquivar-me e fugir para longe.

"Oh não, não. Agora que esta festa acabou de tornar-se interessante?" ele sorri e a perversidade mantém-se presente no seu rosto.

Esforço-me ao máximo por fugir, contudo os seus braços rodeiam-me e chegam-me para junto dele.

Subitamente, sinto o meu corpo pesar na sua totalidade. Quero falar, espernear, mexer-me e enfrentá-lo, mas repentinamente todos os meus movimentos tornaram-se restritos.

O que está a acontecer comigo?!

"Vamos divertir-nos um pouco." diz ele, aproximando-se e colando os nossos corpos.

"N-Não." a minha voz dificilmente se manifesta, ausentando-se e deixando-me sem a sua existência. Eu estou imobilizada?

"Não fujas bebé, eu não mordo." a sua mão contorna a curva do meu pescoço, os dedos traçam a minha pele. "Vais gostar, tenho a certeza."

"Larga-me!" a voz solta-se-me quase numa súplica.

Conquanto, volto a sentir o corpo pesar-me e rezo mentalmente para eu não permanecer neste lastimável e misterioso estado, senão a noite não terminará bem para mim.

"Shh." ele sussurra ao meu ouvido e contorço-me.

Tento soltar-me, uma vez mais, do seu aperto, mas é inútil. Os seus lábios pousam no meu pescoço transferindo leves beijos num invisível trilho, e lentamente subindo.

Encontro-me numa luta mental e ninguém parece reparar. Céus, ninguém é suficientemente eficaz para ajudar-me? Ora do que é que eu podia esperar de adolescentes bêbedos.

Loudest ScreamWhere stories live. Discover now