Luana estava em sua suíte no templo Hikawa, o quarto, ao lado do de Iroh, era amplo, bem decorado e confortável, apesar de rústico, seguia a tradição japonesa. Entretanto, eram duas da manhã e ainda não conseguia dormir. Além da mudança e de sentir falta de Serena, o que não a deixava dormir era se lembrar de cada detalhe do Projeto Destiny, e cada detalhe lhe trazia horror e angústia. Inquieta, pensava:
"Será que ela nos abandonou, ou será que está ao menos viva? Eu preciso ligar para o Artêmis... não, ele não sabia... Só nós seis sabíamos! Será que ela vai nos destruir? Não, Deus, não permita que ela faça isso! Estamos em época de paz, ela não pode nos destruir, afinal, este mundo é... será?". Se perguntava chorando, encolhida em seu colchão.
Não se aguentando, Luana se levantou, olhou o seu guarda roupas e achou graça de ter tão poucas peças que havia comprado nos últimos tempos. Sem precisar se manter na forma de gata, ela precisaria de muito mais peças a partir de agora. Ela andou até a porta do quarto e, saindo gentilmente para não acordar ninguém, foi para o pátio externo do templo.
Sentiu o ar frio entrar em seu pulmão, olhou as estrelas, depois olhou o topo da floresta onde Rei e os outros costumavam meditar, pensou por um instante e, com um salto, chegou até lá.
Longe o suficiente para não incomodar ninguém de fato, ela, então, gritou o mais alto que seus pulmões permitiram:
- Você está aí? Responda! RESPONDA!! Ahhhhhhhhhhh! - Ela caiu no chão de joelhos, chorando. - É tudo culpa sua? Não é? Você sacrificou a gente? Não foi? Miserável, miserável!... Minha Serenity... Minha Serenity! Você sacrificou minha amada rainha Serenity!
Luana deitou no chão chorando, "a Mercury, ela sabia, mas a Ami não lembra de nada... tem algo errado, porque elas são fisicamente idênticas como eram no tempo do Milênio de Prata, mas não se lembram de nada? Como pode isso, como pode elas terem a mesma aparência e terem nascido de outro ventre, de outros pais? Eu preciso falar com a Ami!"
Logo ouviu o barulho de passos se aproximando, ela se virou rapidamente para ver Iroh surgindo pelo caminho.
- Ah, então era mesmo você. - Disse o velhinho.
- Desculpe - disse enxugando as lágrimas. - Não queria te acordar.
- Tenho um sono leve para acordar com qualquer invasor - disse se vangloriando e bem humorado, para depois voltar a falar com seriedade e pesar. - São tempos difíceis, não? Desculpe, eu não pude deixar de ouvi seu desabafo.
- É... "tempo" ... essa palavra é exatamente o problema. Obrigada por ajudar com o imperador.
- Ah, não foi nada, era de interesse deles também, afinal, o acordo que fizeram não deixa de ser algo um tanto egoísta, mas compreensível.
- Eu entendo, o que neste mundo não é feito com alguma intenção, não é?
- É mesmo... sobre o que gritou, estamos correndo que tipo de risco?
- Desculpe, não posso contar, mas mesmo que pudesse, não seria algo que poderíamos resolver, não está em nossas mãos. A não ser fazer o melhor que pudermos, porque senão... não haverá nem futuro, nem passado. Ninguém entende realmente como funciona.
O velho riu, e completou.
- Você fala de forma a deixar mais curioso, não vou insistir. Vamos, vamos descer, eu vou fazer um chá para te acalmar. - Depois pegou a mão de Luana ajudando-a a se levantar e desceram o morro.
*
Na noite seguinte, Masato esperava na mesa do restaurante um pouco impaciente. Já fazia alguns séculos, do ponto de vista dele, que ele não se encontrava em uma situação assim e, na época dele, as coisas eram bastante diferentes.
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Sailor Moon - Destiny
FanfictionSerena tem seu sonho de ser uma princesa mágica realizado, mas descobre rapidamente que com qualquer erro pode machucar ou mesmo destruir sua família e seus amigos. Como o nosso mundo científico e político reagiriam à presença de poderes realmente...