Terapia

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- Então... você continua tendo devaneios sobre vidas passadas? Já faz o que? Um ano?

- Eu não diria que são devaneios, para mim são como lembranças, lembranças como tenho dos meus avós, como do que eu almocei ontem. Eu nunca fui do tipo que fantasia sobre outras vidas ou sobre ser herói.

- Olha, você é certamente o aluno mais dedicado de sua turma da faculdade, com as melhores notas. Pelo que eu sei, você é uma pessoa muito centrada, com um senso de justiça muito forte, que teve que ser responsável por si mesmo desde cedo. Seu subconsciente pode ter criado uma razão para você ser assim. Me diga a primeira coisa que você lembra desta outra vida.

- Bom, sem ser por alguns flashes sobre meus "pais", de ter nascido na região da Espanha, eu lembro que aos seis anos de idade, mais ou menos, fui levado junto com outras crianças, de outros reinos, para uma certa sacerdotisa, e eu tenho até receio de dizer isso, mas era uma tal de Sailor Marte anciã. Ela nos "analisou" e decidiu quais seriam treinados.

- Treinados para que? – Indagou a psicóloga.

- Eu era criança e não entendia na época, mas era para se tornar o "espirito defensor da Terra". E sim, eu sei o que você deve estar pensando sobre isso.

- É verdade, bom, você mesmo disse que era uma Sailor. Desde que a Sailor Venus apareceu, há um ano atrás, você não acreditaria em quantos relatos já surgiram de gente se dizendo ser uma Sailor ou algo parecido na literatura psiquiátrica. Eu sei que a ciência e o mundo não estavam preparados para algo verdadeiramente "mágico", mas todos os quadros se mostraram ser esquizofrenia ou psicose, sonhos lúcidos ou fortes devaneios. Agora que apareceu outra Sailor, bom, as coisas só tendem a piorar.

- Sim, eu imagino. Mas é exatamente minha preocupação e pelo motivo de eu vir aqui, como eu disse, não tenho sonhos infantis, nunca tive nem quando era garoto.

- Talvez sua mente tenha sentido falta de criar essas fantasias nessa época, e tenha deixado alguma coisa dentro de você, alguma necessidade de se criar essa fantasia. Aceita água?

Danuta se vira para pegar uns copos e garrafa para entregar à Mamoru após ele ter aceitado a oferta. Uma sala confortável, uma área de jogos, um sofá onde ele se sentava e uma poltrona onde ela estava. Ao lado uma mesa com livros e objetos. Uma cômoda com uma grande quantidade de livros. Um ambiente confortável para a maioria dos pacientes. Danuta atendia tanto os alunos da faculdade quanto de fora e era uma das mais renomadas psicólogas do Japão com diversos trabalhos científicos publicados pela universidade.

- Deve entender também que o início desses seus pensamentos intrusivos coincide com sua entrada na faculdade de biologia, por sorte, seu senso de responsabilidade não impediu que fosse um ótimo aluno. Mas precisamos ficar atentos. Quer contar mais sobre essas memórias?

- Bom, depois dessa seleção fomos levados para aprender filosofia com Boécio, onde a gente aprendeu a equilibrar nossas emoções, além de matemática e política, me lembro de quando ele foi preso e executado. Depois fomos para a Grécia, treinar de maneira intensiva sobre combate e guerra.

- Sim, nunca expor ou demonstrar fraqueza, você me disse uma vez, mas mesmo assim você está aqui se expondo. – Interrompe a médica.

- Com você é diferente, você é profissional e tratar o psicológico com alguém como você é manter e dar manutenção na nossa psique, é se manter forte.

- Boa resposta, estou feliz que pense assim.

- Bom, depois com uns 16 anos viajamos para a Arábia onde aprofundamos nosso conhecimento em magia e onde colocamos o que havíamos aprendido em prática, de sobrevivência no deserto, combates reais em guerras e relações com outros povos. Com 20 anos voltamos a encontrar a Sailor Marte anciã, onde ela fez sua escolha.

Sailor Moon - DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora