42. Querido Amor!

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Milena, viu Francis partir, ainda que com os olhos marejados, que embassavam sua visão, e ela mesma jura que aquela era a sua vontade naquele momento, mas ela não pode negar pra si mesma que na verdade, não queria que ele fosse embora, porém nada pode fazer contra a forte voz que lhe surgia à mente de que ele a traiu. Enquanto estava numa relação com ela, ele também estava com aquela moça. E em sua mente lhe surgiu a ideia de que, talvez nos momentos em que estava indisponível pra ela, ele estivesse fazendo sabe-se lá o quê com ela.

Alguns poucos minutos depois, Vera, aparece batendo em sua porta e entrando de seguida:

― Oi filha – disse ela entrando e indo até sua filha, que já estava com os olhos quase avermelhados por causa do choro, abraçá-la – oh, minha filha... – e Milena ao sentir o abraço consolante da mãe, ela, deixa as outras lágrimas passearem por seu rosto – não fica assim, luz, minha querida...

― Mãe... – começou – ...eu não sabia que isso é assim doloroso – disse ela calma e suavemente, de olhos fechados ainda com a cabeça sobre o ombro da mãe – meu interior aparenta, não mais querer viver...

― Filha, não fala isso, isso é só uma dor e lembre-se sempre que a dor é passageira. – disse acariando o cabelo da filha, deslizando a mão desde o couro cabeludo até onde terminava o cabelo dela, nesse caso parte de cima das suas costas – Um dia ou outro ela vai passar e quando isso acontece, a vida prossegue

― Falar é fácil, mãe – disse ela ainda com dor no peito

― Eu sei, mas você precisa entender, que nós, as pessoas passamos por diversas ocasiões em que a dor também se faz presente e que enquanto você não saber aguentar uma certa dor, talvez, algo de ainda mais grave aconteça e também que somente os mais fortes permanecem em pé

― Mãe, ele não devia ter feito isso comigo, eu não merecia isso – disse após se desvencilhar do abraço, em meio ao persistente choro leve

― Bom, por acaso, posso entender o que aconteceu?

― Eu preciso da Alexia – disse ela, ainda mais calma – por favor, mãe, chama a Alexia, eu te conto quando ela também estiver aqui

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Alguns longos minutos depois, Milena, ainda em sua casa, encolhida e deitada sobre sua cama, estava ela concentrada olhando para algum ponto qualquer de seu quarto, porém sua mente não estava ali. Milena estava, apesar do que descobriu e do que houve, os pensamentos dela eram martelados com a ideia de que depois daquela, provável, última vez que o vira em seu quarto, ela talvez nunca mais receberia visitas nocturnas dele, que apesar dela, nalgumas vez, até parecer reclamar com a presença dele ai, ela amava ser visitada nem que fosse apenas para encarar o céu somente.

O barulho de seus pensamentos estavam tão altos que ela nem ouviu as duas batidas na porta do seu e uma voz da Alexia dizendo, "Oi Lena, sou a Lex, posso entrar?", e que quando não obteve resposta alguma a mesma entrou pela porta que estava destrancada e se aproximou dela a abraçando, tirando finalmente a outra de seus devaneios, devolvendo-a assim à realidade, assim que a mesma sentira o toque da amiga que chegara recentemente.

― Oi, Lena!

― Ah, oi Lex... – disse ela, enxugando o rosto seco

― Como você está?

― Nada bem, Lex, nada bem – disse ela, sendo forte o suficiente para não permitir com que mais lágrima nenhuma saisse

― Me conta, o que houve? – disse num tom calmo

E os próximos minutos foram marcados pelo que Milena ia dizendo pra amiga, contando detalhes do que houve momentos após da última chamada com ela, onde no final, a Alexia também ficou com alguma raiva do Francis,

Querido CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora