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Se eu soubesse o impacto que ver Emily depois de tanto tempo causaria em mim, teria recusado jantar na casa dos meus pais. Ela cresceu, está linda e com um corpo esguio, em nosso breve abraço senti um calor em meu coração e senti vontade de tê-la mais perto do meu corpo, o que pode ser estranho, eu estou noivo e esse tipo de reação deveria ser causado pela Melanie e não pela Emily.

Memórias de uma menina sorridente que estava sempre na minha casa invadem minha mente, eu adorava a Emily, gostava de ter ela ali sempre por perto, gostava de como ela me fazia sentir calmo e feliz e os momentos que eu mais apreciava era quando ela ficava comigo ouvindo as histórias sobre construções antigas que meu pai contava, era algo que fazíamos juntos, apenas ela e eu. Fiquei feliz em saber que ela se tornou uma arquiteta, talvez ela pudesse vir visitar o meu escritório enquanto está aqui.

- Senhor Caleb... - Silvia minha secretária me desperta dos meus pensamentos -  Precisa assinar esses documentos aqui. - pego os documentos e assino - O senhor vai mandar algum estagiário ou funcionário visitar o canteiro de obras da escola?

- Não, eu mesmo vou.

- O senhor Carter ligou para avisar que terá uma hora depois do almoço para visitar a casa.

- Ok, obrigado Silvia. - ela sai da minha sala - Merda!

Eu não deveria ter aceitado essa ideia do pai da Melanie nos presentear com uma casa. Eu estava cedendo muito fácil à tudo em relação a esse casamento, me pressionaram pra pedir a Melanie, de forma indireta mas pressionaram e agora estão me induzindo a marcar a data do casamento mas não pretendo me casar tão cedo.

Me volto para o trabalho e fico até o horário de almoço, como algo rápido na minha sala mesmo e depois saio pada encontrar o Carter e Melanie. Ao parar em frente a casa, os dois estão me esperando, Melanie vem até mim e me beija no canto da boca, andamos até onde seu pai está e nos cumprimentamos com um aperto de mãos.

- Que bom que achou uma brecha na sua agenda... vamos conhecer a casa? - ele pergunta.

- Claro.

Entramos na casa e em pouco tempo percebi que não iria gostar de morar nela, é tudo muito antigo, apesar dela ter o seu charme, não faz o meu esrilo e parece pouco funcional. A posição da casa e a maioria das janelas colocadas ao sul tornava o ambiente escuro mesmo em  um dia de sol como o de hoje. Entramos na suíte principal, é grande mas tem muito revestimento de madeira, o banheiro tem azulejos verde claro, dei um suspiro longo, eu definitivamente não quero morar aqui.

Carter falava da casa com entusiasmo enquanto mostrava tudo, quando saímos do quarto segurei o braço de Melanie e ela me olhou.

- Você gostou mesmo dessa casa? Quer dizer... você quer morar aqui? - perguntei e ela sorriu.

- É claro... Eu adorei essa casa, tem personalidade e foi dos meus avós, além de ser um presente do meu pai.

- Tá... tudo bem. - respondo a contra gosto.

Continuamos o tour, até chegarmos no quintal, a garagem ficava um pouco distante da casa, fiquei pensando nas modificações que pretendia fazer, me arrependi de não ter pego meu iPad pra anotar tudo isso.

- O que achou Caleb? - Carter pergunta.

- A casa é bem grande, mas pouco funcional, podemos reformar, colocar teto solar, trocar as janelas e abrir novas pra clarear os cômodos e podemos demolir a garagem pra ampliar o quintal.

- Bom... Eu adorei a casa desse jeito. - Melanie responde sorrindo.

- Eu entendo que você queira fazer algumas modificações mas eu gostaria muito que mantivesse a casa no formato original, ou seja, do jeito que está.

Construindo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora