Capítulo 15

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Pedro

Quando chegamos ao hospital, conto o ocorrido a enfermeira e ela prontamente atende a Gabriela. Durante o atendimento ela acorda e pergunta onde está.

- Oi Gabriela, eu te trouxe ao hospital. Você não se lembra de nada que aconteceu?

Ela franze as sobrancelhas, tentando se lembrar e quando se lembra, imediatamente seus olhos se enchem de lágrimas.

- Como eu estou Pedro?

- Fisicamente você está toda borrada, com o cabelo desgrenhado, e com muitos hematomas e marcas de chupões. Psicologicamente, eu não consigo nem imaginar o quão abalada está.

- Eu quero denunciá-lo Pedro. Eu quero que ele pague pelo que me fez.

- Claro, eu vou cuidar de tudo.

A enfermeira nos interrompe e diz que existe um kit onde são coletadas várias amostras para, posteriormente, serem usadas como provas.

- Eu aceito colher todas as evidências. Inclusive, quando ele tentou me penetrar, eu senti que ele estava bem molhado, pode ser que consigam colher líquido ejaculatório também.

- Claro. Eu vou dar entrada no pedido do kit e já volto – A enfermeira nos informa e sai.

Gabriela me olha e diz:

- Eu não sei o que teria sido de mim se você não tivesse aparecido. Como você me encontrou?

- Eu estava lá com a Andréa – minto.

- Eu não te vi. Por falar nisso meus amigos devem estar desesperados atrás de mim, com a confusão, eu perdi minha bolsa, com tudo dentro, chaves de casa e meu celular.

- Eu estava numa área privativa da boate – minto novamente – Eu vou avisar a Ricardo.

Quando tento sair para usar o celular, ela segura meu braço e diz:

- Pedro, muito obrigada. De verdade. Eu sou virgem e não sei como vou conseguir esquecer esse dia, imagina se ele tivesse realmente conseguido.

Eu fico sem palavras para responde-la. Caralho, ela é virgem ainda, imagino como deve estar traumatizada. Faço um carinho na cabeça dela e digo para não se preocupar com mais nada e que amanhã vamos buscar ajuda profissional. A peço licença e vou para fora do hospital para usar o celular.

Respiro ar fresco buscando me acalmar para não ir atrás desse desgraçado que fez isso com ela e matá-lo. Um pouco mais calmo, eu ligo para Ricardo e aviso o que aconteceu e garanto que ela está bem. Ele me pergunta como cheguei lá e digo a mesma mentira que disse a Gabriela.

Ligo para uma psicóloga amiga da família e ela me indica uma profissional especialista nesses casos. Ligo a doutora e ela agenda um horário para Gabriela na manhã seguinte. A seguir, ligo para uns contatos na polícia e eles me garantem que vão olhar todas as câmeras da cidade e identificar o suspeito, assim como irão passar no hospital para recolher o kit e me pedem para levar a Gabriela para prestar seu depoimento para dar entrada na queixa-crime o mais rápido possível.

Com tudo resolvido, eu entro de novo no hospital e Gabriela está me esperando para levá-la para casa.

- Está tudo mais ou menos resolvido. Já entrei em contato com a polícia e com uma profissional para você começar a terapia ainda amanhã.

- Não sei como te agradecer.

- Eu só quero que fique bem.

- Me leva embora?

- Claro, mas vou te levar para minha casa porque não vou conseguir um chaveiro essa hora para abrir seu apartamento.

- Nem pensar. O que a Andréa vai achar disso?

- Que estou ajudando uma amiga? Ela não está lá e amanhã eu me acerto com ela. Não vou te deixar sozinha.

- Tudo bem então, mas se for preciso eu mesma explico a ela.

Amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora