Sailor Moon - Destiny

Confie!

Lena colocou Serena na cama ainda transformada por ter esgotado suas forças enquanto chorava ao ponto de não ter mais energia nem para retirar sua transformação. Lena sai do quarto da filha, com os punhos cerrados pelo choque e nervosismo. Keiji acompanhou o tempo todo Serena e Lena calado, já pensando em como justificar aquela situação, mas não tendo muito êxito nem em seus pensamentos, já que hora ou outra, recebia um olhar de decepção e revolta de sua mulher.

- Como você pôde? – Disse ela em um tom de ameaça para o marido depois de fechar a porta do quarto.

Keiji demora a responder, como se estivesse escolhendo cada palavra, pois estava.

- Você... se lembra quando eu estava na marinha?

- É lógico que eu me lembro! – Diz ela com um tom amargo.

- Nós não tínhamos nenhuma ameaça de guerra, era um trabalho até tedioso, mas eu lembro como você ficava aflita cada vez que eu ia ao mar.

- É assim que você justifica esconder esse segredo de mim? – Disse ela brava – Ela é só uma menina! Só uma menina! – Repetiu quase gritando – Você viu o estado que ela chegou aqui! Você viu! Como você pôde?

- Acalme-se Lena, como eu poderia impedir? Não existe ninguém mais no mundo para fazer o que ela está fazendo!

- Nem ela nem nós devemos nada pra esse mundo! E NÃO ERA UMA DECISÃO SÓ SUA! NÃO ERA! – Disse logo antes de não conseguir conter as lágrimas.

Keiji abraça a esposa, que ainda tenta rejeita-lo, mas ela começa a chorar copiosamente.

- A única coisa que podemos fazer é ajuda-las. – Disse ele.

- Não! Nós podemos impedir ela de sair! Somos responsáveis por ela, ela tem que fazer o que a gente mandar.

- Lena, meu amor, isto está além da justiça humana comum, por favor, entenda.

- Ahhhh, eu odeio seu jeito lógico de pensar!

- E o que eu deveria fazer? Impedir ela de fazer algo que ela nasceu para fazer?

- Impedir uma criança de se colocar em risco! Não importa a justificativa, você viu como ela se feriu na joalheria, todo mundo viu! Ela poderia ter morrido ali mesmo! Aquelas garras passaram a centímetros do coração dela! – Dizia tremendo por dentro lembrando da cena que viu na TV.

- Ela está treinando para que isso não aconteça mais! Você sabe que ela está indo na academia.

- Ahhhh, como eu te odeio, odeio sua lógica seca! Como se isso fosse o suficiente para garantir a segurança dela.

Lena largou seu marido se sentindo profundamente traída, andou desolada e brava ao mesmo tempo, afastando-se dele e seguindo para seu quarto tentando organizar seus pensamentos. Quando ela para pôr um segundo, olha para trás, e fala.

- Aquele vestido! De quem é aquele vestido?

- É meu! – Responde Lua em sua forma de gato. – Chega de segredos, não é?

Lena não fala nada, apenas olha com medo e espanto o fato de a gata de estimação da casa estar falando.

Lua então se transforma em sua forma humana, a transformação meio grotesca impressiona ainda mais Lena, que se sente paralisada.

Um clima estranho permanece no corredor da casa, um silêncio constrangedor e doentio. Até que Lena se recupera, e ao revirar e organizar um pouco seus pensamentos, faz uma cara feroz, toma coragem, anda até Luana e lhe dá um tapa na cara.

- Por quê? – Pergunta Lena.

- Porque sem isso ela também morreria. Vocês todos morreriam, nós todos.