40. Despedaçado / Sobrecarregado

12 1 0
                                    

― Diz Francis, diz... - e naquele exacto instante, Francis, sabia que não havia mais volta ou outro jeito, e também o mesmo lembrou-se que prometeu pra si mesmo, momentos antes de chegar em sua casa e se deparar com o momento que marcaria a sua vida novamente, que daquele momento em diante seria honesto com ela e que tudo a partir daquele instante pra Milena, seriam só verdades, nada de mentiras e ele prosseguiu proferindo, enquanto Milena de olhos marejados, o encarava fixamente, enquanto o mesmo tenta desviava o olhar

― Sim – disse ele, com certo pesar – sim, Milen-querida. Eu menti – confessou, sentindo uma martelada invadir seu peito

Essas foram as palavras mais castigadoras que Milena alguma vez sentira. Em sua mente, passavam ideias do tipo: Porquê Francis tinha que ser assim tão descarado e insensível, ao mesmo tempo em que mentia? E ainda por cima me ele diz que "sim", como se tivesse sido algo de extrema naturaleza. Porquê? Porquê?

― Porquê, Francis? Porquê? Eu confiei em você, e sempre fui sincera contigo e você... Você não confiou em mim... Você mentiu... Você mentiu – disse ela, sentindo sua raiva, acompanhada de desilusão, aos poucos, crescerem em seu interior, no mesmo ritmo em que disferia leves golpes sobre o peito do rapaz, que sem impedí-la, permite com que a mesma usasse a parte do baixo do seu punho para tal

― Me... – tentou ele, hesitante mesmo com o grande peso que crescia em si – Milen... – e quando quis proferir aquilo que ela ao ouvir as primeiras letras do seu nome, ela interrompeu-o dizendo

― Não ouse em novamente me chamar desse jeito! – disse ela, sentindo algo que achou que nunca fosse sentir por causa dele. Raiva - ...agora, por favor, sai já do meu quarto! Sai da minha vida!

Após o proferido da última frase dela, o interior do Francis soou como se a estrela mais grande que ele já vira e conhecera, lhe tivesse caído sobre si, destruindo tudo quanto é tudo.

E sem proferir mais qualquer coisa, ele só se virou e prosseguiu caminhando em direcção da porta do quarto, onde assim que chegou, parou, olhou para trás mais uma vez – aquela que talvez fosse a última e suspirando ele abriu a porta e assim após estar do lado de fora da mesma só trancou-a. Sem contar que também que a culpa, além de tudo, o martelava cada vez mais, a cada passo que dava em direcção da saída.

Enquanto caminhava seus pensamentos eram invadidos por uma série de lembranças boas e inesquecíveis dos momentos que passou com Milena, e acada momento em que se lembrava de uma no fim algo lhe martelava dizendo que aquilo nunca mais voltaria a acontecer e que talvez, como daquela vez, quando era um pouco mais novo.

Francis foi caminhando, lentamente, ainda saindo da casa dela, com os pensamentos altos, que deixaram Vera, um pouco preocupada, também pelos gritos que ouvira antes vindos de lá de cima, supostamente no quarrto da filha.

― Oi, Francis... – chamou ela e o chamado virou sua atenção pra direcção de onde ouvira seu nome, sendo chamado – você ta bem?

― Sim – forçou um sorriso comprimido, disfarçando o que estava sentindo

― Vocês estavam brigando, lá em cima? – e antes de responder ele sentiu uma lágrima jorrando sem sua permissão por seu rosto, o que o fez limpá-la com o dorso da mão

― Deixa que eu falo com ela... – disse a senhora

― Tudo bem... Eu já vou indo – disse ele, com cara de quem implora estar sozinho e assim ela despediu-se dele com um abraço, mas antes de sair, ele sentiu que ainda faltava mais uma coisa por fazer e que podia ficar sem fazê-lo – senhora Vera – ao proferir o nome inteiro, Vera se apercebeu que pelo olhar e pelo jeito, o rapaz estava sendo e falando sério e assim ele prosseguiu – Só queria que a senhora soubesse, que eu tenho culpa do que houve, e eu entendo o ódio dela, mas eu confesso que me arrependo do que fiz, e... As coisas estão do jeito que estão, por que eu mudei e lhe disse a verdade... e...

Querido CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora